União Europeia rechaça posição do Irã sobre acordo nuclear
Reafirmando a sua defesa do acordo nuclear com o Irã, as potências europeias signatárias do pacto rejeitaram nesta quinta-feira (9) o "ultimato" feito por Teerã, que na véspera anunciou que deixará de cumprir parcialmente o acordo, o que aumenta a tensão com o governo dos Estados Unidos
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AFP - Reafirmando a sua defesa do acordo nuclear com o Irã, as potências europeias signatárias do pacto rejeitaram nesta quinta-feira (9) o "ultimato" feito por Teerã, que na véspera anunciou que deixará de cumprir parcialmente o acordo, o que aumenta a tensão com o governo dos Estados Unidos.
O Irã anunciou na quarta-feira que deixará de aplicar dois de seus compromissos do acordo internacional assinado em 2015 com Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha, uma resposta à decisão unilateral de Washington de abandonar o pacto em 2018 e restabelecer sanções.
Teerã ameaçou ainda renunciar a outros compromissos, caso os demais signatários do acordo não encontrem uma solução no prazo de 60 dias para aliviar os efeitos das sanções americanas contra o Irã, em particular nos setores petroleiro e bancário.
"Rejeitamos qualquer ultimato e avaliaremos o cumprimento por parte do Irã de seus compromissos nucleares", advertiram Alemanha, França e Reino Unidos, assim como a Alta Representante da UE para Política Externa, Federica Mogherini, em uma declaração conjunta.
Pouco depois, o presidente francês Emmanuel Macron considerou que "sair do acordo nuclear de 2015 é um erro porque acaba com o que trabalhamos. É por isso que a França continua e vai continuar, e desejo profundamente que o Irã também continue".
"Não podemos cair na febrilidade, cair numa escalada. É preciso trabalhar pela nossa segurança coletiva, e, portanto, para preservar a presença do Irã neste acordo", acrescentou o presidente.
Em um clima de crescente tensão entre Irã e Estados Unidos, que anunciou na terça-feira o envio de bombardeiros B-52 ao Golfo, os europeus pediram a Teerã que evite uma escalada e lamentaram a adoção por Washington de novas sanções.
Horas depois do anúncio da República Islâmica, o governo americano de Donald Trump voltou a endurecer as sanções.
"Autorizar o aço e outros metais iranianos em seus portos não será mais tolerado", advertiu Trump aos demais países.
Os países europeus também expressaram grande preocupação com a decisão de Teerã de não aplicar dois compromissos assumidos no âmbito do acordo internacional sobre seu programa nuclear.
"Seguimos totalmente comprometidos com a preservação e a plena implementação do acordo nuclear, uma conquista essencial na arquitetura global da não proliferação nuclear, que está dentro do interesse da segurança de todos", afirma o comunicado, que também faz um apelo ao Irã para que se "abstenha de qualquer escalada".
"Esperamos que o Irã siga respeitando os formatos e mecanismos estabelecidos pelo acordo nuclear", afirmam os três países e a UE.
Validado por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, o acordo permitiu ao Irã obter uma suspensão parcial das sanções internacionais, em troca de limitar seu programa nuclear.
Mas por considerar que o acordo não oferecia garantias suficientes, Donald Trump retirou seu país do pacto há apenas um ano e restabeleceu sanções contra Teerã, o que afetou duramente sua economia e as relações comerciais com outros países.
Apesar da promessa dos demais signatários de permitir que o Irã se beneficiasse das vantagens econômicas do acordo, o mecanismo criado pela UE para manter o comércio e evitar as sanções dos Estados Unidos não permitiu nenhuma transação.
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