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Carvalho ao 247: “Há escaramuças indesejáveis”

Secretário-geral da Presidência aponta problemas na tensão entre o Judiciário e o Legislativo: "Não há crise institucional, mas existem questões pontuais que precisam ser superadas"; "Essas escaramuças indesejáveis", definiu; ele foi escalado pela presidente Dilma para representar o governo nas manifestações de 1º de Maio em SP; "A CUT e a Força têm agendas que, neste momento, o governo não pode assumir", asseverou; o ministro foi irônico sobre a participação do presidenciável Aécio Neves no ato da Força Sindical; "Foi bom ele ter aparecido, inclusive poderia ter vindo antes, nos anos mais difíceis, mas sempre é tempo de encontrar os trabalhadores"

Carvalho ao 247: “Há escaramuças indesejáveis” (Foto: Fabio Martins/Futura Press/Folha)
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Marco Damiani _247 – O feriado de 1º de Maio para o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, não teve sombra nem água fresca. Ele foi escalado pela presidente Dilma Rousseff para falar pelo governo nas duas maiores manifestações sindicais do País, ambas em São Paulo, organizadas pela CUT e a Força Sindical. A central ligada ao PT e próxima do governo quer apoio oficial para a redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas. Requer, ainda, o fim do fator previdenciário sobre as aposentadorias, assim como reivindica a Força.

A central oposicionista, de Paulo Pereira da Silva, está lançando uma campanha nacional pela volta do gatilho salarial, que reajustaria os vencimentos na iniciativa privada todas as vezes que a inflação ultrapassar a três por cento.

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"Neste momento, e eu disse isso aos sindicalistas tanto da CUT quanto da Força, o governo não tem a menor condição de assumir essas agendas. As prioridades são outras", rebateu Gilberto Carvalho em entrevista ao 247 no palanque montado pela CUT no Vale do Anhangabau, no centro de São Paulo.

"O gatilho, então, é impensável, especialmente pelo compromisso da presidente Dilma no combate à inflação. Esse mecanismo despertaria a memória inflacionária. É incompatível com a política econômica do governo", rechaçou Carvalho.
No palanque da Força Sindical, onde esteve antes de ir à manifestação da CUT, o ministro palaciano, no estratégico cargo desde o primeiro dia do governo Lula, lá se vão 12 anos e cinco meses, disse a Paulinho que a proposta do gatilho era "inconsequente". O sindicalista foi ríspido na resposta, ameaçando até um confronto físico com o homem de confiança de Lula e de Dilma. Mas não passou disso.

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"Primeiro de maio tem de ter tensão, é assim mesmo", refletiu, horas depois do incidente, o ministro ao 247. "Nosso governo só existe por causa desse tipo de luta. Toda essa politização, a mobilização que estamos vendo aqui, isso é muito saudável. O saldo é amplamente positivo para todos".


Carvalho disparou uma fina ironia na direção do presidenciável Aécio Neves, que discursou no 1º de Maio da Força Sindical. "Achei bom que ele apareceu por lá. Poderia ter aparecido bem antes, nos anos mais difíceis, é verdade, mas sempre é tempo de encontrar os trabalhadores", divertiu-se.

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- O sr. deve se sentir melhor aqui entre os amigos da CUT, comentou 247.

- São companheiros de luta, mas muito aguerridos, e que não abrem mão de pressionar o governo", definiu, para contar uma passagem que ocorrera minutos antes. "Acabei de ter uma discussão dura com os companheiros aqui a respeito da proposta deles de jornada de 40 horas semanais de trabalho e o fim do fator previdenciário", narrou. "Foi uma conversa forte, e eu tive de deixar bem claro que essas bandeiras não podem ser assumidas agora pelo governo. Não temos espaço, entre tantas questões, para incluir mais estas agora. Nem por isso eles vão abrir mão de lutar por elas. Isso é democrático".

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Certo do potencial de repercussão de suas palavras, o secretário da Presidência da República não se furtou a mandar um recado sutil para os políticos e os juízes que andam às turras no circuito Cogresso-STF. "Não há uma crise institucional", acredita ele. "O que há são escaramuças indesejáveis", completou, deixando claro o risco de uma delas criar uma problema maior. "Como disse a presidente Dilma, esse é um País de instituições estáveis e não há o menor risco de isso mudar em razão de problemas pontuais, mas é claro que eles têm de ser resolvidos".

Questionado sobre os recursos em série que vão sendo impetrados no STF pelos condenados na Ação Penal 470, entre eles o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, Carvalho aperta os lábios e exprime com simpatia: "Me inclua fora dessa, não tenho condições de opinar sobre isso".

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Do dia de intenso corpo a corpo com a massa de trabalhadores, entre bandeiras de todas as centrais sindicais, o petista de quatro costados Gilberto Carvalho completou sua missão com grande satisfação. "O melhor disso tudo é poder vir aqui na CUT, ir lá na Força Sindical, encontrar trabalhadores de diferentes correntes, e falar em nome do governo de cara limpa, sem medo de ver de frente, ser visto, falar e ouvir essas multidões", afirmou, referindo-se aos atos que reuniram milhares de pessoas. "As pessoas sabem o quanto estamos trabalhando, o quanto o Brasil progrediu e o quanto estamos fazendo. Há esse reconhecimento, isso está claro e ficou ressaltado neste Primeiro de Maio", avaliou.

Ao se despedir, o ministro fez questão de sublinhar: "Para nós do governo, esse contato é normal, saudável e vai continuar acontecendo sempre".

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