O impulso da Paz

Este foi o Nobel da Paz mais inesperado dos últimos anos. Tudo bem que o de Obama, em 2009, também nos pegou de surpresa. Mas a conquista da União Europeia é mais simbólica



Foi o Nobel da Paz mais inesperado dos últimos anos. Tudo bem que o de Obama, em 2009, também nos pegou de surpresa. Mas a conquista da União Europeia (UE) é mais simbólica. Muito mais.

O maior bloco político-econômico do planeta passa por sua maior crise de identidade desde que teve seu embrião lançado – a saudosa Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, em 1951.

O "clube" foi criado para garantir aos "ocidentais" do Velho Continente (lembrando que estávamos no auge da Guerra Fria) um acesso mais fácil às matérias-primas para abastecer as indústrias, com o objetivo de evitar novos desastrosos conflitos, como as duas primeiras guerras mundiais.

Nunca se matou tanta gente como na Europa. A 2ª Guerra (1939-1945) foi o conflito que mais sacudiu a Terra em toda a sua História. Os números são conflitantes, mas acredita-se que, pelo menos, 50 milhões de pessoas tenham morrido.

A organização do Nobel lembrou exatamente desses fatos para explicar sua decisão: "O Prêmio Nobel da Paz foi atribuído à União Europeia por ter contribuído por mais de seis décadas para a promoção de paz e a reconciliação, a democracia e os Direitos Humanos na Europa".

O reconhecimento internacional veio em um momento mais que oportuno. Nunca a aliança foi tão questionada – tanto interna quanto externamente. A UE, formada por 27 países, foi atingida em cheio pela recessão global de 2007. Até agora, pouco conseguiu fazer para sair do pântano.

A Alemanha, o grande motor do continente, já dá sinais de cansaço. Muitas nações da zona do euro, a moeda comum adotada desde 1999, questionam se foi uma boa entrar nesse barco.

As maiores vítimas da crise até agora foram Grécia e Espanha, os dois com taxas de desemprego entre jovens que ultrapassa os 50%. As políticas mais comuns nessas e em outras nações da UE são "corte de gastos" e "aumento de impostos", a receita clássica para pular no precipício.

Tomara que o Nobel da Paz dê um impulso para o bloco, formado por mais de 500 milhões de pessoas e responsável por um PIB de mais de 15 trilhões de dólares (20% da economia mundial). O mundo agradeceria. E muito.

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