TV 247 debate os 75 anos do Levante do Gueto de Varsóvia
A TV 247 fez nesta semana um programa especial para lembrar os 75 anos do Levante do Gueto de Varsóvia, que aconteceu entre abril e maio de 1943, pouco depois da invasão da Alemanha nazista na Polônia; Na ocasião, um levante organizado principalmente por jovens levou os judeus a morrerem lutando contra o exército alemão. Especialistas da cultura judaica analisam o fato histórico e também temas contemporâneos; Assista a íntegra do programa
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247 – A TV 247 fez nesta semana um programa especial para lembrar os 75 anos do Levante do Gueto de Varsóvia, que aconteceu entre abril e maio de 1943, pouco depois da invasão da Alemanha nazista na Polônia. Na ocasião, um levante organizado principalmente por jovens levou os judeus a morrerem lutando contra o exército alemão – poucos sobreviveram e a maioria foi levada para campos de concentração, onde morreu em câmeras de gás.
Participaram da conversa Celso Garbarz, que foi membro do comitê executivo da Anistia Internacional e da Ong B`tselem; Nelson Nisenbaum, ativista do movimento em defesa do SUS e pesquisador da história judaica; e Sérgio Storch, co-fundador da rede de judeus progressistas latino-americanos (J-AMLAT) e da frente inter-religiosa Dom Paulo Evaristo Evaristo Arns por justiça e paz.
Para Celso Garbarz, que hoje trabalha com educação com jovens na região do Grajaú, periferia da zona sul de São Paulo, o Levante do Gueto de Varsóvia, “além de ser um ato, foi uma necessidade”. A metodologia utilizada no Instituto Anchieta-Grajaú, dirigido por ele, é baseada na teoria de um judeu polaco que morre assassinado pelos nazistas junto com as suas 200 crianças que viviam no gueto, Janusz Korczak, lembra o educador.
Nelson Nisenbaum faz uma análise do cenário político atual e enxerga “uma profunda ameaça a direitos conquistados pela nossa sociedade”, além de uma ‘forte discriminação’ contra o PT nas manifestações políticas recentes pelos segmentos conservadores do Brasil. “Isso nos remete ao passado, e esse passado me toca profundamente. Não podemos permitir que a história do nazismo se repita, não conosco, mas em nenhum lugar do mundo”, diz.
Ele também aponta o “ressurgimento de um antissemitismo estrutural, que nos assusta”.
Sergio Storch destaca que o holocausto tem uma particularidade, por ter sido praticado “de forma industrial” e “cuidadosamente planejado” pelos nazistas, mas faz paralelo com outros extermínios de povos nessa escala ao longo da história. “O próprio Hitler se inspirava no genocídio dos índios norte-americanos. O genocídio na Namíbia foi o primeiro do século XX. O Rei Leopoldo I, da Bélgica, uma figura ‘civilizada’ e ‘grã-fina’, perpetrou um genocídio colossal no Congo Belga no século XIX”, resgata.
O conflito histórico entre o governo de Israel e palestinos foi um ponto importante do debate. Os participantes também desmistificaram algumas ideologias plantadas e espalhadas contra judeus, a exemplo do documento denominado Protocolos dos Sábios de Sião, “um livro que criou toda uma teoria conspiratória sobre a presença dos judeus na Europa e no mundo e identificou nos judeus um inimigo a ser combatido”, conforme a definição de Nisenbaun. Celso lembra que o texto chegou a ser distribuído como sendo verdadeiro a jovens de esquerda na USP.
A diferença entre antissionismo e antissemitismo também foi pauta do programa. Para Nisenbaun, toda crítica ao sionismo traz em si uma parcela de antissemitismo. Storch discorda: “eu não posso acreditar que pessoas como Noam Chomsky ou Judith Butler estejam sendo antissemitas em suas críticas ao movimento sionista ou ao Estado de Israel”.
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