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'Não há nada de islâmico em matar pessoas', diz representante das associações muçulmanas no Brasil

Ali Houssein El-Zoghbi, vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, comenta com exclusividade o atentado desta quinta-feira (29) na França

(Foto: Sputnik)
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Sputnik - O vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, Ali Houssein El-Zoghbi, afirma em entrevista que assassinar pessoas é estranho ao islamismo.

O mundo acompanhou na manhã desta quinta-feira (29) uma série de ataques extremistas atribuídos a radicais islâmicos em territórios francês e saudita.

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O primeiro dos atentados aconteceu na Basílica de Notre-Dame, em Nice, no sul da França. Entre as vítimas está uma idosa, que foi decapitada, e a brasileira Simone Barreto Silva. O suspeito, um homem de 21 anos, foi baleado pela polícia e depois preso.

Poucas horas depois, a polícia francesa matou um homem que ameaçou pessoas com uma arma em Montfavet, perto da cidade de Avignon, também no sul do país.

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Já na Arábia Saudita, um suspeito foi preso na cidade de Jidá após atacar e ferir um agente de segurança do consulado francês.

A informação foi divulgada pelo consulado francês e confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita.

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Em entrevista para Sputnik Brasil, Ali Houssein El-Zoghbi, vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (FAMBRAS), repudiou os ataques e fez votos de solidariedade para o povo francês e às famílias das vítimas.

De acordo com ele, é importante ressaltar que "o islã preconiza que quem mata uma pessoa inocente, é como se tivesse matado toda humanidade. Isso precisa ficar evidenciado para que a gente não macule o islã e muçulmanos em razão da ação de uns adeptos que seguem a religião de maneira equivocada".

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Ao falar do ataque, Ali Houssein El-Zoghbi disse que "nosso manifesto é de repúdio e solidariedade. Quero deixar claro que essa ação não pode ser considerada islâmica. É muito importante que a mídia retrate isso de maneira clara e precisa. Estamos falando de uma população de quase um quarto dos habitantes da terra. E o islã preconiza a preservação da vida. Isso precisa ficar claro".

Após o ataque em Nice, o governo francês também comentou o episódio e decidiu elevar o nível de alerta do sistema de segurança nacional da França em todo o território francês, segundo o premiê Jean Castex.

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"A resposta do governo será firme, implacável e imediata", disse o chefe do governo na tribuna da Assembleia Nacional.

Também se posicionando sobre o ataque, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou aos jornalistas:

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"Estamos verificando a informação sobre a tragédia que se desenrolou em Nice. É uma tragédia absolutamente horrível".

Questionado sobre as respostas dos países ao atentado na França, o vice-presidente da FAMBRAS disse que "a gente sempre afirmou que os governantes, os países, precisam de uma legislação que coíba ataques aos ícones religiosos".

Houssein El-Zoghbi enfatizou que o islã não é contra liberdade de expressão. "Achamos inadequado e desproporcional que ícones religiosos sejam atacados. O respeitar ao próximo, assim como o exercício da liberdade, estabelece que tenhamos bom senso. Isso, porém, não justifica a mínima violência contra o ser humano, mas é um ponto carente de discussão", afirmou.

"A gente entende que é preciso tentar buscar uma legislação que permita a preservação de ícones religiosos, e eu acho que esse seria o caminho mais adequado. Isso não é incompatível com a liberdade de expressão e o bom senso", concluiu.

A fala de Ali Houssein El-Zoghbi está no esteio das recentes declarações feitas pelo alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações, o espanhol Miguel Ángel Moratinos.

Na quarta-feira (28), o espanhol fez um apelo e divulgou uma nota que preza pelo "respeito mútuo por todas as religiões e crenças".

Segundo ele, "insultar religiões e símbolos religiosos sagrados provocam ódio e extremismo violento, levando à polarização e fragmentação da sociedade", acrescentou.

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