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Nem ajuda da família Fujimori deve salvar presidente do Peru do impeachment, diz analista

O Congresso do Peru aprovou um segundo pedido de impeachment contra o presidente Pedro Pablo Kuczynski. Ao contrário do que ocorreu em dezembro de 2017, desta vez o líder peruano não terá como escapar do processo pelo seu afastamento antecipado do poder devido às denúncias do recebimento de propinas da empresa Odebrecht; o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em políticas latino-americanas, Eduardo Heleno dos Santos, Kuczynski ressaltou que o Parlamento se voltou contra o presidente, com o predomínio dos votos dos integrantes dos partidos de esquerda

O Congresso do Peru aprovou um segundo pedido de impeachment contra o presidente Pedro Pablo Kuczynski. Ao contrário do que ocorreu em dezembro de 2017, desta vez o líder peruano não terá como escapar do processo pelo seu afastamento antecipado do poder devido às denúncias do recebimento de propinas da empresa Odebrecht; o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em políticas latino-americanas, Eduardo Heleno dos Santos, Kuczynski ressaltou que o Parlamento se voltou contra o presidente, com o predomínio dos votos dos integrantes dos partidos de esquerda (Foto: Leonardo Lucena)
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Agência Sputnik - O Congresso do Peru aprovou na quinta-feira um segundo pedido de impeachment contra o presidente Pedro Pablo Kuczynski. Ao contrário do que ocorreu em dezembro de 2017, desta vez o líder peruano não terá como escapar do processo pelo seu afastamento antecipado do poder devido às denúncias do recebimento de propinas da empresa Odebrecht.

Para o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em políticas latino-americanas, Eduardo Heleno dos Santos, Kuczynski perdeu as condições políticas para governar o Peru. Falando à Sputnik Brasil, ele acentuou que o Parlamento se voltou contra o presidente, com o predomínio dos votos dos integrantes dos partidos de esquerda.

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"A mudança de posição do Parlamento peruano em relação ao presidente ocorreu porque, quando concedeu o indulto para o ex-presidente Fujimori, ele perdeu muitos votos entre os integrantes dos partidos de esquerda. Ele não sofreu o impeachment em dezembro porque conseguiu obter os votos do filho de Fujimori e, por uma margem mínima de votos – apenas 9 –, conseguiu sobreviver. E os votos da esquerda que ele perdeu tiveram peso considerável para que o segundo pedido de impeachment fosse aprovado", disse.

As propinas em questão teriam sido pagas ao presidente peruano pela empreiteira Odebrecht quando ele foi ministro de governos anteriores.

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Em dezembro, Kuczynski enfrentou diversas acusações de que teria negociado com o deputado Kenji Fujimori (filho do ex-presidente Alberto Fujimori e irmão da deputada Keiko Fujimori) sua permanência no poder. Em troca, Kuczynski concedeu indulto de Natal ao ex-presidente sob o argumento da degradação do seu estado de saúde na prisão.

Na ocasião, foi apresentado um primeiro pedido de impeachment contra o presidente, mas ele foi beneficiado pelo resultado final da votação no Congresso: 78 deputados votaram pelo impedimento (eram necessários mais 9 votos para aprovação), 19 foram contrários e 21 se abstiveram.

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Para Heleno, Kuczynski não tem atualmente apoio sequer da população peruana.

"Outro fator que contribui para a rejeição parlamentar de Kuczynski é seu baixo grau de popularidade. Então temos um claro panorama de final antecipado de mandato que, a rigor, só deveria terminar em 2021. Além disso, existe o fato de que o vice-presidente, Martín Vizcarra, já declarou que está pronto para assumir a presidência do Peru até o final do mandato, em 2021", explicou.

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A Sputnik Brasil também perguntou analista o que levou quatro presidentes do Peru – Alan García, Alejandro Toledo, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski, sem contar o próprio Alberto Fujimori – a enfrentar acusações de corrupção e processos judiciais. Na avaliação dele, a corrupção se confunde com a alegada necessidade de arrecadação de dinheiro para as campanhas eleitorais.

"Hoje, na América Latina, nós temos um problema comum para todos os partidos políticos: eles têm uma necessidade desesperadora de arrecadar dinheiro e o recurso majoritário, até aqui, tem sido o de recorrer às grandes empreiteiras. O Kuczynski tem graves acusações de recebimento de propinas, mas da época em que foi ministro de governos anteriores. Então, isso mostra que se trata de um processo contínuo, de uma prática que continua não só no Peru, mas em vários outros países", concluiu.

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