União Europeia prepara embargo ao petróleo da Rússia, seu principal fornecedor

RT - A União Europeia está preparando um embargo total às importações de petróleo russo, informou o New York Times na quinta-feira. Dado que a Rússia é o maior fornecedor de petróleo do bloco e tal decisão teria consequências políticas e econômicas.

É por isso que as autoridades da UE estão esperando até depois das próximas eleições francesas para anunciar a decisão, informou o jornal.

O embargo proposto será colocado em negociação após a rodada final das eleições francesas em 24 de abril, disseram autoridades ao Times , reconhecendo que o aumento resultante nos preços dos combustíveis provavelmente prejudicaria o atual presidente francês Emmanuel Macron e impulsionaria seu adversário de direita, Marine. Le Pen, que atualmente está a cinco pontos percentuais de Macron.

Além de cinco rodadas de sanções econômicas impostas a Moscou, a UE já anunciou uma proibição gradual das importações de carvão da Rússia e o fim completo das compras de combustíveis fósseis da Rússia até 2030. No momento, a proibição do gás está fora de questão, pois o bloco depende da Rússia para cerca de 40% de seu gás natural. 

No entanto, a UE ainda depende fortemente do petróleo russo, que representa cerca de um quarto de sua oferta. A Alemanha é ainda mais dependente, comprando um terço de seu petróleo da Rússia.

Embora Berlim tenha voluntariamente vetado o oleoduto Nord Stream 2 e apoiado sanções a Moscou por causa do conflito na Ucrânia, seus líderes alertaram que uma proibição de todo o bloco às importações de energia russa derrubaria sua economia e dizimaria sua indústria.

“Impedir-se aos combustíveis fósseis da Rússia causaria uma perturbação massiva e instantânea” , escreveu Emily Haber, embaixadora de Berlim nos EUA, no Twitter na quarta-feira. “Você não pode ligar e desligar plantas industriais modernas como um interruptor de luz. Os efeitos indiretos seriam sentidos além da Alemanha, o motor econômico da UE e a 4ª maior economia do mundo”.

De acordo com o Times, funcionários da UE vão propor uma proibição faseada para garantir o apoio de Berlim.

O presidente russo, Vladimir Putin, também alertou que os líderes ocidentais prejudicarão seus próprios países ao interromper o fluxo de energia russa. “As consequências disso podem ser extremamente dolorosas, principalmente para os iniciadores da política” , disse ele após uma reunião com autoridades na quinta-feira. Putin também reconheceu que a produção da Rússia foi afetada por sanções ocidentais e que o país precisará adicionar novos oleodutos à sua rede para alcançar novos clientes na Ásia.

Se a UE cumprir o embargo relatado, uma catástrofe global no fornecimento de petróleo se seguirá, alertou o secretário-geral da Opep, Mohammed Barkindo, autoridades da UE na segunda-feira. Barkindo alertou os europeus de que seria “impossível” substituir os sete milhões de barris de petróleo bruto que entram no mercado da Rússia todos os dias e exortou-os a adotar uma abordagem mais “realista” para a transição energética.