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Celso Amorim: governo de militares tem visão rasa do nacionalismo

O ex-chanceler Celso Amorim criticou neste sábado, 13, o nacionalismo "raso" dos generais ao avaliar o governo de Jair Bolsonaro; para ele, a preocupação das Forças Armadas é muito mais territorialista do que nacionalista; "A visão nacionalista das Forças Armadas não penetra fundo. Eles parecem incapazes de associar essa defesa territorial às implicações econômicas de certas decisões, dos riscos do avanço da visão neoliberal. Defendem o pré-sal, mas não se mostram preocupados com quem o explora, se a Petrobras ou a Shell. É um nacionalismo um pouco capenga" 

Celso Amorim: governo de militares tem visão rasa do nacionalismo (Foto: Wilson Dias/Agencia Brasil)
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247 - O ex-chanceler Celso Amorim criticou neste sábado, 13, o nacionalismo "raso" dos generais ao avaliar o governo de Jair Bolsonaro. Para Amorim, a retomada do diálogo e da eventual reconstrução do Brasil, acredita, passará pelos militares e pelo vice-presidente Hamilton Mourão.

"Este não é um governo militar, mas de militar. As Forças Armadas, creio, se juntaram ao Bolsonaro por razões diversas. Não me parece que havia uma ideia de levar o Brasil à redenção. Tradicionalmente, os militares ecoam o pensamento da chamada classe média. Por conta de suas funções, são levados a um convívio próximo com a elite e esse processo naturalmente alimenta um viés conservador nos oficiais. Diferentemente de 1964, eles não carregam desta feita uma ideologia pronta. A ideologia está em outros setores, entre os olavistas e a turma do Paulo Guedes. Os militares, a meu ver, introduzem elementos de moderação. E em muitos momentos, como temos visto, destoam da visão de Bolsonaro", avaliou Celso Amorim em entrevista à revista Carta Capital. 

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Para o ex-chanceler, que também foi ministro da Defesa no governo Dilma Rousseff, a preocupação das Forças Armadas é muito mais territorialista do que nacionalista. "Eles resistiram à base militar dos EUA no Brasil, que havia sido prometida pelo Bolsonaro. Precisamos conhecer os termos do acordo de uso da Base de Alcântara. Tenho certeza de que ele não é bom, mas não se compara a aceitar uma base do Exército norte-americano no País. O acordo, de qualquer forma, precisará ser aprovado pelo Congresso e vai estimular um debate. De qualquer maneira, a visão nacionalista das Forças Armadas não penetra fundo. Eles parecem incapazes de associar essa defesa territorial às implicações econômicas de certas decisões, dos riscos do avanço da visão neoliberal. Defendem o pré-sal, mas não se mostram preocupados com quem o explora, se a Petrobras ou a Shell. É um nacionalismo um pouco capenga", diz ele. 

Leia a entrevista na íntegra na Carta Capital

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