Caso Pimentel implode a aliança entre PT e PSDB em Minas
No se sabe se os ataques ao ministro do Desenvolvimento partiram de petistas que querem candidatura prpria contra Mrcio Lacerda em 2012(e que chegaram at a se imolar em praa pblica) ou de tucanos que temem a candidatura Pimentel em 2014; o certo que esse pacto esdrxulo est ruindo
As denúncias contra o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) geraram uma guerra de acusações entre PT e PSDB que pode repercutir na aliança dos partidos em torno da reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), em 2012, e na sucessão ao governo, em 2014.
Petistas e tucanos se acusam mutuamente de estarem por trás da divulgação de informações sobre os serviços de consultoria prestados por Pimentel, assim como de suspeitas de irregularidades no período em que o ministro comandava o Executivo da capital mineira e que ainda estão sob investigação.
A primeira suspeita do núcleo político da presidente Dilma Rousseff é que as denúncias sejam fogo amigo, com origem no vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho, e no deputado estadual Rogério Correia, ambos do PT. Os dois são favoráveis a uma candidatura própria em 2012 e radicalmente contrários à aliança com o PSDB em torno de Lacerda, posição defendida por Pimentel.
"O ministro tem certeza que partiu do Roberto (Carvalho), porque os dados publicados saíram de dentro da prefeitura, com grande riqueza de informações. Mesmo com muita suspeita, eu acredito que não", afirmou um interlocutor próximo de Pimentel. "O Rogério (Correia) pode ter sido motivador da coisa, mas não tem acesso à prefeitura", acrescentou.
Roberto Carvalho, que afirma ser amigo do ministro, negou qualquer relação com o vazamento das informações e atribuiu a integrantes do PSDB as denúncias e até as informações que levaram à suspeita de fogo amigo. "Isso é típico dos tucanos: plantam uma informação e jogam a responsabilidade para os outros", afirmou.
A postura é a mesma de Rogério Correia, que acusou o senador Aécio Neves (PSDB) de estar por trás das denúncias para tentar enfraquecer o nome de Pimentel para uma possível disputa eleitoral ao governo de Minas em 2014, contra um candidato do governo, atualmente nas mãos dos tucanos.
Leia reportagem anterior do 247 sobre o caso:
247 – O mais novo foco de denúncias do governo Dilma Rousseff não está na mira apenas da oposição. Indisposto com o PT de Belo Horizonte, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, virou alvo dentro do partido e a forma como ele vai lidar com as denúncias pode definir a sucessão na capital mineira em 2012.
A série de denúncias começou com a informação de que a consultoria de Pimentel faturou R$ 2 milhões nos últimos dois anos. Agora, começa a ser recuperado o possível envolvimento do ministro do Desenvolvimento com o esquema do Mensalão, e até a esposa de Pimentel entrou na linha de tiro. Presidente do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte, Thaís Pimentel teria autorizados obras proibidas pelo tombamento na reforma do estádio Mineirão.
Para o Palácio do Planalto, está claro que as denúncias contra Pimentel são alimentadas pelo diretório do PT em Belo Horizonte, que, enciumado pela grande presença e relevância do PSDB no governo local, rompeu a aliança com o prefeito Márcio Lacerda (PSB).
A crise teve seu ponto culminante (e foram vários pontos neste ano) na demissão de 17 assessores diretos do vice-prefeito Roberto Carvalho (PT). A comoção foi tão grande que um funcionário da prefeitura filiado ao PT se submeteu voluntariamente a chibatadas em praça pública para protestar contra a exoneração dos colegas.
Inconformado, Carvalho iniciou conversas com o PMDB para sustentar uma chapa de oposição à provável aliança PSB-PSDB – o convite do PSB ao PSDB já foi feito e até o PCdoB, histórico aliado do PT, aderiu à coligação. O problema é que, liderado por Pimentel, o PT nacional pretende forçar uma segunda coligação com o PSB, numa repetição do acordo que levou Márcio Lacerda à prefeitura – em acordo também firmado por Pimentel.
A avaliação entre os petistas dá conta de que a aliança com o PSB se mostrou desvantajosa para o partido logo nos primeiros meses de governo, quando ficou claro que o PSDB – que fazia parte apenas de uma coligação informal – teria mais espaço na gestão do que o imaginado inicialmente. O PT nacional conta com a manutenção da aliança para não prejudicar acordos com o PSB em capitais como Recife e Fortaleza.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, esteve em Minas recentemente para tentar baixar os ânimos e conversou tanto com o vice Roberto Carvalho, que pleiteia candidatura própria, quanto com Márcio Lacerda, e disse que não pretende pedir a exclusão do PSDB da aliança. Nem se for para interromper a sangria de Pimentel, presidente?
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