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Papa Francisco tem encontro histórico com aiatolá xiita no Iraque

Mais alto líder religioso xiita, aiatolá Ali Sistani, disse aopapa Francisco que os cristãos do país devem viver em paz, enquanto o papa denunciou o terrorismo que abusa da religião

Ali al-Sistani e Papa Francisco (Foto: Reprodução)
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Da RFI - Um encontro histórico reuniu na manhã deste sábado, no Iraque, o Papa Francisco e o aiatolá Ali Sistani. O mais alto líder religioso xiita, de 90 anos e que raramente aparece em público, disse ao sumo pontífice que os cristãos do país devem viver em paz, enquanto o papa denunciou o terrorismo que abusa da religião.

O grande aiatolá Ali Sistani é a autoridade máxima para a maioria dos 200 milhões de xiitas do mundo - uma minoria entre os 1,8 bilhão de muçulmanos. Seu único rival religioso é o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei.

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Devemos "caminhar do conflito à unidade" em "todo o Oriente Médio" e "em particular na martirizada Síria", pediu o papa Francisco.

A imprensa e convidados não foram autorizados a assistir ao encontro, a portas fechadas. Porém, esta etapa do programa papal é fonte de orgulho para muitos xiitas, em um país que passou por 40 anos de conflito e uma guerra civil sangrenta entre muçulmanos xiitas e sunitas. “Estamos orgulhosos do que esta visita representa (...) dará outra dimensão à cidade sagrada”, saudou o dignitário xiita Mohammed Ali Bahr al-Ouloum.

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O líder de 1,3 bilhão de católicos disse que viajava como um "peregrino da paz" e pediu liberdade de consciência e de religião. Depois de seu encontro oficial na cidade sagrada xiita de Najaf, o papa Francisco deu início ao ponto culminante de sua jornada espiritual: a peregrinação a Ur, cidade natal do profeta Abraão, no sul do Iraque, para rezar por "liberdade" e "unidade".  Ele se encontrou com uma das poucas famílias cristãs que não fugiram da região durante os conflitos.

Maher Tobia, 53 anos, diz que sua família é a única cristã que resta na cidade de Nasiriya, a apenas 17 quilômetros do deserto de Ur. Todos os cristãos que ele conheceu na juventude "partiram para Bagdá ou para o Curdistão iraquiano”, afirmou. “Se esta visita for bem conduzida, pode ter uma repercussão enorme”, acrescentou, cheio de esperança, o iraquiano graduado em Belas Artes.

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Em vinte anos, o número de cristãos no Iraque foi reduzido de um milhão e meio para cerca de 400.000, segundo organizações de defesa das minorias. Muitos deixaram o país por falta de perspectiva. A taxa de pobreza atinge 40% da população e o país enfrenta uma grave crise econômica desde a queda dos preços do petróleo, sua principal fonte de renda.

A visita do papa mobiliza um alto esquema de segurança. Esta é a primeira viagem do santo pontífice a um país estrangeiro desde o começo da pandemia de coronavírus. Ele também insistiu em rezar com representantes dos Yazidi - uma pequena minoria no Iraque martirizada pelos jihadistas do grupo do Estado Islâmico (EI). Mais de 6.400 yazidis foram sequestrados pelo EI e a metade continua desaparecida. O papa também fez orações com sabeus e zoroastristas - comunidades milenares no país - além muçulmanos, xiitas e sunitas.

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Seguindo os passos de Francisco

Na esperança de aproveitar a visita do soberano pontífice, as agências de turismo no Iraque já estão preparando roteiros "nas pegadas do Papa". As autoridades dizem que estão considerando relaxar as condições para a obtenção de vistos de turista - até agora quase inexistentes, exceto para o turismo religioso xiita nas cidades sagradas de Kerbala e Najaf.

Na sua chegada a Bagdá, na sexta-feira (5), o papa argentino, de 84 anos, se reuniu com o clero católico no Iraque. A visita do papa acontece sob um forte esquema de segurança e em um contexto de restrições por causa da epidemia de Covid-19, que contamina cerca de 5.000 pessoas todos os dias no país. O papa Francisco foi vacinado antes de sua viagem. O seu primeiro encontro com fiéis no Iraque acontece numa igreja em Bagdá, onde celebra uma missa.

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(Com informações da AFP).

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