Igreja precisa revolução cultural para resolver questão de abusos, diz especialista
Pesquisador Massimo Faggioli, 48, professor de Teologia Histórica na Villanova University (Filadélfia), entende que sem revolução cultural na igreja, não será resolvida a crise de abusos sexuais que forçou o Papa Francisco a convocar uma reunião de cúpula no Vaticano, encerrada neste domingo (24); "Há um tema cultural mais amplo que é necessário para enfrentar o problema. Há também uma crise cultural que nenhuma nova lei ou cultura de 'boas práticas' pode resolver"
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247 - Especialista em assuntos eclesiásticos, Massimo Faggioli, 48, professor de Teologia Histórica na Villanova University (Filadélfia), entende que sem revolução cultural na igreja, não será resolvida a crise de abusos sexuais que forçou o Papa Francisco a convocar uma reunião de cúpula no Vaticano, encerrada neste domingo (24).
"A igreja não está mais na defensiva e não usa o fato de que há abusos em todas as instituições e organizações para descartar e ignorar a tragédia. Por outro lado, Francisco recusa adotar um enfoque simplístico de lei e ordem para abordar a crise. Ele adverte contra "disputas ideológicas e práticas jornalísticas" que acha que exploram o escândalo dos abusos (veja-se a tentativa da ala direita do catolicismo para usar a crise para montar um caso contra os gays na igreja)", disse ele à Folha de S.Paulo.
De acordo com o estudioso, "há um tema cultural mais amplo que é necessário para enfrentar o problema. Há também uma crise cultural que nenhuma nova lei ou cultura de 'boas práticas' pode resolver".
"No momento, simplesmente não há consenso na igreja sobre as mudanças institucionais a serem feitas, por exemplo, para tornar os bispos responsáveis. A crise real não é a falta de ferramentas legais, mas uma crise de aplicação [das regras] e de prestação de contas [de novo, usa a palavra accountability]. É primordialmente um tema cultural. Pode-se ter as melhores leis do mundo mas sem a aplicação delas, ficam sem sentido".
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