CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Mundo

Macri anuncia peronista como vice e acirra campanha contra Cristina

O presidente argentino, Mauricio Macri, candidato à reeleição, anunciou nesta terça-feira (11) como seu candidato a vice o opositor peronista Miguel Pichetto; a estratégia amplia a coligação de governo e acirra a corrida eleitoral contra Cristina Kirchner

Macri anuncia peronista como vice e acirra campanha contra Cristina (Foto: Reuters)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

RFI Brasil - A 24 horas da inscrição das coligações e a 10 dias das inscrições dos candidatos que darão início à corrida eleitoral, o presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou uma surpreendente ampliação da sua coligação, ao incorporar um candidato a vice-presidente da oposição peronista, o senador Miguel Ángel Pichetto, ex-aliado de Cristina.

"Quero anunciar que Miguel Ángel Pichetto me acompanhará como candidato a vice-presidente", publicou Macri nas redes sociais, explicando a inesperada associação como necessidade de construir acordos. "Necessitaremos construir acordos com muita generosidade e com patriotismo", indicou.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A decisão visa seduzir o voto peronista, pulverizado em diferentes candidaturas como a da ex-presidente Cristina Kirchner, que será candidata a vice-presidente na chapa que leva Alberto Fernández como candidato a presidente.

"O presidente me propôs hoje e imediatamente respondi que sim. A decisão foi rápida e não havia lugar para pensar muito. O presidente Macri decidiu me convocar para uma base política muito mais ampla", contou Pichetto, revelando que a sua decisão deve ser acompanhada por outros dirigentes de peso do peronismo.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"Falei com os governadores peronistas. Muitos companheiros do peronismo vão acompanhar esta proposta", antecipou, em entrevista coletiva, logo depois do anúncio de Macri.

Quem é Miguel Pichetto

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Miguel Pichetto é o líder do bloco peronista no Senado desde o governo de Cristina Kirchner (20017-2015), ex-chefe de partido.

O peronista também permite a Macri uma experiente administração do Senado numa eventual reeleição do presidente na qual o governo precisará aprovar reformas estruturais.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Com a associação de Macri a Pichetto e de Cristina Kirchner a Alberto Fernández, a campanha eleitoral argentina esvazia qualquer alternativa peronista pela terceira via. O processo já nasce polarizado até o primeiro turno, que será realizado em 27 de outubro, tendendo a manter um duelo acirrado até o segundo turno, em 24 de novembro.

As sondagens também apontam para uma luta acirrada entre o atual presidente, desgastado pela recessão econômica associada a uma inflação galopante, e Cristina Kirchner, que tem a imagem marcada por escândalos de corrupção.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"Nunca é bom que o passado volte", disparou Pichetto contra a sua ex-aliada Cristina Kirchner. "O governo Macri é um governo com acertos, fundamentalmente na política internacional", elogiou, citando como exemplo o recente encontro de Macri com o presidente brasileiro.

"O presidente acaba de reunir-se com Bolsonaro. O eixo do Mercosul é central para a Argentina. A relação com os países latino-americanos, com os Estados Unidos e com a Europa", citou.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Estratégia de Kirchner

Cristina Kirchner anunciou em maio que vai concorrer à vice-presidência, tendo como candidato a presidente o seu ex-chefe de gabinete, Alberto Fernández. A estratégia visa diminuir a polarização sobre sua candidatura, enquanto mantém a imunidade do cargo de vice-presidente que, na Argentina, ocupa automaticamente a presidência do Senado.

Como candidata a vice-presidente, Cristina Kirchner não precisa renunciar ao cargo de senadora, garantindo imunidade perante a ação da Justiça em 13 processos penais, a maioria por corrupção. A ex-presidente está desde o último dia 21 sob julgamento e tem sete pedidos de prisão preventiva que só não são executados devido à sua imunidade como atual senadora.

Paradoxalmente, a imunidade de Kirchner só se mantém graças a Miguel Pichetto, quem tem o controle sobre a quantidade de senadores necessária para votar pela perda de imunidade parlamentar.

"Pessoalmente, não sou a favor de aprovar a autorização para prisão preventiva de Cristina Kirchner. Considero que a prisão preventiva seja uma pena antecipada. Deve haver antes uma sentença", explicou à RFI, no final do ano passado, o senador Miguel Ángel Pichetto, líder do bloco peronista, que controla os votos necessários para tirar a imunidade de Cristina Kirchner, sua ex-chefe de partido.

"Nada muda nesse sentido. Sou contra a prisão preventiva como pena antecipada. Estou com a mesma opinião que tive sempre. Não vou modificar essa posição sobre o foro privilegiado", avisou Pichetto.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO