Velório de Mandela tem superlotação no último dia
Dezenas de milhares de admiradores lotaram nesta sexta-feira um complexo governamental em Pretória para se despedir de Nelson Mandela; às 7h30 (3h30 em Brasília), 50 mil pessoas esperavam o transporte nos estacionamentos; é possível que nem todas consigam ver o corpo do líder da luta contra o apartheid
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Por Peroshni Govender
PRETÓRIA, 13 Dez (Reuters) - Dezenas de milhares de admiradores lotaram nesta sexta-feira um complexo governamental em Pretória para se despedir de Nelson Mandela, no último dia do velório do herói da luta contra o apartheid.
Tamanha era a aglomeração no edifício Union Buildings que o governo precisou pedir a outros interessados em ver o corpo de Mandela que se afastassem da área de estacionamento e embarque montada para levar o público até o velório.
"Não podemos garantir que todas as pessoas que estão no momento nas filas nos vários centros terão acesso ao Union Buildings", disse o governo em nota. Às 7h30 (3h30 em Brasília), 50 mil pessoas esperavam o transporte nos estacionamentos.
As filas se alongavam por quilômetros a partir do complexo governamental, no alto de um morro, chegando ao centro da cidade.
O corpo do primeiro presidente negro da África do Sul está sendo velado pelo terceiro e último dia antes de ser levado no sábado, por via aérea, até Qunu, aldeia onde ele foi criado, na província do Cabo Oriental. O enterro será no domingo.
Mandela morreu na quinta-feira da semana passada, aos 95 anos.
"Não me importo de esperar, hoje é o último dia e preciso lhe dizer obrigado. Sou quem eu sou e estou onde estou por causa desse homem", disse Elise Nkuna, moradora de Johanesburgo, que contou ter tirado dois dias de folga para ver Mandela.
Passando diante do caixão, onde alguns se curvavam em sinal de reverência, era possível ver o corpo de Mandela em uma camisa de batique verde e dourada, um estilo que ele usava bastante e que ficou associado a Mandela. Seu rosto estava visível.
Na sexta-feira, Mandla, neto de Mandela, estava sentado ao lado do caixão, cumprimentando os passantes com sorrisos. Por causa do calor, capelães militares e médicos distribuíam garrafas de água e lenços umedecidos.
O público do velório superou de longe o dos dois dias anteriores. Cerca de 21 mil pessoas homenagearam Mandela na quarta-feira, e 39 mil na quinta-feira, segundo as autoridades.
Para ver o corpo na sexta-feira, algumas pessoas entraram na fila na véspera.
"Estamos com fome e com sede, e não temos dinheiro para comida. A ideia de que eu preciso estar aqui para prestar a homenagem me mantém", disse Leena Mazubiko, que veio a Pretória da província de Mpumalanga, no leste.
Antes do velório, Mandela já havia sido homenageado na terça-feira com uma cerimônia no estádio Soccer City, em Johanesburgo, com a presença de dezenas de chefes de Estado e governo.
Em comparação com aquele evento, o funeral de domingo será um evento mais restrito, com foco na família, mas algumas personalidades como o príncipe Charles, da Grã-Bretanha, e o ex-presidente norte-americano Bill Clinton estarão presentes. A cerimônia combinará a pompa militar com rituais tradicionais da etnia xhosa.
(Reportagem adicional de Olivia Kumwenda-Mtambo)
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