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Se Brasil deixar, China ocupará mais espaços na América do Sul, diz especialista

Após a China superar o Brasil em indicadores do comércio com Argentina, especialista disse à Sputnik Brasil que se houver espaço, país asiático pode avançar ainda mais sobre América do Sul

(Foto: Reuters)
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Sputnik - Em abril, pela primeira vez, a China ganhou do Brasil como maior parceiro comercial da Argentina, que exportou US$ 509 milhões (aproximadamente R$ 2,494 bilhões) para os chineses, principalmente soja e carne bovina, aumento de 50,6% frente ao mesmo mês de 2019.

Por outro lado, as exportações argentinas para o Brasil somaram US$ 387 milhões (cerca de R$ 1,896 bilhão), queda de 57,3%. Em relações às importações, o mercado brasileiro permanece à frente dos chineses em vendas para a Argentina. Embora os chineses tenham encerrado abril com saldo positivo de US$ 98 milhões (aproximadamente R$ 480 milhões) na balança comercial com os argentinos, enquanto o Brasil sofreu déficit de US$ 132 milhões (cerca de R$ 647 milhões).

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Segundo o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, embora os valores dos indicadores "sejam pequenos", trata-se de um "dado preocupante", pois foram obtidos principalmente com soja e carne bovina, dois produtos tradicionais da pauta de exportações brasileira.

"A Argentina é um país importante para o Brasil, porque basicamente o Brasil exporta para a Argentina produtos manufaturados. E se o Brasil deixar espaço para que a China ocupe parte desse mercado, certamente ela se tornará mais agressiva e ocupará mais espaços, não apenas na Argentina, mas em toda a América do Sul", disse o especialista.

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Castro afirmou ainda que se o Brasil perder capacidade de vender produtos manufaturados para a região, especialmente para a Argentina, irá se tornar um "mero exportador de commodities".

Por outro lado, Castro avalia que, no futuro, a tendência é o comércio entre as nações sul-americanas se normalizar e o Brasil recuperar espaço.

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"Tem como recuperar esse mercado, é uma tendência natural que isso ocorra, não só pela proximidade física, mas também pelos laços que unem Brasil e Argentina. Só que não podemos deixar simplesmente que um mercado teoricamente cativo para o Brasil seja ocupado por um concorrente muito distante daqui", disse.

Para o presidente da AEB, um dos motivos que levaram a uma alta das exportações para a China é o fato do país asiático estar buscando estocar alimentos, pensando numa possível segunda onda do novo coronavírus.

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"O que a China está fazendo hoje é estoque de produto alimentício, principalmente soja e carne bovina. Ela está procurando comprar no mundo tudo aquilo que for possível, porque a China imagina que pode haver uma segunda onda do coronavírus. E se ela vier, quem tiver matéria prima, quem tiver alimentos, vai ter chances de se sair melhor", refletiu.

Além disso, Castro diz que a Argentina se aproveita desse alto potencial comprador chinês para vender grandes volumes de commodities,

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"A Argentina, em função da séria crise que passa nesse momento, precisa abrir mercados, precisa gerar divisas e, por sua vez, precisa gerar moeda local para atender o déficit fiscal interno", afirmou.

Bolsonaro e Fernández precisam 'falar mesmo idioma'

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O especialista disse ainda que, passados seis meses da posse de Alberto Fernández como presidente da Argentina, com uma pandemia global e crise econômica, ele e Jair Bolsonaro precisam "falar o mesmo idioma" e se reunir em prol de um interesse comum.

Após o resultado das eleições argentinas, Bolsonaro lamentou a vitória de Fernández. O chefe de Estado argentino, por sua vez, também criticou o presidente brasileiro.

"Está na hora de Brasil e Argentina se unirem", pediu José Augusto de Castro.

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