HOME > Mundo

Lavrov diz que Estados Unidos manipulam a economia global

O ministro das Relações Exteriores da Rússia disse também que a posição dos países ocidentais em relação à Rússia impede a resolução do conflito ucraniano

Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov (Foto: ASEAN2022 Phnom Penh Media Center/Divulgação via REUTERS)

247 - O chanceler russo, Sergey Lavrov,  alertou na quinta-feira (22), que o estado atual da economia mundial está seriamente distorcido pelos métodos utilizados pelas potências ocidentais para punir aqueles que não seguem as suas regras. Ele observou também que durante a reunião do G20, realizada no Rio de Janeiro nesta quarta e quinta-feira, os EUA e os seus aliados tentaram desviar a agenda para a questão da Ucrânia fazendo acusações infundadas contra o seu país, destaca reportagem da Telesur.

Lavrov disse que as medidas utilizadas pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais para manipular a economia global são de natureza neocolonial e utilizadas para eliminar seus concorrentes.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo lembrou que o G20 foi criado para procurar abordagens coletivas para resolver os problemas da economia mundial. 

Segundo Sergei Lavrov, “os jogos e aventuras geopolíticas do Ocidente afetam diretamente a economia mundial de uma forma muito negativa”.

Lavrov afirmou que Washington e seus aliados estão a levantar barreiras, dificultando as cadeias logísticas e financeiras naturais, encarecendo a produção e encarecendo os serviços e bens que os países em desenvolvimento recebem.

O chefe da diplomacia russa comentou que se um país se recusa a oferecer os seus recursos ou se opõe aos desejos dos Estados Unidos, o Governo americano ameaça puni-los com a imposição de sanções.

Sergey Lavrov destacou que durante a reunião do G20, representantes dos EUA e dos seus aliados tentaram desviar a agenda para a questão do apoio à Ucrânia e das acusações infundadas contra o seu país, ou seja, 'ucranizar' o debater de todas as maneiras possíveis.

Ao mesmo tempo, expressou que tais tentativas não contavam com o apoio dos países em desenvolvimento e da maioria do Sul Global.

Lavrov explicou que a posição dos países ocidentais em relação à Rússia impede a resolução do conflito ucraniano e acrescentou que “o próprio Ocidente não quer qualquer diálogo sério sobre os problemas reais que eles próprios criaram na Ucrânia”.

No que diz respeito às relações russo-americanas, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo referiu-se à impossibilidade de restaurar a confiança nos Estados Unidos “quando a Rússia é abertamente declarada um Estado hostil, uma ameaça imediata que deve ser destruída e derrotada estrategicamente”.

Neste contexto, Lavron sustentou que Washington está diretamente envolvido no conflito ucraniano, descrevendo estas ações como “outro aspecto da política agressiva e hostil dos EUA contra a Rússia”.

Sobre a reforma das instituições globais, Lavrov considerou que o Conselho de Segurança da ONU deveria ser reformado. “Expressámos a nossa posição de que o Conselho de Segurança deve ser reformado abordando a principal injustiça: a sub-representação dos países em desenvolvimento”, disse ele.

Ele ressaltou que quando a questão da expansão do Conselho de Segurança for decidida, Moscou apoiará principalmente representantes da Ásia, África e América Latina.