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Xenofobia na faculdade de Direito de Lisboa indigna estudantes brasileiros

Banca exibia pedras “para atirar a um ‘zuca’”, modo pejorativo para se referir a brasileiros; reitor da Universidade de Lisboa promete processo disciplinar, mas a Faculdade de Direito afirma que qualquer ação será alvo de uma “ponderação mais cuidada”

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Do Público - "Grátis se for para atirar a um 'zuca' (que passou à frente no mestrado)", lia-se num cartaz colado a uma caixa de madeira com pedras lá dentro.

A instalação apareceu esta segunda-feira, junto a uma banca nos corredores da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL). O acto foi imediatamente repudiado por alunos brasileiros da faculdade como uma demonstração de "xenofobia" e de "incitação à violência".

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"É inaceitável que uma universidade centenária como a UL aceite tais tipos de acto, que propagam a discriminação entre os povos e raças, além de disseminar a violência", denunciou ao PÚBLICO um aluno de mestrado daquela faculdade.

Inicialmente, e em comunicado, a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa começou por contextualizar o incidente, explicando que, "aproximando-se a data das eleições" para a Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa, "estão em curso acções de campanha organizadas pelos estudantes" num "espaço de liberdade de opinião e de incentivo à participação cívica responsável, convivendo com a autocrítica, o humor e a sátira".

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No entanto, e reafirmando "o respeito por todos os alunos, assim como com a respectiva diversidade cultural, étnica ou de proveniência", a direcção da faculdade afirma que, "mesmo em campanha eleitoral para os órgãos associativos dos estudantes, não serão toleradas quaisquer acções ofensivas relativamente a alunos" da instituição.

Processo disciplinar só após "ponderação mais cuidada"

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Ao PÚBLICO, porém, a subdirectora da faculdade, Paula Vaz Freire, dissocia o acto da campanha eleitoral: "Tratou-se de uma acção de um grupo que se chama 'Tertúlia' que faz acções satíricas à margem da campanha eleitoral. Portanto, nem é sequer um movimento que concorra às eleições para a Associação Académica".

O cartaz, explica a dirigente, foi imediatamente retirado das instalações. "A partir do momento em que a direcção tomou conhecimento, pediu de imediato para que fosse retirado o cartaz com uma alusão tida como ofensiva para alunos brasileiros", afirma Paula Vaz Freire, reiterando que "a direcção naturalmente repudia quaisquer atitudes impróprias de carácter xenófobo ou discriminatório".

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Os responsáveis pela acção foram identificados e a faculdade sublinha ter "todo o interesse em apurar os factos e agir em conformidade com aquilo que é a legalidade". Porém, a subdirectora explica que "não há, neste momento, da parte da faculdade, qualquer decisão relativamente a procedimentos disciplinares que poderão ou não ser tomados".

"Isso será objecto de uma ponderação mais cuidada e não em cima do acontecimento", acrescentou Paula Vaz Freire.

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Já o reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, garantiu à agência Lusa que vai avançar com um processo disciplinar ao sucedido nesta segunda-feira na Faculdade de Direito. "Não é admissível na UL nenhum comportamento de xenofobia e serão tomadas posições para punir exemplarmente os responsáveis", disse o reitor.

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