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Mundo

Prossegue na Colômbia violência contra movimentos sociais

Em plena vigência do Acordo de Paz entre a ex-guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo (Farc-EP) e o governo nacional, o país continua sendo palco do assassinato de dirigentes e ativistas de movimentos sociais

Em plena vigência do Acordo de Paz entre a ex-guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo (Farc-EP) e o governo nacional, o país continua sendo palco do assassinato de dirigentes e ativistas de movimentos sociais (Foto: Reinaldo)
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247, com AbrilAbril - O relatório "Todos os nomes, Todos os rostos", elaborado por várias organizações, revela que foram assassinados 283 defensores dos direitos humanos e dirigentes sociais desde a assinatura do acordo de paz. A Força Alternativa Revoluconária do Comum (Farc) defende a implementação total desses acordos, mas os líderes sociais continuam a ser assassinados.

De acordo com os dados divulgados pela Marcha Patriótica, a Cúpula Agrária, Étnica e Popular e o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), entre 24 de Novembro de 2016 – data da assinatura definitiva do acordo de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército Popular (Farc-EP) e o governo colombiano – e 14 de Maio último foram assassinados na Colômbia 283 "líderes sociais e defensores dos direitos humanos".

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O documento detalha que, em 2016 (de 24 de Novembro a 31 de Dezembro), foram assassinadas 14 pessoas; em 2017, 191; e este ano, até 14 de Maio 2018, 78. Foram, portanto, 283, segundo os registros cruzados das organizações referidas. O número de defensores dos direitos humanos e dirigentes sociais mortos na Colômbia sobe para 385 quando estes organismos têm em conta todo o ano de 2016 (em que foram mortas 116 pessoas).

No documento, cuja produção foi apoiada pela Fundação Heinrinch Böll Siftung Colombia, sublinha-se que, apesar de haver uma mudança de contexto no país sul-americano, fruto da assinatura do acordo de paz e do início dos diálogos entre o governo e o Exército de Libertação Nacional (ELN), se "registra um aumento da violência sociopolítica, que tem o seu reflexo no assassinato de dirigentes sociais, de defensores de direitos humanos e de ex-combatentes das Farc-EP».

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A este título, o texto refere que foram assassinados, no período referido, 63 ex-guerrilheiros e 17 familiares seus, acrescentando que seis ex-combatentes se encontram desaparecidos.

População e zonas de risco

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As populações que constituíram o alvo mais frequente da violência foram os "camponeses, indígenas, afrodescendentes, comunidades que participam em processos de substituição de cultivos de uso ilícito, líderes comunitários, defensores do meio ambiente e participantes em processos de restituição de terras", revela o documento, acrescentando que a "maioria deles se opunha a projetos mineiro-energéticos".

Relativamente aos territórios onde ocorreram os assassinatos, o documento refere que são zonas – altamente militarizadas – onde há interesses "tanto legais como ilegais na extracção de hidrocarburantes e minério", bem como do agronegócio e das grandes explorações pecuárias.

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Os departamentos com maior número de incidências foram o Cauca, seguido de Antióquia, Nariño, Chocó, Córdoba, Arauca e Norte de Santander, indica o documento, denunciando como "insuficientes" os esforços levados a cabo em nível institucional para frear a violência contra defensores dos direitos humanos e digentes sociais.

Se, na grande maioria dos casos, "os autores morais das mortes são desconhecidos", o relatório aponta o dedo às estruturas paramilitares existentes no país como grandes responsáveis pelos assassinatos, seguidas das forças de segurança pública, que "retomaram a doutrina militar", havendo registro de "detenções ilegais", bem como de "execuções extrajudiciais no departamento de Arauca".

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O texto refere ainda que se registrou um aumento do fenômeno do deslocamento forçado das populações dentro de territórios da Colômbia.

Farc denuncia perseguição em Bogotá

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No dia em que Maria Ruth Sanabria, sobrevivente da União Patriótica e defensora dos direitos humanos, saiu ilesa de uma tentativa de assassinato no município colombiano de Fortul (departamento de Arauca), a Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc) denunciou que os seus membros continuam a ser ameaçados e perseguidos em Bogotá.

Relatando na quarta-feira (23), em coletiva de imprensa, a existência de vários casos graves, o Conselho Político Distrital da Farc na capital colombiana denunciou a presença, em Bogotá, de "vários grupos criminosos sucessores do paramilitarismo", tendo exigido ao Estado colombiano que "tome medidas necessárias e urgentes".

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