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Freixo: apoio a Maia na Câmara é o suicídio da esquerda

Para o deputado federal, que começa o mandato no próximo mês e também se colocou como candidato à presidência da Câmara, não dá para se alinhar a quem recebe apoio do governo neoliberal de Bolsonaro; leia sua entrevista à CartaCapital

Freixo: apoio a Maia na Câmara é o suicídio da esquerda (Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil)
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247 - O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que começa o mandato no próximo mês e se colocou como candidato à presidência da Câmara, acredita que a esquerda comete suicídio se apoiar Rodrigo Maia (DEM-RJ) para comandar a Casa em mais uma legislatura. Em entrevista à CartaCapital, ele diz que não dá para se se alinhar com quem recebe apoio do governo neoliberal de Bolsonaro. Confia abaixo um trecho e leia aqui a íntegra.

Carta Capital: Este é o momento adequado para apresentar um candidato da esquerda à presidência da Câmara?

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Marcelo Freixo: É o momento crucial. A gente vem de um processo nos últimos três anos que não dá para ter uma amnésia a respeito do que aconteceu. A esquerda não pode fingir que não houve um golpe e simplesmente desejar ocupar a Mesa ou as comissões A, B ou C, e para isso aliar-se a golpistas. Quando Bolsonaro ganha, diz que vai acabar com o ativismo no país. Veja, o Brasil é o lugar onde 57 ativistas foram mortos em 2017, o maior número de assassinatos do tipo no mundo, atrás apenas de Filipinas e Colômbia. O principal cenário dessa tragédia é o campo. Mas Bolsonaro agora vai armar o latifúndio contra os "vagabundos do MST". Nós não vamos implementar derrotas ao Bolsonaro nos acordos internos do Congresso. Seus sinais e, agora, suas práticas nos impõem uma responsabilidade gigantesca de enfrentamento nas ruas e nos movimentos sociais. Temos de ter capacidade de diálogo dentro do Congresso, sim, mas principalmente ter capacidade de diálogo nas bases. Essa esquerda precisa repaginar-se, refazer-se, reorganizar-se. Quando vier a reforma da Previdência, PP, MDB e esses partidos responsáveis pelo golpe estarão ao lado de quem? Dos sindicatos? Não dá para a gente achar que a aliança que temos de fazer no debate da Câmara seja com esses setores.

CC: O que cabe à esquerda no Congresso?

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MF: Resgatar a Constituição de 1988. A gente precisa fazer com que o Congresso seja um instrumento de combate à desigualdade social. Bolsonaro é o único presidente nos últimos anos que, em seu discurso de posse, não falou em desigualdade, em miséria. Pior: isso estava em seu discurso escrito, mas ele retirou na hora da fala. Cabe à esquerda ter o enfrentamento à desigualdade social como eixo de um programa. Dessa forma, cabe estar ao lado dos movimentos sociais. E isso tem de começar agora, para desembocar em candidaturas às grandes cidades em 2020, que pode ser o início de uma inflexão dessa extrema-direita. É isso que está em jogo.

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