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Irã desafia EUA

“Se nossos interesses no Acordo Nuclear não forem preservados, dentro de 60 dias aumentaremos o nível de urânio enriquecido"; as palavras do presidente Hassan Ruhani, pronunciadas exatamente após um ano da saída dos Estados Unidos do Acordo Nuclear Iraniano, soaram como uma bomba nas chancelarias internacionais

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247 - “Se nossos interesses no Acordo Nuclear não forem preservados, dentro de 60 dias aumentaremos o nível de urânio enriquecido". As palavras do presidente Hassan Ruhani, pronunciadas exatamente após um ano da saída dos Estados Unidos do Acordo Nuclear Iraniano, soaram como uma bomba nas chancelarias internacionais.

O efeito inverso a uma celebração. Com seu pronunciamento em cadeia nacional, Ruhani conferiu ao seu discurso o peso de um compromisso assumido com o povo iraniano que há 40 anos sofre sob as sanções americanas. Sinal de que a coisa agora é para valer.

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Os iranianos estão escaldados, limitaram sua capacidade soberana de enriquecer urânio em troca de vender seu petróleo e exercer suas operações financeiras livremente. Vinham respeitando seus compromissos até Trump decidir, unilateralmente, que se retiraria do acordo. Não contente com isso vem forçando os Europeus a seguir o mesmo caminho. 

Ruhani acrescentou, “O mundo deve saber que o Acordo Nuclear Iraniano, não se transformará em um processo de win-loose como o desejam os EUA. Se algo tiver que acontecer, todos os lados perderão. O acordo nuclear ou será win-win ou loose-loose. Não vamos deixar os EUA. transformá-lo em win-loose”. (Sputnik Turca. 08.05.2019) 

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Ligeiro recuo americano 

A reação de Trump não se fez esperar: “Que eles me liguem (sic), vamos sentar à mesa, conversar e assinar um acordo justo. Não queremos que eles detenham a arma atômica”. Em seguida ao apelo de Trump, a Casa Branca teria passado um número de telefone a diplomatas suíços que estariam fazendo a mediação entre os dois países. (Sputnik Turca. 12.05.2019)

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Ainda na sexta-feira, Mike Pompeo, apesar de abrir sua fala com mais acusações: “o Irã, através de declarações e ações, tem dado mostra nas últimas semanas de uma atitude cada vez mais ameaçadora”, concluiu com “Não desejamos a guerra”. 

“Ter o telefone de Trump não resolve nossos problemas” 

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Abbas Arakçi, Ministro adjunto das Relações Exteriores do Irã, classificou com palavras duras a suposta abertura de Trump, “A saída não está na mediação nem ao menos na conversa por telefone. Os Estados Unidos têm nosso telefone. Cabe a Washington rever suas políticas equivocadas. A política da Casa Branca para o Irã ou para a região não é adaptada nem ao menos racional.” (Sputnik Turca. 12.05.2019) 

Bombardearemos! Responde o Irã ao envio de navios de guerra americanos 

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Na fatídica quinta-feira, os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que afetavam abrir uma porta ao diálogo, organizavam mais uma aventura militar. Além do declarado envio do porta- aviões USS Abraham Lincoln e de bombardeiros B-52, vazou para o New York Times o eventual recurso a 120.000 soldados americanos a serem desembarcados na zona do golfo persa. Antes mesmo desse anúncio, Emir Ali Hacizade, comandante das Forças Aéreas do Exército dos Guardiões da Revolução já ameaçava bombardear os navios americanos: “No passado, um porta aviões como esse, levando de 40 a 50 aviões e 6.000 soldados podia ser considerado uma séria ameaça, no entanto, agora, para nós, não é nada mais do que um alvo como outro qualquer.” Referindo-se aos navios americanos que circulam no Golfo de Basra, a curta distância das terras iranianas, Emir Ali ressaltou que “Com os mísseis que temos em mãos conseguimos alvejar alvos móveis a distância de 300 km. Recentemente, aumentamos essa distância para 700 km.” (Sputnik Turca 12.05).

 Até onde irão os iranianos? 

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É a pergunta que se fazem os europeus. Preocupados com o que chamam de “ultimato” e cientes – ainda que não o assumam abertamente - de que estão longe de cumprir seus engajamentos; a troca comercial entre Irã e Comunidade Europeia decresceu de 3 bilhões entre 2017 e 2018, os europeus advertiram Pompeo nesta segunda-feira de que não desejavam uma escalada militar.(Le Monde 15.05) 

Mais importante, contudo, o Irã parece assumir agora as rédeas de seu próprio destino. Movido pelo sentimento de que sua honra nacional está sendo pisoteada, ainda que sua diplomacia milenar o retenha de decisões impulsivas, o Irã pode tirar da manga dois de seus trunfos geoestratégicos. O primeiro, a arma nuclear, já demonstrou provocar a simpatia instantânea dos americanos até por seus inimigos jurados. O segundo, o bloqueio do Estreito de Ormuz, levaria o mundo a uma crise de petróleo com consequências imprevisíveis (vide Pepe Escobar 24.04)....Resta aos americanos recontar bem suas fichas antes de concentrar todas suas apostas na pressão e coerção, como tem sido a regra na gestão Trump.

 

 

 

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