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Mercosul prepara mensagem dura aos EUA

Com relações abaladas por causa da saga Snowden, líderes do bloco reúnem-se em Montevidéu para uma cúpula em que os desentendimentos com os EUA deverão dominar a pauta; será enviada a Washington mensagem dura contra esquema de espionagem na região e direito de asilo ao norte-americano; declaração de repúdio já tem apoio da presidente Dilma, recebida nesta manhã pelo presidente uruguaio, José Mujica; na semana passada, governantes se reuniram em desagravo ao colega boliviano, Evo Morales, cujo avião foi barrado no espaço aéreo europeu; "Essas são questões que irão mostrar a unidade do Mercosul", diz chanceler argentino, Hector Timerman

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Por Malena Castaldi

MONTEVIDÉU, 12 Jul (Reuters) - Líderes sul-americanos planejam enviar na sexta-feira a Washington uma mensagem dura em relação às suspeitas de espionagem na região e ao seu direito de conceder asilo ao norte-americano que as denunciou, Edward Snowden.

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Ao cabo de duas semanas de relações abaladas por causa da saga Snowden, presidentes dos países do Mercosul reúnem-se em Montevidéu para uma cúpula em que os desentendimentos com os EUA deverão dominar a pauta.

"Já discutimos a questão da espionagem no continente e as questões relacionadas ao direito ao asilo", disse o chanceler uruguaio, Luis Almagro, a jornalistas depois de discussões para o estabelecimento da pauta na quinta-feira na capital uruguaia.

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O Mercosul é formado por Venezuela, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

A América Latina acabou envolvida no caso Snowden porque três governos esquerdistas da região -Venezuela, Bolívia e Nicarágua -ofereceram asilo a esse ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês)

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Snowden está refugiado há semanas na ala de trânsito do aeroporto internacional de Moscou, num limbo jurídico. Os EUA querem que ele seja entregue para responder por supostos crimes contra a segurança nacional, e alertam que qualquer nação que lhe conceder asilo sofrerá consequências.

"Acreditamos que a comunidade internacional deve exigir o direito de todos os cidadãos do mundo a solicitarem asilo: diplomático, político, humanitário, como vocês quiserem chamá-lo", disse o chanceler venezuelano, Elías Jaua.

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"A Venezuela irá exercer seu direito sob a lei internacional, independentemente de ameaças, independentemente de retaliações, independentemente de consequências."

Os líderes da região também estão irritados com as novas revelações de que a espionagem dos EUA na Internet atingiu também países latino-americanos, especialmente Colômbia, Venezuela, Brasil e México.

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A Colômbia, principal aliada dos EUA na América Latina, se somou ao coro de governos que exigem explicações depois da revelação dessas atividades clandestinas na região, feita na terça-feira pela imprensa brasileira.

Além disso, na semana passada governantes latino-americanos saíram em defesa do colega boliviano, Evo Morales, cujo avião foi barrado no espaço aéreo de vários países europeus por causa da suspeita de que ele estivesse transportando Snowden.

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Em uma reunião na semana passada, presidentes sul-americanos de esquerda e centro-esquerda denunciaram o incidente como sendo uma atitude "neocolonialista" por parte da Europa e dos EUA.

"Essas são questões que irão mostrar a unidade do Mercosul", disse o chanceler argentino, Hector Timerman, antes de embarcar para Montevidéu.

A Bolívia é membro associado do Mercosul, e Morales deve participar da reunião de sexta-feira.

Dilma apoia declaração conjunta de repúdio a espionagem

Renata Giraldi, repórter da Agência Brasil – A presidenta Dilma Rousseff participa hoje (12) da Cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai. Juntamente com vários líderes regionais, ela deverá formalizar a declaração de repúdio ao esquema de espionagem dos Estados Unidos a cidadãos norte-americanos e estrangeiros, conforme denúncias do ex-consultor Edward Snowden. Ao chegar ontem (11) à capital uruguaia, Dilma defendeu a iniciativa dos presidentes da região.

Ela disse que é uma posição correta o ato de repudiar o esquema de espionagem, que viola os direitos humanos, a privacidade e a soberania dos países. Segundo a presidenta, todos os países que se consideram democráticos devem aderir à declaração de repúdio preparada para hoje. A cúpula será encerrada à tarde.

O Mercosul é formado pelo Brasil, a Argentina, o Uruguai, a Venezuela e o Paraguai, suspenso provisoriamente. O bloco representa aproximadamente 80% do Produto Interno Bruto (PIB), 72% do território regional, 70% da população, 58% dos ingressos de investimento estrangeiro direto e 65% do comércio exterior regional.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, confirmou a negociação dos países da América Latina para a adoção de uma posição conjunta de repúdio ao esquema de espionagem norte-americano. Anteontem (10), os governos da Colômbia, do México, Chile, Equador e da Argentina condenaram o monitoramento externo e cobraram explicações dos Estados Unidos.

A presidenta começa o dia com um café da manhã com os demais líderes, depois há uma série de reuniões da cúpula e a previsão é que o encerramento ocorra por volta das 15h. Dilma está acompanhada pelos ministros Antonio Patriota, Aloizio Mercadante (Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Helena Chagas (Comunicação Social).

Durante as reuniões de hoje, os presidentes conversarão também sobre o processo de adesão da Bolívia e do Equador, além da Guiana e do Suriname como membros associados. Os processos envolvendo a Bolívia, a Guiana e o Suriname estão em estágio avançado.

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