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Oásis

O museu de você: Histórias de cada um de nós

Em uma palestra comovente, o designer Jake Barton mostra e comenta algumas instalações destinadas a fixar memórias pessoais e também a de fatos importantes. Mostra também outros projetos que visam transformar o observador em participante ativo da exposição

Em uma palestra comovente, o designer Jake Barton mostra e comenta algumas instalações destinadas a fixar memórias pessoais e também a de fatos importantes. Mostra também outros projetos que visam transformar o observador em participante ativo da exposição (Foto: Gisele Federicce)
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Duas torres de luz produzidas por laser assinalam o local onde existiam as Torres Gêmeas, em Nova York, preservando assim a sua memória

 



Vídeo: TED – Ideas Worth Spreading
Tradução: Vivian Polikar. Revisão: Gustavo Rocha

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Um terço do mundo pode ver em tempo real o World Trade Center ruir em 11 de setembro de 2001; outro terço ouviu notícias sobre o ocorrido em 24 horas. Você lembra onde você estava quando esse atentado ocorreu? Exposições Museu e Memorial 11 de Setembro, prestes a inaugurar, irão refletir sobre a diversidade de experiências ao redor do mundo, naquele dia.

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Jake Barton durante sua conferência no TED

Desenhista e contador de histórias, Jake Barton é o diretor de mídia da Local Projects, empresa de design em Nova York. Ele é o criador de várias exposições interativas e digitais. Desde 2006, Barton e sua equipe trabalham na criação de media design para o Memorial e Museu 11 de Setembro.
Recentemente, a Local Projects foi premiada no concurso National Design Award winner for Interaction Design. Em 2011 já fora premiada como a segunda empresa mais inovadora pelo Fast Company magazine.

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Vídeo:

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Tradução integral da conferencia de Jake Barton no TED:

"Esse é Charley Williams. Ele tinha 94 anos quando essa fotografia foi tirada. Na década de 30, Roosevelt fez com que milhares e milhares de americanos voltassem a trabalhar, através da construção de obras de infraestrutura, pontes e túneis. Mas ele também fez algo interessante, que foi contratar algumas centenas de escritores para vasculhar a América e registrar a história dos americanos comuns. Charley Williams, um pobre arrendatário, não seria, normalmente, o objeto de uma grande entrevista. Mas Charley foi um escravo até os seus 22 anos. E as histórias da sua vida são um dos carros-chefes de histórias das experiências humanas de ex-escravos.

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Anna Deavere Smith disse que há uma literatura dentro de cada um de nós e, três gerações depois, eu era parte de um projeto chamado StoryCorps, criado para capturar a história dos americanos comuns, através de uma cabine pública a prova de som. A ideia é muito, muito simples. Você entre numa dessas cabines, entrevista sua avó ou outro parente. Você ganha uma cópia da entrevista e a entrevista vai para a Biblioteca do Congresso. É, basicamente, uma forma de criar um arquivo oral nacional de histórias com uma conversa por vez. E a questão é: quem você quer lembrar, se você tivesse apenas 45 minutos com a sua avó? É interessante, que o fundador, Dave Isay, considera – e nós sempre falamos disso - que na verdade esse projeto é um tanto subversivo, porque quando você pensa a respeito, o projeto não é sobre as histórias que estão sendo contadas, é sobre escutar. E é sobre as perguntas que você faz, perguntas que talvez você não tenha permissão para fazer em qualquer outro dia.

Com a moderna tecnologia dos celulares, qualquer pessoa pode gravar e memorizar os fatos que testemunha no quotidiano

Eu vou mostrar para vocês alguns rápidos trechos do projeto.

[Jesus Melendez falando sobre os momentos finais do poeta Pedro Pietri]

Jesus Melendez: Nós decolamos e, a medida que subíamos, antes de estabilizarmos, estávamos a 45.000 pés de altura, então, antes de estabilizarmos, Pedro começou a nos deixar. E a beleza disso é que eu acredito que há algo depois da vida. Você pode ver isso no Pedro.

[Danny Perasa para sua esposa Annie Perasa - casados há 26 anos]

Danny Perasa: Veja, a questão é que eu sempre me sinto culpado quando digo "Eu te amo" para você e, eu digo isso com tanta frequência. Eu digo isso para te lembrar que por menor que eu seja, está vindo de mim, é como ouvir uma linda música de um velho rádio, e é legal da sua parte manter o rádio na casa.

[Michael Wolmetz com sua namorada Debora Brakarz]

Michal Wolmetz: Então, esse é o anel que meu pai deu para a minha mãe, e nós podemos deixá-lo aí. E ele economizou e comprou esse anel e pediu minha mãe em casamento, então, eu pensei em dá-lo para você para que ele possa estar conosco neste momento também. Então, eu vou compartilhar um microfone com você, Debora. Cadê o dedo direito?Debora Brakarz: (chorando) MW: Debora, casa comigo, por favor? DB: Sim. É claro. Eu te amo. (Beijos) MW: Então crianças, assim foi como eu e sua mãe nos casamos, em uma cabine na Grande Estação Central, com o anel do meu pai. Meu avô foi um taxista por 40 anos. Ele costumava pegar as pessoas aqui todos os dias. Então, parece certo.

Jake Barton: Eu tenho que dizer que não escolhi essas amostras para fazer vocês chorarem, porque todas fazem vocês chorar. Todo o projeto é baseado nesse ato de amor que é ouvir. E o movimento de construir uma instituição de um momento de conversa e escuta é muito do que minha empresa, a Local Projects, está fazendo com nossos projetos em geral. Somos uma empresa de design de mídia e nós trabalhamos com uma ampla gama de instituições, construindo instalações de mídias para museus e espaços públicos.

Nosso último trabalho é o Museu de Arte de Cleveland, para o qual criamos um projeto chamado Galeria Um. A Galeria Um é um projeto interessante pois começou com essa grande expansão de U$350 milhões para o Museu de Arte de Cleveland e, nós trouxemos essa peça especificamente para aumentar a capacidade e atrair novos públicos, ao mesmo tempo que o próprio museu está crescendo.

Glenn Lowry, o chefe do MoMa, explica melhor quando diz: "Nós queremos que os visitantes parem de ser visitantes. Visitantes são passageiros. Queremos pessoas que morem aqui, pessoas que sejam donas disso."

Então, o que estamos fazendo são várias formas de as pessoas interagirem com o material dentro dessas galerias. Assim, você ainda pode ter uma experiência tradicional em uma galeria, mas, se você estiver interessado, você pode se envolver com qualquer obra de arte e ver o seu contexto original, de onde ela veio, ou até manipulá-la. Por exemplo, você pode clicar nessa cabeça de leão e aqui está sua origem: em 1300 A.C. Ou essa peça aqui, você pode ver a cama, o que realmente muda o jeito que você pensa sobre esse tipo de pintura. Essa é uma das minhas preferidas, porque você vê o próprio estúdio. Esse é o busto de Rodin. Você pode obter a sensação dessa incrível fábrica de criatividade. Isso te fazer pensar, literalmente, nas centenas ou milhares de anos da criatividade humana e como cada trabalho individual compõe uma parte da história. Esse é Picasso, claro que incorporando tanto do século 20.

A nossa próxima interface, que eu vou mostrar para vocês, aproveita essa ideia de linhagem da criatividade. É um algoritmo que te permite navegar pela coleção atual do museu usando reconhecimento facial. Essa pessoa está fazendo diferentes caretas, e o programa mostra quatro objetos diferentes da coleção que se relacionam com essa careta. E vocês podem imaginar que, à medida que as pessoas estão desempenhando dentro do próprio museu, você tem essa sensação de conexão emocional, essa forma com que nossas caras se conectam com milhares e dezenas de milhares de anos. Essa é uma interface que te permite desenhar e buscar quatro objetos que usam as mesmas formas do seu desenho. Assim, cada vez mais, estamos tentando achar formas de as pessoas realmente criarem coisas dentro do museu, de serem criativas, mesmo que olhando e entendendo a criatividade de outras pessoas.

Nessa parede, a parede de coleções, você consegue ver todas as 3000 obras ao mesmo tempo, e ainda pode criar a sua própria caminhada no museu e compartilhá-la. Alguém pode fazer um passeio com o diretor do museu ou com o seu priminho.

Mas, durante todo o tempo que trabalhamos nesse projeto para Cleveland, nós também trabalhamos, em paralelo, no nosso maior projeto até hoje, o Memorial e Museu de 11 de Setembro.

Nós começamos em 2006, como parte de uma equipe com Thinc Design para criar o plano diretor original do museu. Então, fizemos todo o design de mídia, tanto para o museu quanto para o memorial e, depois, a produção das mídias. O memorial foi inaugurado em 2011 e o museu irá abrir no próximo ano, em 2014. E vocês podem ver, através dessas imagens, que o local é tão cru e quase arqueológico. E claro, o próprio evento é muito recente, está em algum lugar entre a história e os eventos atuais. Foi um grande desafio imaginar como você faz jus a um espaço como esse e a um evento como esse, para realmente contar a história.

Então nós começamos com um novo jeito de pensar sobre a construção de uma instituição, através de um projeto chamado "Fazer História", que lançamos em 2009.Estima-se que um terço do mundo assistiu ao vivo ao 11 de setembro, outro terço ouviu sobre ele em 24 horas, tornado-o, por natureza, um momento sem precedentes de conhecimento global. Então nós lançamos o programa para captar as histórias de todo o mundo, através de vídeos, fotos, histórias escritas das experiências das pessoas naquele dia, o que foi, na verdade, um risco enorme para a instituição fazer seu primeiro filme em uma plataforma aberta. Mas isso ocorreu junto com essa cabine de histórias orais,realmente a mais simples que já fizemos, em que você se localiza em um mapa. É em 6 idiomas e você pode contar sua própria história sobre o que aconteceu com você naquele dia. Quando começamos a ver as incríveis imagens e histórias que vieram de todo o mundo - isso é obviamente parte de um trem de aterrissagem - nós realmente começamos a entender que existia essa incrível simetria entre o próprio evento, o jeito que as pessoas estavam contando as histórias do evento e como nós mesmos precisávamos contar essa história.

Essa imagem, em particular, realmente prende nossa atenção, porque resume o evento tão bem. Essa é uma foto do túnel Brooklyn-Battery. Um bombeiro está preso no trânsito, e, então, os bombeiros correm 2,4 km para o local, com mais de 30kg de equipamentos nas suas costas. E recebemos esse incrível e-mail que dizia: "Enquanto eu via milhares de fotos no local, eu, inesperadamente, vi a foto do meu filho. Foi um choque emocional, mas também, uma benção achar essa foto," e ele estava escrevendo porque ele disse: "Eu gostaria de agradecer pessoalmente ao fotógrafo por postar esta foto, que significou mais do que as palavras podem descrever ter acesso ao que, provavelmente, é a última foto tirada que eu vou ver do meu filho".

Isso realmente fez a gente reconhecer o que essa instituição precisava ser para conseguir contar a história. Não podemos ter apenas um historiador ou um curador narrando objetivamente, em terceira pessoa, um evento como esse, quando você têm as testemunhas da história que contarão do jeito delas através do museu.

Então, começamos a imaginar o museu, junto com a equipe de criação e os curadores,pensando que a primeira voz que ouviríamos dentro do museu seria a de outros visitantes.Assim, criamos essa ideia de uma galeria aberta chamada "Nós Lembramos". E eu vou mostrar para vocês apenas uma parte, mas vocês vão ter uma noção do que é realmente ir para esse momento no tempo e ser transportado para o passado.

(Video) 1ª Voz: Eu estava em Honolulu, Hawaí. 2ª Voz: Eu estava no Cairo, Egito.

3ª Voz: Na Champs-Élysées, Paris. 4ª Voz: Na faculdade, U.C. Berkeley.

5ª Voz: Eu estava na Times Square. 6ª Voz: São Paulo, Brasil.

(Múltiplas vozes)

7ª Voz: Era, provavelmente, 11 horas da noite.

8ª Voz: Eu estava dirigindo para o trabalho, às 5:45 da manhã, no horário local.

9ª Voz: Nós estávamos em uma reunião quando alguém entrou e disse: "Meu Deus, um avião acabou de bater no World Trade Center!"

10ª Voz: Tentando, freneticamente, achar um rádio.

11ª Voz: Quando eu ouvi no rádio...

12ª Voz: Ouvi no rádio.

(Múltiplas vozes)

13ª Voz: Eu recebi uma ligação do meu pai. 14ª Voz: O telefone tocou e me acordou. Meu sócio me disse para ligar a televisão.

15ª Voz: Então eu liguei a TV.

16ª Voz: Todos os canais na Itália estavam mostrando a mesma coisa.

17ª Voz: As torres gêmeas. 18ª Voz: As torres gêmeas.

JB: E você sai daí para esse espaço aberto, essa caverna. Essa é a chamada parede de contenção. É a parede original, escavada na base do World Trade Center, que resistiu a pressão do rio Hudson por um ano inteiro, depois do atentado. Então pensamos em manter essa sensação de autenticidade, de presença daquele momento na própria exposição. E nós contamos as histórias de quem estava dentro das torres através dessa mesma colagem de som. Estamos literalmente ouvindo as pessoas falarem sobre a visão dos aviões vindo em direção ao prédio, ou quando elas estão descendo as escadas. E enquanto você anda pela exposição, até onde fala sobre a recuperação, nós projetamos, diretamente sobre esses momentos de aço retorcido todas as experiências das pessoas que literalmente escavaram do topo da pilha. Assim, vocês podem ouvir as histórias... e as pessoas que estavam trabalhando nas brigadas, enquanto você está vendo as milhares de experiências deste momento.

E quando você sai do momento de narração das histórias, entendendo sobre o 11 de setembro, o museu volta a ser um local de escuta e fala com os visitantes, perguntando sobre suas próprias experiências no 11 de setembro. E nós fazemos perguntas que, na verdade, não têm uma resposta. O tipo de pergunta que o próprio evento do 11/09 faz para todos nós. Perguntas como: "Como a democracia pode dar liberdade e segurança ao mesmo tempo?" "Como 11/09 pode ter acontecido?" "Como o mundo mudou depois de 11/09?"

E essas histórias orais, que estamos registrando por anos, são misturadas com as entrevistas que estamos fazendo com pessoas como Donald Rumsfeld, Bill Clinton, Rudy Giuliani. A gente mistura essas diferentes personalidades e essas diferentes experiências e pontos de reflexão sobre o 11 de setembro. E de repente, a instituição, mais uma vez, vira uma experiência de escuta. Então, eu vou mostrar para vocês um pequeno trecho que fizemos com algumas dessas vozes, e vocês realmente podem sentir a poesia da reflexão de todos nesse evento.

(Video) 1ª Voz: 11/09 não foi apenas uma experiência nova-iorquina.

2ª Voz: É algo que dividimos e que nos une.

3ª Voz: E eu sabia, quando eu vi, que as pessoas que estavam lá naquele dia, que imediatamente foram ajudar pessoas conhecidas e desconhecidas iriam nos ajudar a passar por isso.

4ª Voz: Toda a manifestação de carinho e emoção que veio do nosso país é algo que realmente vai ficar para sempre comigo.

5ª Voz: Ainda hoje eu rezo e penso naqueles que perderam suas vidas, e naqueles que deram suas vidas para ajudar os outros, mas eu também me lembro do tecido desse país,o amor, a compaixão, a força, eu assisti a uma nação se unir no meio de uma terrível tragédia.

JB: E então as pessoas saem do museu, refletindo sobre a experiência e sobre seus próprios pensamento em relação a isso, e elas chegam ao espaço do memorial, porque eles voltaram um nível, e nós realmente nos envolvemos no memorial depois que trabalhamos no museu por alguns anos. O designer original do memorial, Michael Arad,tinha essa imagem na cabeça, de todos os nomes aparecendo indiferenciados, de forma quase aleatória, uma reflexão poética sobre a natureza de um ato de terrorismo. Mas foi um grande desafio para as famílias, para a fundação, certamente para os primeiros ajudantes, e houve uma negociação e uma solução foi encontrada para criar não uma ordem cronológica, ou alfabética, mas uma ordem através do que é chamado de adjacência significativa. Então, esses são grupos de nomes que aparecem sem diferenciação, mas na verdade em uma ordem, e nós, junto com Jer Thorp, criamos um algoritmo para processar quantidades massivas de informação e conectar todos esses nomes diferentes. Essa é uma imagem do próprio algoritmo com os nomes misturados para manter a privacidade,mas vocês podem ver que esses blocos de cor são os quatro voôs, as duas torres, o primeiros ajudantes, os diferentes andares. As linhas verdes são as conexões interpessoais que foram solicitadas pelas próprias famílias. Assim, quando você chega ao memorial, você consegue ver a organização global dentro das próprias piscinas individuais.Vocês podem ver como a geografia do evento está refletida nesse memorial, e vocês podem procurar o nome de uma pessoa, ou nesse caso, de um funcionário, Cantor Fitzgerald, e ver como todos esses nomes, centenas de nomes, estão organizados no próprio memorial,e usar isso para navegar pelo memorial. E mais importante, quando você está realmente no local do memorial, você consegue ver essas conexões. Você consegue ver as relações entre os diferentes nomes. E de repente, o que era um grupo indiferenciado e anônimo de nomes torna-se uma realidade, como uma vida. Nesse exemplo, Harry Ramos, que era o chefe da mesa de um banco de investimentos, parou para socorrer Victor Wald, no 55º andar da torre Sul. E Ramos disse a Wald, de acordo com testemunhas, "Eu não vou te deixar". A viúva de Wald pediu para que eles fossem listados um ao lado do outro.

Três gerações atrás, nós recrutamos pessoas para saírem e registrarem as histórias de pessoas comuns. Hoje, claro, há uma quantidade sem precedentes de histórias que estão sendo registradas para as futuras gerações. E essa é a nossa esperança, que existe poesia em cada uma das nossas histórias. Muito obrigado."

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