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Irã adverte europeus, mas continua apostando em diálogo sobre pacto nuclear

O Irã advertiu neste domingo (28) os europeus a não criarem obstáculos às suas exportações de petróleo e que a multiplicação de incidentes compromete os esforços para salvar o acordo nuclear de 2015, debilitado pela retirada unilateral dos Estados Unidos

(Foto: Sputnik)
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AFP - "Qualquer obstáculo à forma como o Irã exporta seu petróleo vai contra o JCPOA (Plano de Ação Integral Conjunto, o acordo sobre o programa nuclear iraniano)", destacou o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi.

Araghchi deu estas declarações ao final de se reunir, em Viena, com os países que integram o acordo: França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China.

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O diplomata fez referência expressa à captura, no começo de julho, do petroleiro iraniano "Grace 1" por autoridades britânicas na costa de Gibraltar, que contribuiu para acentuar um contexto de tensões no Golfo.

Teerã considerou vital a manutenção de sua capacidade de exportar petróleo, a principal garantia obtida no acordo concluído há quatro anos com as grandes potências em troca de limitar suas atividades nucleares.

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Na manhã deste domingo, antes da reunião, Araghchi declarou à televisão iraniana que os Estados europeus não deviam impor "nenhum obstáculo" às exportações de petróleo se quiserem salvar o acordo, destinado a garantir o caráter estritamente pacífico do programa nuclear iraniano.

Considerado há quatro anos um grande êxito da diplomacia internacional, este acordo negociado pela administração do ex-presidente americano Barack Obama entrou em declínio após a retirada unilateral dos Estados Unidos, em 2018, e o restabelecimento das duras sanções contra Teerã, imposto pelo presidente Donald Trump.

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O Irã, asfixiado economicamente, liberou-se no começo de julho de alguns de seus compromissos do acordo e ameaça continuar reduzindo-os se os demais países envolvidos não o ajudarem a esquivar as sanções americanas.

O diálogo, ao contrário, ainda não está rompido e as conversas de Viena, que se mantiveram em nível de dirigentes políticos, transcorreram no domingo em um ambiente "construtivo", declarou Araghchi. "Todos os participantes ainda presentes no JCPOA estão decididos a salvar este acordo", assegurou.

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Uma opinião compartilhada pelos serviços da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, segundo um comunicado difundido em Bruxelas.

Embora tenha havido tensões, o intercâmbio transcorreu em um ambiente positivo, confirmou o presidente chinês, Fu Cong.

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Os diferentes protagonistas convieram continuar seus esforços para encontrar "soluções práticas" com a finalidade de que Teerã continue comercializando com o resto do mundo, disse o diplomata iraniano. Ele destacou que o mecanismo de troca Instex, implementado pelos europeus "ainda não funciona, mas está em curso de finalização".

Os países integrantes esperam avançar em uma próxima reunião ministerial para desbloquear este dossiê, mas isto "ainda necessita de preparo", detalhou.

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Estes esforços em resguardar o acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano ocorrem em um contexto de crescente tensão no Golfo, onde Londres propôs o envio de uma missão naval europeia.

Para o presidente iraniano, Hassan Rohani, uma missão estrangeira agravaria a situação. "A presença de forças estrangeiras não ajudará a [garantir] a segurança da região e será a principal fonte de tensões", afirmou.

Teerã insiste em que a segurança no Golfo deve ser garantida pelos países desta região rica em petróleo.

O Irã começou a superar, no começo de julho, o limite imposto às suas reservas de urânio fracamente enriquecido, assim como a taxa de enriquecimento tolerada, embora estas violações por enquanto se considerem reversíveis.

Teerã sempre assegurou que seu programa nuclear era estritamente pacífico, apesar das suspeitas de Estados Unidos e Israel.

No contexto atual de tensão com Washington, o Irã propôs também no domingo ao secretário de Estado americano, Mike Pompeo, ser entrevistado por uma jornalista da televisão estatal, detida durante dez dias em janeiro nos Estados Unidos, depois que Pompeo disse que estava disposto a se dirigir ao povo iraniano.

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