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Bolsonaro já cogitou renúncia, relata Alto Comando do Exército

O presidente Jair Bolsonaro já cogitou com ministros do Palácio do Planalto a possibilidade de renunciar ao cargo, caso considere não ter condições políticas para impor sua agenda ao Congresso e ao País

Bolsonaro já cogitou renúncia, relata Alto Comando do Exército (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Do BR 2pontos O presidente Jair Bolsonaro já cogitou com ministros do Palácio do Planalto a possibilidade de renunciar ao cargo, caso considere não ter condições políticas para impor sua agenda ao Congresso e ao País. A informação está em reportagem do jornal Folha de S. Paulo, publicada neste sábado 18, atribuída a relatos feitos entre integrantes do Alto Comando do Exército.

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Encurralado por uma relação desgastada com o Congresso, suspeitas que atingem um de seus filhos e manifestações populares contra seu governo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) compartilhou ontem um texto sobre as dificuldades de seu mandato dizendo que o Brasil "é ingovernável" sem os "conchavos" que ele se recusa a fazer, segundo a Folha.

A mensagem, distribuída pelo presidente em grupos de WhatsApp dos quais faz parte e atribuída por ele a um autor desconhecido, diz que o mandatário estaria impedido de atuar por não concordar com os interesses das corporações.

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O compartilhamento do texto por Bolsonaro elevou a tensão dentro do governo, entre aliados e representantes de outros Poderes, com interpretações divergentes sobre as intenções do presidente ao endossar a mensagem —publicada no sábado (11) em rede social por um filiado ao Novo-RJ e replicada em outros grupos.

Parte dos auxiliares do presidente no Palácio do Planalto diz que ele se deixa levar por teorias da conspiração espalhadas pelo grupo que segue o escritor Olavo de Carvalho e por influência de seus filhos —o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) já havia exposto conceitos do tipo em rede social.

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A mensagem chegou a motivar boatos acerca de eventual renúncia do presidente —alguns aliados viram nela um arcabouço narrativo para uma saída do cargo por culpa de resistências à suposta agenda antiestablishment de Bolsonaro.

Seria, para eles, uma espécie de "cenário Jânio Quadros", segundo o qual Bolsonaro poderia emular o presidente que renunciou em 1961 após oito meses de inação, colocando a culpa em supostas "forças terríveis".

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No Alto Comando do Exército, instância máxima do poder militar brasileiro, circulou um relato segundo o qual Bolsonaro disse a ministros palacianos que poderia renunciar se as dificuldades continuassem.

Segundo um general ouvido, a mensagem desta sexta seria uma sinalização pública do presidente a aliados, mas ele disse não acreditar que por ora isso seja mais do que um "chamado às armas" para os apoiadores numa das piores semanas do governo.

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Um auxiliar direto do presidente, porém, negou tal versão, considerando uma "plantação de militares" interessados em enfraquecer o presidente e seu núcleo duro.

Integrantes do Judiciário e do Legislativo dizem que o presidente recorreu à estratégia do ataque ao Congresso e ao STF para tentar "sair das cordas" naquele que é considerado o pior momento de seu governo.

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A distribuição do texto por Bolsonaro foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada depois pela Folha. Ao compartilhá-lo, o presidente escreveu que ele era "no mínimo interessante", apontando como "leitura obrigatória".

Após confirmá-la, o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, divulgou outro recado do presidente também sobre as dificuldades do mandato.

"Venho colocando todo meu esforço para governar o Brasil. Os desafios são inúmeros e a mudança na forma de governar não agrada àqueles grupos que no passado se beneficiavam das relações pouco republicanas. Quero contar com a sociedade para juntos revertermos essa situação e colocarmos o país de volta ao trilho do futuro promissor. Que Deus nos ajude!", afirmou.

Professor de finanças, escritor de livros na área, funcionário na CVM (Comissão de Valores Imobiliários) e filiado ao Novo-RJ, Paulo Portinho, 46, disse que o texto compartilhado por Bolsonaro é de sua autoria —e ficou assustado com a repercussão. "Já disseram que eu escrevi a carta de renúncia do Bolsonaro, que sou da CIA, que sou aluno do Olavo [de Carvalho]", brincou.

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