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"Ex-vice do Rural aderiu à quadrilha por osmose"

Advogado da ex-vice-presidente do Banco Rural Ayanna Tenório, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira diz que a acusação do Ministério Público contra sua cliente na Ação 470 é "kafkaniana"; ele rebateu acusações de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha

"Ex-vice do Rural aderiu à quadrilha por osmose" (Foto: Edição/247)
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Agência Brasil – O advogado da ex-vice-presidente do Banco Rural Ayanna Tenório, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, afirmou hoje (7) que a acusação do Ministério Público contra sua cliente, no processo do mensalão, é “kafkaniana” e que ela aderiu à quadrilha “por osmose”, já que entrou no Banco Rural apenas em 2004. O defensor rebateu por quase uma hora as acusações de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha que Ayanna Tenório responde.

De acordo com Oliveira, a acusação se baseia em responsabilidade de "papel e não de conduta". "Como ela poderia saber que, de repente, mesmo inconscientemente, estava se envolvendo em uma trama diabólica, criminosa, um escândalo da República se documentos oficiais não a comunicavam de eventuais irregularidades?", indagou.

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“Por ter ingressado em abril de 2004 [no Banco Rural], é óbvio que Ayanna Tenório não participou de formação de quadrilha. Contudo, aderiu ao grupo organizado e ponto final? Aderiu como? Qual a tênue prova ou o tênue indício a demonstrar que ela aderiu? (...)Aderiu à quadrilha? Ganhou dinheiro? Protegeu o governo? O PT? Estava imbuída de algum ideal cívico para dar dinheiro à base parlamentar para que o governo pudesse fluir normalmente? Que história é essa? Ela pertenceu ao banco e só”, destacou Oliveira.

Para o advogado, a denúncia não é consistente. “A acusação contra ela é tão frágil que ficou inseguro o MP, na alegação de crimes imputados a ela. As lavagens [de dinheiro] começam em 60 e terminam em três. Não se diz o que ela fez”, alegou, referindo-se às citações do Ministério Público de lavagem de dinheiro que envolvem Ayanna.

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Oliveira admite que não tem provas para rebater as provas que foram apresentadas pelo Ministério Público, mas defende que nada deve, efetivamente, pesar contra Ayanna. "Rigorosamente nenhuma conduta é imputada a Ayanna. Nenhum fato é imputado concretamente à Ayanna Tenório. Em relação à Ayanna só há uma verdade. A verdade é que ela foi efetivamente diretora dentro do banco. Quando assumiu o compliance [área que verifica se as atividades de uma instituição estão em conformidade com a política dessa instituição] do banco, ela virou a culpada por tudo o que aconteceu", disse Oliveira.

Segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a executiva é integrante do núcleo financeiro e, junto com Vinícius Samarane, José Roberto Salgado e Kátia Rabello, praticou crimes para ocultar as fraudes consumadas na concessão e renovação dos empréstimos, além de lavagem do dinheiro obtido com os crimes praticados contra o sistema financeiro nacional. A acusação argumenta que empréstimos simulados pelo grupo disponibilizaram o valor de R$ 32 milhões para as duas agências de publicidade de Marcos Valério e para o PT.

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Oliveira rebateu diretamente a acusação de gestão fraudulenta e alegou que há necessidade de reiteração de conduta para o crime ser caracterizado.

O advogado destacou que Ayanna Tenório não trabalha mais para o Banco Rural e enfrenta problemas para se encaixar no mercado de trabalho. “Ela entrou [no Banco Rural] para sair na data certa. Entrou em 2004 e saiu em 2006. Ela está amargando um escanteio, uma marginalização do mercado, ela não está no banco. (..) O sofrimento é indelével. A pena da execração pública é perpétua e cruel. A absolvição a dará condições de voltar ao mercado de trabalho”, finalizou.

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