Pequim pede a Nova Delhi que reitere apoio à política de Uma Só China
MRE indiano demonstrou certa ambiguidade ao se posicionar sobre a questão de Taiwan
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Leonardo Sobreira, de Pequim (247) - O embaixador chinês na Índia pediu a Nova Delhi que reitere seu apoio à política de Uma Só China, assim como o fizeram 170 países e organizações internacionais em reação à visita de Nancy Pelosi a Taiwan.
Pequim sustenta que a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos a Taipei, onde se reuniu com a presidente Tsai Ing-wen e lideranças políticas e da sociedade civil, violou gravemente a soberania chinesa. O Exército de Libertação Popular lançou uma série de exercícios militares em resposta.
A Índia adere à política de Uma Só China e reconhece Pequim como o único governo legal da China, mas a chancelaria indiana demonstrou ambiguidade sobre o assunto na sexta-feira, 12.
O porta-voz do MRE Arindam Bagchi declarou durante uma coletiva de imprensa que sua pasta está preocupada com os desdobramentos da tensão no Estreito de Taiwan e pediu "o exercício de contenção, evitar ações unilaterais para mudar o status quo e diminuir as tensões" na região. Sem mencionar a política de Uma Só China, ele ainda afirmou: “as políticas relevantes da Índia são bem conhecidas e consistentes”.
Reagindo às declarações, Sun Weidong, embaixador chinês em Nova Delhi, pediu no sábado, 13, que a Índia mantenha sua posição de reconhecer a política de Uma Só China, declarando: “Esperamos que o lado indiano possa reiterar abertamente sua política de Uma China, como muitos outros países”.
"O princípio Uma China é a base política das relações China-Índia", disse ele, acrescentando que os laços entre os dois países estão "vendo um ímpeto positivo".
O embaixador Sun ainda reiterou a posição de Pequim de que os EUA e Pelosi foram os únicos responsáveis pela tensão desencadeada em Taiwan, incluindo as sanções à parlamentar.
As declarações dos diplomatas ocorreram após o anúncio de que o Exército indiano conduzirá exercícios com militares americanos a menos de 100 quilômetros da fronteira do país do sul da Ásia com a China. O exercício anual acontecerá de 18 a 31 de outubro a uma altitude de 10.000 pés, em Auli, nos Himalaias de Uttrakhand, e se concentrará no treinamento de combate em alta altitude. A região é palco de disputas letais entre China e Índia.
Especialistas disseram que o posicionamento de Bagchi sobre a questão de Taiwan visa manter um equilíbrio entre a China e os EUA para maximizar interesses nacionais indianos.
"Bagchi não fazer uma afirmação clara de que a Índia apoia o princípio de Uma Só China é na verdade uma prática convencional do país por uma década ao abordar a questão de Taiwan, embora tenha sido um dos primeiros países a reconhecer que existe apenas um China", disse Qian Feng, diretor do departamento de pesquisa do Instituto Nacional de Estratégia da Universidade de Tsinghua, ao Global Times.
Qian observou ainda que há sinais mostrando que as relações China-Índia estão de fato melhorando, mas os laços ainda estão em um nível baixo devido ao impasse na fronteira, à cooperação da Índia com os EUA no Indo-Pacífico e à opinião pública desfavorável nos dois países. (Com Bloomberg).
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: