Os ataques de Boston continuam sem explicação
Causou estranheza a ira da imprensa americana com a capa da revista Rolling Stone, que trouxe Dzhokhar Tsarnaev. A mídia local já trata o rapaz de 19 anos como "culpado"
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Causou estranheza, pelo menos da parte deste escriba, a ira da imprensa americana com o fato de a revista Rolling Stone (RS) ter escolhido como capa Dzhokhar Tsarnaev, um dos acusados pelos atentados da Maratona de Boston, em abril deste ano. No episódio, três pessoas morreram e 264 ficaram feridas.
A mídia local já trata o rapaz de 19 anos como "culpado". "Quanta ousadia colocar um terrorista na capa de uma das mais importantes publicações de comportamento do mundo!" deve ser o pensamento editorial corrente. (Em tempo: a RS também "condenou" Dzhokhar, já que o classifica como "monstro").
Este Planeta Política, à época dos ataques, pontuou que não havia nenhuma ligação entre os irmãos Tsarnaev (o mais velho, Tamerlan, morreu em tiroteio com a polícia três dias depois do episódio) com o fato. Três meses depois, nada ainda foi comprovado contra os eles.
O governo americano tentou, sem sucesso, sugerir que os jovens tinham ligações com grupos radicais islâmicos – a origem da família é do Quirguistão, ex-república soviética que tem a religião muçulmana como predominante. Nenhum documento foi divulgado atestando as falas de Washington.
Foram ouvidas versões de que Tamerlan já havia defendido os islamismo radical e que Dzhokhar "justificou" os atentados de 11/9. Novamente, não houve como comprovar a veracidade dessas informações.
Na semana passada, quando começou o julgamento de Dzhokhar, ele disse ser "inocente" de todas as 30 acusações feitas pela promotoria. Em casos semelhantes de terrorismo, os radicais sentem "orgulho" do pânico que causaram às pessoas e reivindicam a "obra". Nada parecido com o caso do jovem Tsarnaev.
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