Prisão de Putin será vista como declaração de guerra, alerta Medvedev a países do TPI
Os EUA instaram todos os membros do TPI a cumprir a ordem de prisão emitida pelo tribunal contra Putin. Até mesmo Brasília sugeriu fortemente que poderia prender o presidente russo
247 - O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, alertou países estrangeiros das retaliações que virão caso seja cumprida ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o presidente russo, Vladimir Putin.
Na semana passada, o TPI decidiu emitir um mandado de prisão contra Putin por conta de supostos crimes de guerra que teriam sido cometidos pelas tropas russas durante a operação militar em curso na Ucrânia. A Rússia, que não reconhece o TPI, prontamente rejeitou a ordem, chamando-a de "nula e sem efeito".
Moscou também nega ter cometido o crime citado pelo tribunal, de "deportação de crianças", considerando que essas pessoas foram forçadas a fugir do Donbas por conta das brutalidades de Kiev contra a população russófona.
“Imaginemos a situação (…) O chefe de Estado de uma potência nuclear viaja, digamos, para a Alemanha e é detido. O que é isto? Uma declaração de guerra contra a Rússia”, declarou Medvedev, atual número dois do Conselho de Segurança russo, conforme a AFP.
Se isto acontecer, “todas as nossas capacidades, como mísseis e outros, serão direcionados contra o Bundestag (Parlamento alemão), o gabinete do chanceler e assim por diante”, acrescentou Medvedev.
Os Estados Unidos, via o secretário de Estado Antony Blinken, instaram todos os membros do TPI a cumprir o mandado de prisão contra Putin. No entanto, os próprios EUA não reconhecem o TPI e pressionam sabendo que nunca serão perseguidos por Haia.
O chanceler Mauro Vieira sugeriu fortemente em uma entrevista ao jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, que Putin poderia ser preso se viesse ao Brasil, uma vez que o país reconhece o TPI.
O tribunal não tem força policial própria e depende dos Estados-membros para cumprir prisões.
