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Polícia bloqueia marcha contra o racismo em Paris e protesto termina em violência

Em Paris, cerca de 15 mil pessoas se concentraram na Praça da República no início da tarde, após convocação do Comitê Adama Traoré, jovem morto pela polícia em 2016

Policiais cercaram manifestantes e tentaram dispersar a manifestação antirracismo com bombas de gás lacrimogênio neste sábado (13) em Paris (Foto: THOMAS SAMSON)
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Da Rádio França Internacional - Milhares de pessoas saíram às ruas da França neste sábado (13) para protestar contra o racismo e as violências policiais. Em Paris, militantes se reuniram na Praça da República, centro da capital francesa, mas não puderam deixar o local para a realização de uma marcha devido a um bloqueio policial. Violências entre manifestantes e a polícia foram registradas no final do ato.

Paris, Lyon, Bordeaux: milhares de manifestantes participaram de mobilizações promovidas por organizações de direitos humanos e o movimento negro da França. 

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Na capital francesa, cerca de 15 mil pessoas se concentraram na Praça da República no início da tarde, após convocação do Comitê Adama Traoré, jovem morto pela polícia em 2016. Os participantes do ato pretendiam realizar uma marcha até a Praça da Opéra, um percurso de cerca de 2,5 quilômetros pelo centro de Paris. No entanto, a polícia cercou as ruas em torno do ponto de partida do cortejo, impedindo que os manifestantes pudessem circular pelas ruas em direção ao destino previsto.

Para Jean-Luc Mélenchon, líder do partido da esquerda radical França Insubmissa, a atitude da polícia foi "odiosa". "É uma maneira de incentivar um clima pesado na França", afirmou, apelando às autoridades que permitissem as pessoas se deslocar.

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O Ministério do Interior indicou que a marcha não foi declarada e que, devido à pandemia de coronavírus, reuniões públicas de mais de dez pessoas estão proibidas. No entanto, Assa Traoré, líder do Comitê Adama Traoré e irmã do jovem morto pela polícia em 2016, afirmou que as autoridades foram informadas sobre o trajeto do cortejo. 

Morte de Adama Traoré

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A militante discursou na Praça da República, convidando o público a "denunciar a recusa da justiça" em apontar os culpados pela morte do irmão, além a "a violência social, racial e policial". A jovem também exigiu uma nova investigação sobre os policiais envolvidos no caso. Ninguém foi responsabilizado pela morte de Adama Traoré até hoje.

Na multidão, jovens utilizavam camisetas pretas com a mensagem: "Justiça". Manifestantes carregavam cartazes com frases como "Enquanto não tivermos justiça, vocês não terão paz" ou "Queremos ser a última geração a protestar contra o racismo".

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No final da tarde, muitos manifestantes desistiram de marchar e deixaram a Praça da República pelos poucos acessos permitidos pelos policiais. Centenas se reuniram em torno de um palanque com carro de som organizado pelo Comitê Adama Traoré e continuaram o ato de forma pacífica.

Na insistência de alguns manifestantes em passar pelas ruas bloqueadas, a polícia os cercou e atirou bombas de gás lacrimogênio para dispersá-los. Alguns reagiram atirando garrafas e pedras e confrontos foram registrados nas últimas horas da manifestação. 

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No início da noite, quase cinco horas depois do início da mobilização, um grupo de black blocs vandalizou a vitrine de uma loja de telefonia nos arredores da Praça da República. No mesmo momento, o Comitê Adama Traoré pediu que os manifestantes pacíficos deixassem o local e finalizou o evento para que a manifestação não fosse associada às violências.

Outros atos pela França

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Em Bordeaux, no oeste do país, cerca de 500 pessoas desfilaram em um clima tranquilo. Em Lyon, no centro, cerca de dois mil manifestantes exigiram "verdade e justiça", gritando o nome de "Mehdi, Bilal e Wissam", jovens mortos pela polícia na região.

Revoltados por serem acusados de racistas, policiais também protestaram em várias cidades francesas na sexta-feira (12). Frédéric Lagache, do sindicato de polícia Alliance, afirma que os membros das forças de segurança estão "magoados e tiveram sua honra ferida". Segundo ele, os policiais merecem ser recebidos pelo presidente francês, Emmanuel Macron. 

O chefe de Estado realizará um pronunciamento no domingo (14) em cadeia nacional de rádio e televisão e deve se pronunciar sobre a questão. A revolta dos policiais se concentra principalmente na figura do ministro do Interior, Christophe Castaner, acusado de ter "abandonado" a categoria. Na semana passada, ele anunciou que a polêmica técnica chamada de "estrangulamento", para imobilização por asfixiamento de um indivíduo durante uma intervenção, não poderá mais ser utilizada, irritando ainda mais os policiais. 

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