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Transferência de embaixada para Jerusalém não ficará sem resposta, diz governo palestino

O negociador-chefe palestino Saeb Erekat, em entrevista à Folha de S. Paulo, disse que "haverá consequências em diversos níveis, incluindo seu status nos fóruns internacionais e suas relações com os países árabes", caso Jair Bolsonaro efetive a transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém; "Esperamos que isso não aconteça. Mas, se acontecer, iremos tomar medidas políticas e econômicas em coordenação com nossos aliados, incluindo a Liga Árabe e a Organização para a Cooperação Islâmica", afirmou Erekat

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247 - O anúncio feito pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém não ficará sem resposta. É o que afirma o negociador-chefe palestino Saeb Erekat, em entrevista à Folha de S. Paulo, em matéria publicada nesta segunda-feira (17).

"Esperamos que isso não aconteça. Mas, se acontecer, iremos tomar medidas políticas e econômicas em coordenação com nossos aliados, incluindo a Liga Árabe e a Organização para a Cooperação Islâmica", afirmou Erekat, que é um dos principais líderes políticos palestinos e ganhou destaque nas negociações de Madri e de Oslo, nos anos 1990, para tentar encerrar o conflito árabe-israelense.

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Para ele, caso o Brasil confirme a medida, perderá seu "peso moral" no mundo. "Haverá consequências em diversos níveis, incluindo seu status nos fóruns internacionais e suas relações com os países árabes", disse ele, que também prevê boicote aos produtos brasileiros.

Jerusalém é reivindicada como capital pela Autoridade Nacional Palestina (ANP). Israel, com apoio dos Estado Unidos, tenta o mesmo status. A convenção da ONU pede que nenhum país tenha embaixada ali, justamente porque a questão é um dos pontos cruciais do conflito.

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Além dos EUA, que é antigo aliado do governo israelense, a Austrália e a Guatemala violaram essa regra e transferiram a sua embaixada para Jerusalém.

Erekat disse estar surpreso com as declarações de Bolsonaro, que chamou o povo palestino de "terrorista". "Foi triste, para dizer o mínimo, ouvir menções ao nosso povo como terroristas, que não merecemos ter relações diplomáticas. Por que alguém diria algo assim? Quando propôs encerrar a representação diplomática palestina no Brasil, Bolsonaro disse que não negocia com "terrorista". Ele estava falando sobre os terroristas [israelenses] que queimaram a família Dawabsheh viva em 2015? Sobre os extremistas que entram nos vilarejos palestinos todas as noites para aterrorizar a população civil?", questionou o líder palestino.

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E acrescenta: "Se ele realmente estava falando do povo palestino, talvez queira conversar om alguns dos mais de 100 mil brasileiros de origem palestina. Ou talvez queira ouvir os milhões de libaneses e sírios que também são cidadãos brasileiros. Eles são terroristas? Quiçá ele queira escutar suas histórias e, então, poderá perceber que os palestinos são como qualquer outro povo que quer viver com liberdade e dignidade".

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