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Um papa brasileiro pode salvar a igreja?

Cardeais se preparam para o início do conclave que irá eleger o novo papa; brasileiro dom Odilo Scherer é o nome mais forte da América Latina e um dos favoritos; "precisamos tomar a decisão certa", disse ele; líderes católicos escolhem o sucessor de Bento XVI no momento mais crítico da história da igreja romana, marcada por escândalos sexuais e financeiros

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Por Philip Pullella

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Cardeais da Igreja Católica rezaram no domingo por orientação espiritual antes de um conclave a portas fechadas para escolher um novo papa para liderar a Igreja em um dos períodos mais difíceis de sua história.

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Os cardeais vão realizar uma última reunião pré-conclave na segunda-feira para afinar a descrição do trabalho para o homem que eles considerarem mais capacitado para liderar uma igreja atingida por escândalos de abuso sexual em todo o mundo, bem como as acusações de corrupção no próprio Vaticano.

Os 115 cardeais que vão participar da eleição na terça-feira tiveram um dia de descanso antes da reunião pré-conclave, onde celebraram missas em Roma, no silêncio de capelas particulares ou em grandes catedrais e basílicas da capital.

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"O conclave está ao virar da esquina. Oremos para que o Espírito Santo dê à Igreja um homem que possa liderá-la seguindo os passos dos grandes Pontífices dos últimos 150 anos", disse o cardeal Angelo Scola de Milão, em sua Missa em Roma.

Scola, 71 anos, é considerado o principal candidato italiano para suceder o Papa Bento 16, que deixou 1,2 bilhão de fiéis na incerteza no mês passado, quando se tornou o primeiro pontífice em seis séculos a abdicar, em vez de governar por toda a vida.

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"Precisamos tomar a decisão certa", disse o cardeal de São Paulo, Odilo Pedro Scherer, de 63 anos, que é considerado candidato líder na América Latina, em sua missa pública em uma pequena igreja barroca acompanhada por simpatizantes e repórteres.

O cardeal de Boston Sean O'Malley pediu a Deus que "ilumine a Igreja" para os cardeais escolham um papa para confirmar a todos na fé.

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Outros cardeais, como Luis Antonio Tagle, de Manila, um dos cotados que é considerado um tiro no escuro, por causa de sua idade relativamente jovem, de 55 anos, manteve a discrição, permanecendo dentro de seminários ou outras instituições religiosas.

No Vaticano, a Praça de São Pedro estava estranhamente quieta, sem um papa pelo segundo domingo consecutivo. As janelas dos apartamentos papais com vista para a praça permaneceram fechadas.

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Bento 16, que é agora "Papa Emérito" e não tem autoridade residual sobre a Igreja, está no retiro papal de verão no sul de Roma, enquanto a sua residência permanente em um convento do Vaticano está sendo preparada.

"Este é um momento de crise global, mas também um momento de crise na fé," bispo italiano Rino Fisichella disse à televisão da Itália Tgcom24, acrescentando esperar que um novo papa apareça na janela no próximo domingo.

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Os 115 cardeais eleitores com menos de 80 anos de idade vão entrar na Capela Sistina, na tarde de terça-feira, e votar durante a noite. Eles vão votar quatro vezes até que um deles receba uma maioria de dois terços, ou 77 votos.

Se um papa não é eleito em dois ou três dias, significa que os cardeais estão seriamente divididos e podem ter que recorrer a um candidato azarão para encontrar consenso.

Nenhum conclave durou mais de cinco dias no século passado. O Papa Bento 16 foi eleito dentro de cerca de 24 horas em 2005, após quatro rodadas de votação. Mas desta vez, não há favoritos claros para assumir o comando da Igreja.

Além de Scola, da Itália, e Scherer, do Brasil, outros mencionados são Marc Ouellet, do Canadá, e cardeais dos EUA, como O'Malley ou Timothy Dolan de Nova York.

"Todos reconheciam Ratzinger como líder nas preferencias no dia do início do conclave. O mesmo foi verdade com Paul VI (em 1963) e Pio XII (em 1939)", disse o padre Tom Reese, historiador jesuíta e autor do livro "Inside the Vatican" ("Por dentro do Vaticano").

Com a grande maioria dos católicos que vivem agora fora da Europa, há uma pressão crescente para um pontífice de outra parte do mundo.

Muitos observadores acreditam que um papa latino-americano, asiático ou africano poderia chamar a atenção para a pobreza do hemisfério sul da mesma maneira que o polonês João Paulo colocou um holofote sobre a divisão Leste-Oeste depois que ele foi eleito em 1978.

(Reportagem adicional de Crispian Balmer, Tom Heneghan, Anna Valderama, Elly Biles e Naomi O'Leary)

Leia, ainda, noticiário da Agência Brasil, sobre as chances de dom Odilo:

Missionário diz que Dom Odilo reza para que Espírito Santo guie conclave

Renata Giraldi
Enviada Especial da EBC/Agência Brasil

Vaticano – Apontado por vaticanistas – especialistas em Vaticano – como um dos principais nomes para suceder o papa Bento XVI, o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, de 63 anos, está tranquilo, bem-humorado e rezando para que o Espírito Santo guie o conclave. Na próxima terça-feira (12), 115 cardeais dão início ao conclave que elegerá o sucessor de Bento XVI.

“Dom Odilo está contentíssimo e pregando para que o Espírito Santo indique a pessoa ideal [para ser escolhida como papa], seja ele ou outro”, ressaltou o diácono Inácio Almeida, da organização Araustos do Evangelho, que reúne missionários em 78 países.

Ao ser perguntado se dom Odilo preenche os quesitos para ser eleito papa, o diácono Almeida, que acompanha o cardeal em Roma e no Vaticano, respondeu: “O perfil de dom Odilo é o perfil da Igreja [Católica Apostólica Romana].”

O conclave – palavra de origem latina, que significa “com chave” – reúne os cardeais com menos de 80 anos. Dos 117 que estão nessa faixa etária, dois não participarão do conclave. A escolha do papa começa com uma missa, seguida por um juramento de segredo absoluto sobre todos os procedimentos. Dos cardeais eleitores, 50 foram nomeados por João Paulo II e 67 por Bento XVI.

No conclave estarão representados os cinco continentes, sendo que a Europa e a América Latina são os que têm mais cardeais. Em seguida, vem a América do Norte, a África, a Ásia e a Oceania, que tem apenas um cardeal. Os países com mais votos são a Itália, com 28 cardeais eleitores, os Estados Unidos, com 11, a Alemanha, com seis, o Brasil, a Espanha e a Índia, com cinco cada um.

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