Número de crianças mortas na Síria atinge recorde em 2016, diz ONU
Ao menos 652 crianças foram mortas na Síria no ano passado, um aumento de 20 por cento em relação a 2015, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef); além disso, mais de 850 crianças também foram recrutadas para lutar, mais que o dobro do número de 2015, e algumas foram usadas como executores e suicidas, segundo a agência
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LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - O número de crianças mortas na Síria foi recorde no ano passado, sendo mais de um terço dentro ou perto de escolas, disse a agência da ONU para a infância nesta segunda-feira, às vésperas de o conflito sírio completar seis anos.
Ao menos 652 crianças foram mortas na Síria no ano passado, um aumento de 20 por cento em relação a 2015, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Além disso, mais de 850 crianças também foram recrutadas para lutar --mais que o dobro do número de 2015-- e algumas foram usadas como executores e suicidas, segundo a agência.
"A profundidade do sofrimento é inédita. Milhões de crianças na Síria são alvo de ataque diariamente", disse o diretor regional da entidade, Geert Cappelaere, em uma comunicado feito de Homs, na Síria.
"Todas e cada uma das crianças ficam marcadas pela vida com consequências horríveis em sua saúde, bem-estar e futuro."
Os números sobre crianças vítimas de violência na Síria --coletados desde 2014-- representam apenas as mortes oficialmente registradas, o que significa que o número verdadeiro pode ser ainda maior.
O Unicef disse ainda que foram ao menos 338 ataques contra hospitais e trabalhadores de saúde no ano passado.
Metade da população pré-conflito da Síria foi deslocada devido ao conflito, que completará seis anos em 15 de março.
Cerca de 6,5 milhões de pessoas estão deslocadas dentro da própria Síria, e quase 5 milhões buscaram abrigo em países vizinhos, onde as condições têm se tornado cada vez mais difíceis.
O Unicef disse que muitas crianças sírias também estão morrendo em decorrência de doenças evitáveis, uma vez que o enfrentamento a essas enfermidades é afetado pela dificuldade de acesso a atendimento médico.
A agência acrescentou que famílias sírias na região estão tomando medidas extremas para sobreviver, inclusive tirando crianças da escola e forçando casamentos precoces e o trabalho infantil.
(Por Emma Batha)
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