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Mundo

ONGs intensificam campanha contra entrada do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU

A campanha de centenas de organizações não-governamentais para que o governo de Jair Bolsonaro não conquiste uma vaga para o Conselho de Direitos Humanos da ONU é cada vez mais forte. "Pela primeira vez, temos um governo que não apenas é omisso, mas contraria certas diretrizes", disse Simmy Larrat, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais

Jair Bolsonaro e Damares Alves (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Sputnik Brasil - Organizações não-governamentais (ONGs) no Brasil estão em campanha para impedir que o país ocupe um dos dois lugares vagos no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) para o período 2020-2022.

 "As organizações da sociedade civil brasileira expressam sua profunda e séria preocupação com a candidatura brasileira ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas para o triênio 2020-2022", diz um manifesto assinado por mais de 190 entidades.

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O Brasil está realizando um "desmantelamento" de políticas em favor dos direitos humanos e sua ação no conselho até agora tem sido "prejudicial" e "hiperpolitizada", disse à Sputnik a ativista Camila Asano, coordenadora do programa de uma das organizações mais ativas nesse boicote, a Conectas.

Asano lembrou, por exemplo, que em junho o Brasil tentou retirar das resoluções da ONU conceitos como "gênero" ou "educação sexual" e, mais recentemente, votou contra uma resolução em favor da solidariedade internacional, apenas porque Cuba a apresentou.

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A participação do Brasil no órgão de Genebra, na Suíça, tem sido marcada por várias controvérsias, como quando a representante do governo de Jair Bolsonaro confrontou verbalmente o ex-deputado Jean Wyllys, um proeminente ativista LGTBI que se auto-exilou na Europa depois de chegar ao poder o atual presidente.

São precisamente os grupos de diversidade sexual estão entre os mais ativos quando se trata de pressionar os países a não votarem a favor do Brasil nas eleições desta quarta-feira, explicou à Sputnik a presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais, Simmy Larrat.

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"Pela primeira vez, temos um governo que não apenas é omisso, mas contraria certas diretrizes [...] não é algo que afeta apenas a população LGBTI, é um governo que não respeita os espaços democráticos, que tem várias práticas fascistas que não se encaixam em um lugar como esse", criticou.

Atitudes e ofensas de Bolsonaro

Asano e Larrat lembraram que, além do trabalho diário realizado pela delegação brasileira em Genebra, as contínuas controvérsias geradas pelo presidente Jair Bolsonaro jogam contra a candidatura do Brasil.  

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O presidente recentemente ofendeu a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, mencionando seu pai, morto na ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), e na Assembleia Geral da ONU questionou o trabalho do chefe Raoni, um dos líderes indígenas mais respeitados do mundo.  

"Não podemos esperar nenhuma posição sensata de um governo como este, que é completamente irracional, é por isso que estamos denunciando o Brasil em todas as áreas", disse Larrat. 

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O Conselho de Direitos Humanos tem 47 vagas para muitos outros países, eleitos por mandatos de três anos, com eleições divididas regionalmente.  

Brasil e Venezuela foram os únicos dois países que optaram pelos dois lugares designados para a América Latina e o Caribe, então a escolha foi tomada como certa. No entanto, há alguns dias o governo da Costa Rica também decidiu se apresentar como candidato.

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Esse movimento também enfraquece as opções brasileiras, segundo Asano.  "A candidatura do Brasil já era frágil por causa de todas as inconsistências do governo Bolsonaro, mas ter outro candidato expõe ainda mais essa fragilidade [...] o capital diplomático do Brasil está diminuindo, está sendo visto quase como um pária", resumiu a ativista. 

A Sputnik procurou os ministérios da Família, Mulheres e Direitos Humanos e Relações Exteriores, que se recusaram a fazer declarações.

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