Dilma: ‘Excesso de partidos incentiva o fisiologismo’
A presidente eleita Dilma Rousseff afirma que a crise política que levou ao processo de impeachment se deve em parte ao que ela chama de "fragmentação do sistema político" brasileiro; "Esse sistema incentiva, por isso a importância de uma reforma política, a fisiologia, ele incentiva a fragmentação partidária, ele incentiva a perda de conteúdo programático dos partidos", diz a presidente; ela lembra FHC "precisava de três partidos para a maioria simples, e quatro partidos para obter dois terços para aprovar emendas constitucionais etc.; o presidente Lula precisou de oito partidos para a maioria simples, e 11 partidos para os dois terços. Eu precisei de 14 partidos para a maioria simples, e 20 partidos"; assista
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247 - A presidente eleita Dilma Rousseff afirma que a crise política que levou ao processo de impeachment se deve em parte ao que ela chama de "fragmentação do sistema político" brasileiro. "Esse sistema incentiva, por isso a importância de uma reforma política, a fisiologia, ele incentiva a fragmentação partidária, ele incentiva a perda de conteúdo programático dos partidos", diz a presidente em entrevista ao Diário do Centro do Mundo, que vai ao ar neste domingo (3) na TVT.
Dilma disse que o governo de Fernando Henrique Cardoso "precisava de três partidos para a maioria simples, e quatro partidos para obter dois terços para aprovar emendas constitucionais etc.; o presidente Lula precisou de oito partidos para a maioria simples, e 11 partidos para os dois terços. Eu precisei de 14 partidos para a maioria simples, e 20 partidos".
A presidente demonstra surpresa com o resultado de uma campanha de crowdfunding organizada por amigas na plataforma Catarse, que pede R$ 500 mil para bancar suas viagens pelo Brasil. A meta caminha para ser batida em três dias. "Eu não vou ficar parada", avisa Dilma.
Ela tem clareza da dificuldade de escapar do impeachment e dos desafios que virão com o mesmo Congresso. Diz-se otimista.
A ideia do plebiscito perdeu força. "Não depende da vontade do presidente e eu não posso, sozinha, propor algo sem ter o apoio necessário", afirma.
As conversas com os senadores têm sido frequentes. A perícia que apontou que não houve pedaladas lhe deu mais ânimo e mais argumentos sobre a fraude jurídica.
Supondo que voltasse, então, o que faria diferente? "Não vou mais fazer aquela composição. O presidencialismo de coalizão terminou", responde a presidente.
Mas como governará? "Teremos outras formas de relação com a população e o Congresso". A tal "governabilidade" não pode ser motivo para impedimento. "O Obama governa sem maioria e ninguém tentou tirá-lo porque é uma democracia madura", diz. "Aqui teremos também de lidar com esse fato. Não se trata de minha pessoa".
Temer como vice presidente foi um erro? Ela não sabia de quem se tratava? "Faz parte da traição a pessoa não mostrar suas reais intenções. Se mostrasse, não seria traidor."
Para Dilma, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) adquiriu um tamanho que não tinha a partir de janeiro de 2015, quando se elege presidente da Câmara. Ela deveria ter negociado com ele? "Não se negocia com o Cunha. Ele tem uma agenda que é dele. Ou você está de acordo com ele ou não tem acordo", afirma.
Abaixo o vídeo da entrevista.
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