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Oásis

Parem a matança! Massacre de golfinhos no Japão e na Dinamarca

Mais uma vez, na semana passada, o Japão provocou indignação e protestos em todo o mundo por causa de uma horrível matança de golfinhos. O Japão e a Dinamarca são os dois principais países nos quais, com requintes de crueldade, o morticínio de cetáceos ainda é praticado com autorização dos respectivos governos

Mais uma vez, na semana passada, o Japão provocou indignação e protestos em todo o mundo por causa de uma horrível matança de golfinhos. O Japão e a Dinamarca são os dois principais países nos quais, com requintes de crueldade, o morticínio de cetáceos ainda é praticado com autorização dos respectivos governos (Foto: Gisele Federicce)
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Por: Luis Pellegrini

A cena se repete anualmente, de setembro a março, sempre com os mesmos protagonistas: centenas de golfinhos são encurralados pelos pescadores na baía de Taiji, na costa oeste do Japão, apesar do protesto de várias organizações ambientalistas. Além dos poucos que conseguem escapar, os golfinhos aprisionados têm dois destinos possíveis: ou são enviados para cativeiro, ou acabam esquartejados para consumo. Só na terça-feira, 21 de janeiro, foi trucidada quase uma centena desses animais. A lembrar que, com os chimpanzés, os golfinhos estão entre os mais inteligentes e sensíveis animais que vivem na face da Terra.

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Segundo a agência Reuters, pelo menos 200 golfinhos – incluindo adultos, crias e um golfinho albino, raro, que será mais valioso – estavam presos desde a sexta-feira, 17 de janeiro, na baía de Taiji. A CNN afirma que este ano eles serão cerca de 500 indivíduos, mais do que é habitual. Com a ajuda de barcos a motor e de redes de pesca, os animais foram levados para uma zona de águas pouco profundas, onde eram esperados por pescadores com roupas de mergulho e máscaras de snorkelling. Eles perseguiram os golfinhos aprisionados até à exaustão e prenderam-lhes as barbatanas com cordas, para impedir a fuga.

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Antes, os pescadores japoneses taparam o acesso à baía com uma lona para fugir dos olhares de ativistas ambientais e jornalistas, que tentavam filmar e fotografar o massacre. Mas o sangue dos animais espalhou-se pela água da baía, para lá dos limites da lona. "Foi usada uma barra de metal para lhes esfaquear a medula espinhal e os golfinhos foram deixados a sangrar, sufocar e morrer. Depois dos quatro dias traumáticos que passaram presos na enseada da matança, foram alvo de uma seleção violenta, separados da família, e finalmente foram mortos na terça-feira", disse à Reuters Melissa Sehgal, da organização ambientalista Sea Shepherd, que publicou online vídeos da matança.

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Ódio aos japoneses, avisa Yoko Ono

A desculpa das autoridades japonesas é sempre a mesma: Trata-se de uma antiga "tradição cultural" do país. Mas que tradição é essa?, pergunta-se. A tradição de infligir sofrimento até a morte? Na região dos Balcãs, no século 15, e apenas para citar um exemplo, existia a tradição cultural do empalamento, pela qual criminosos condenados e soldados inimigos eram desvestidos e amarrados sentados nas pontas de longas estacas e lá permaneciam, sangrando, até morrer. Deveriam então, os romenos e búlgaros, em nome da tradição cultural, continuar empalando seus inimigos até hoje? Baleias e golfinhos, como todos os demais animais altamente inteligentes ou em risco de extinção não são mais propriedade deste ou daquele país: São, todos eles, patrimônio da humanidade. Assim, com que direito o Japão (e também a Dinamarca, como veremos mais abaixo) massacram golfinhos que pertencem ao patrimônio mundial? Precisarão por acaso os japoneses e os dinamarqueses – duas das nações mais ricas do mundo - de mais alguns sushis ou filés de cetáceos para sobreviverem?

A matança foi fortemente criticada pela comunidade internacional. O embaixador do Reino Unido no Japão, Timothy Hitchens, e a embaixadora dos EUA, Caroline Kennedy, declararam-se contra essa prática. "O Reino Unido opõe-se a todas as atividades com golfinhos e botos, que causam sofrimentos terríveis. Levantamos esta questão regularmente com o Japão", declarou Hitchens, num comentário na sua conta do Twitter. Por seu lado, Caroline Kennedy mostrou-se "profundamente preocupada" com a matança.

Também a artista japonesa Yoko Ono, viúva do cantor John Lennon, e o ator Matt Damon apelaram aos pescadores que abandonem essa caça anual. Numa carta publicada na sua página de Internet, dirigida aos pescadores daquela localidade da província de Wakayama e ao primeiro-ministro japonês, Ono escreve: "A forma como insistem numa grande celebração da matança de tantos golfinhos e no rapto de alguns deles para vender aos zoos e restaurantes, neste tempo tão sensível politicamente, fará com que as crianças do mundo odeiem os japoneses."

A captura e matança de golfinhos é uma prática centenária naquela região e é fortemente defendida pelos moradores e pelas autoridades, que alegam que ela não está banida em nenhum tratado internacional e que a espécie não está em perigo de extinção.

Em 2009, Taiji ficou célebre em todo o mundo quando o documentário The Cove (A Enseada), premiado com um Oscar em 2010, denunciou a captura de golfinhos para parques aquáticos e o massacre de milhares para consumo. Em outubro, o município revelou um plano que promete nova polêmica: será criado um parque marinho, onde os turistas poderão nadar e fazer canoagem ao lado de golfinhos e baleias. Mais tarde, poderão comê-los na forma de delicados sushis e sashimis...

Vídeo da matança de golfinhos no Japão:


NAS ILHAS FAROE
Mais matanças de baleias e golfinhos

Uma média de 700 baleias-piloto e golfinhos são esquartejados brutalmente, quase sempre estando ainda vivos, todos os anos, nas Ilhas Faroe, um arquipélago situado no Atlântico Norte e pertencente à Dinamarca. Inteiros grupos familiares de baleias, conhecidas como "pods", são conduzidos para as praias onde os animais são mortos a golpes de facas e facões desferidos pelos moradores dessas ilhas. Essa modalidade de caça aos cetáceos tem sido praticada nas Faroe há séculos. No passado, ela era importante fonte de alimento para os habitantes daquele remoto e frio território, mas hoje a prática não passa de um hábito nefasto transformado muito provavelmente em simples válvula de escape da violência e da agressividade acumulada pelas pessoas que o praticam. As próprias autoridades dinamarquesas são as primeiras a advertir que a carne desses cetáceos já não é mais sadia e seu consumo tornou-se perigoso devido à grande quantidade de poluidores tóxicos (sobretudo mercúrio) que se concentram na carne e na gordura das baleias.

Em 2013, no entanto, mais de 700 baleias-piloto aterrorizadas foram levadas para as praias, perfuradas com ganchos de aço e arrastadas para a areia. Seus pescoços foram cortados com facas e facões, de maneira que os animais sangraram até morrer. Famílias inteiras de baleias foram trucidadas dessa forma: mães grávidas, mães com seus filhotes, todas passaram pela terrível agonia da morte violenta.

Embora o arquipélago das Faroe pertença à Dinamarca, as ilhas possuem suas próprias leis para regulamentar a caça às baleias.

Vídeo da caça às baleias-piloto nas Ilhas Faroe:


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