Fim do Tucanistão pode ferir de morte o PSDB
A pesquisa Ibope para a eleição de governo de São Paulo divulgada nesta terça (25) apresentou uma realidade dramática para os tucanos: João Doria tem enorme chances de terminar o primeiro turno em segundo lugar, atrás de Paulo Skaf; confirmada a derrota, estaria liquidado o longo período de hegemonia do PSDB em São Paulo, 23 anos consecutivos com governadores tucanos no estado; o fim do Tucanistão poderá ser a ferida de morte no PSDB em todo o país
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247 - A pesquisa Ibope para a eleição de governo de São Paulo divulgada nesta terça (25) apresentou uma realidade dramática para os tucanos: João Doria tem enorme chances de terminar o primeiro turno em segundo lugar, atrás de Paulo Skaf, e a projeção do segundo turno coloca-o derrotado pelo candidato do MDB por o 8 pontos percentuais (39% a 31%). Confirmada a derrota, estaria liquidado o longo período de hegemonia do PSDB em São Paulo, 23 anos consecutivos com governadores tucanos no estado. O fim do Tucanistão -como São Paulo ficou conhecido com o predomínio tucano- poderá ser a ferida de morte no PSDB em todo o país. O partido prepara-se para colher uma derrota histórica nas eleições.
A derrota de Doria significará um corte numa carreira política meteórica. De vitorioso nas eleições na capital paulista no primeiro turno em 2016 a possível derrotado dois anos depois é um revés enorme para aquele que apareceu como "fenômeno" na cena política, a melhor representação do desejo das elites do "novo", com os empresários invadindo a política e desmontando o Estado. Doria é a expressão máxima da transição do PSDB de partido social-democrata nos anos 1980 para a centro-direita, a direita e, agora, para o flerte com a extrema-direita.
Em conversa co Leonardo Attuch na TV 247 na manhã desta quarta-feira, o analista político Breno Altman afimou que Dória é "como um primo-irmão de Bolsonaro" e que tornou-se um político "neofascista cheiroso". Não por outro motivo, o ex-prefeito de São Paulo tem feito um movimento na direção de Bolsonaro, abandonando a candidatura de Alckmin. Há situação de desconforto e crise no PSDB em São Paulo, a ponto do sempre educado Alckmin ter respondido aos jornalistas que o perguntaram sobre o assunto na segunda-feira: "Dória é quem deve ser questionado [sobre o apoio a Bolsonaro]" -assista o vídeo de Attuch e Altman mais abaixo.
A crise espraia-se no PSDB país adentro. Em Minas, está praticamente oficializado o abandono dos caciques locais (Aécio e Anastasia) a Alckmin ainda no primeiro turno, como afirmou taxativamente o candidato a vice da chapa tucana, deputado Marcos Montes, num vídeo espantoso pela sinceridade (aqui).
Como o sociólogo Marcos Coimbra, do Vox Populi, tem afirmado na sequência de entrevistas de análise da campanha eleitoral à TV 247, esta eleição marca o ocaso do PSDB na vida política nacional.
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