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Papa admite "peixes maus" dentro da Igreja

Pontífice conclamou os católicos relapsos a redescobrirem sua fé; declarações foram dadas em dois grandes eventos diante de milhares de fiéis na praça de São Pedro, pelo 50º aniversário da inauguração do Concílio Vaticano Segundo

Papa admite "peixes maus" dentro da Igreja (Foto: REUTERS/Max Ross)
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Por Philip Pullella, Reuters - O papa Bento 16 conclamou na quinta-feira os católicos relapsos a redescobrirem sua fé, mas admitiu que dentro da própria Igreja existem "peixes maus".

O papa fez as declarações em dois grandes eventos diante de milhares de fiéis na praça de São Pedro, por ocasião do 50º aniversário da inauguração do Concílio Vaticano Segundo, um evento relevante nos 2.000 anos de história da Igreja.

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"As últimas décadas viram o avanço da desertificação espiritual", afirmou ele em seu sermão na missa matinal que abriu o "Ano da Fé". "Vemos ao nosso redor que o vazio se espalhou."

Centenas de bispos assistiram à missa, além de representantes de outras Igrejas cristãs, como o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams. Os bispos estão em Roma para um sínodo no qual o Vaticano espera desenvolver uma estratégia para recuperar fiéis relapsos.

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Mais tarde, na noite de quinta-feira, o papa fez um discurso de improviso da janela do seu apartamento, com vista para a praça, e aludiu ao escândalo de abusos sexuais e outros conflitos dentro da Igreja Católica, que reúne 1,2 bilhão de fiéis.

"Nestes anos, vimos que há discórdia nas vinhas do Senhor, vimos que na rede de Pedro também há peixes maus, que a fragilidade humana existe até mesmo na Igreja", afirmou.

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"A navio da Igreja está navegando com fortes ventos contrários, em tempestades que ameaçam o barco, e às vezes chegamos a pensar que Deus está dormindo e se esqueceu de nós", afirmou.

O Concilio Vaticano Segundo (1962-65) é considerado um marco na modernização da Igreja. Durante esse evento, quase 3.000 bispos de mais de cem países escreveram 16 documentos sobre vários aspectos da vida eclesiástica e da sua missão, e recomendaram um maior "colegiado" (partilha de responsabilidades) entre o papa e seus bispos. 

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Entre as inovações estava a adoção da missa em língua vernácula, após séculos de celebrações apenas em latim.

O Concílio também encorajou o diálogo e o respeito com outras religiões, e repudiou o conceito de culpa coletiva dos judeus pela morte de Jesus.

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Mas, 50 anos depois, o sínodo terá divisões. Liberais na Igreja dizem que Bento 16, que esteve no primeiro Concílio como jovem clérigo, fez a Igreja recuar em algumas reformas daquela época, e passou a centralizar novamente poderes no Vaticano.

Já os conservadores o elogiam por corrigir o que consideram erros na aplicação das ideias do Concílio. Eles avaliam, por exemplo, que o diálogo inter-religioso foi longe demais e enfraqueceu o ensinamento tradicional de que o catolicismo é a única fé verdadeira.

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