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Intensidade dos protestos será a pá de cal em Temer, avaliam aliados

Parlamentares ouvidos pela Reuters avaliam que a intensidade dos protestos marcados para os próximos dias e a capacidade do governo de responder às acusações vão determinar o futuro de Michel Temer na Presidência. Se os atos forem massivos, acreditam que o presidente será impelido a deixar o cargo; para o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), o governo Temer "acabou" e o mercado já "desembarcou"; "Politicamente ele perdeu a confiança. Ele vai passar alguns dias em agonia e jogar o país em agonia, em vez de nos libertar para ver qual é a solução", afirmou

Parlamentares ouvidos pela Reuters avaliam que a intensidade dos protestos marcados para os próximos dias e a capacidade do governo de responder às acusações vão determinar o futuro de Michel Temer na Presidência. Se os atos forem massivos, acreditam que o presidente será impelido a deixar o cargo; para o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), o governo Temer "acabou" e o mercado já "desembarcou"; "Politicamente ele perdeu a confiança. Ele vai passar alguns dias em agonia e jogar o país em agonia, em vez de nos libertar para ver qual é a solução", afirmou (Foto: Aquiles Lins)
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BRASÍLIA (Reuters) - Ao final de mais um dia de denúncias, parlamentares da base aliada acompanham com desconfiança a situação do presidente Michel Temer e esperam os próximos capítulos para definir a viabilidade do governo.

Parlamentares ouvidos pela Reuters avaliam que a intensidade dos protestos marcados para os próximos dias e a capacidade do governo de responder às acusações vão determinar o futuro de Michel Temer na Presidência. Se os atos forem massivos, acreditam que o presidente será impelido a deixar o cargo.

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Importantes grupos que estiveram à frente das passeatas pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff convocaram atos para o final de semana, mas desmarcaram nesta sexta, após a divulgação do conteúdo das investigações contra Temer. É possível que as manifestações de domingo fiquem mais restritas a grupos de oposição a Temer.

Um dos vice-presidentes do PSDB, Alberto Goldman afirmou que o partido decidiu permanecer na base de apoio ao governo Temer com o objetivo principal de garantir a continuidade da agenda de reformas. Para o tucano, sem a presença do PSDB no governo, principal parceiro do Executivo, é que as reformas não vão ser levadas adiante.

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"Se vai ser feita pelo Michel Temer ou por um novo presidente eleito pelo Congresso o fato mais importante é que essas reformas iniciadas são fundamentais para a retomada do crescimento econômico", disse ele.

As reformas trabalhista e da Previdência são também a aposta do Planalto para tentar manter o apoio a Michel Temer. Na quinta-feira, auxiliares próximos do presidente decidiram levar adiante às reformas como forma de enfrentar as denúncias contra o presidente.

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"Vamos insistir nas reformas. Se algum partido achar que não deve votar, explicite seus motivos para a sociedade e arque com as consequências", disse uma fonte próxima ao presidente.

A estratégia, no entanto, pode não ser suficiente. O governo já tinha dificuldades de encontrar os votos para aprovar a reforma da Previdência antes das denúncias e a avaliação é de que o quadro pode piorar agora.

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Goldman afirmou que, pessoalmente, acredita ser "muito difícil" que Temer permaneça à frente do comando do país após as revelações das delações da JBS.

"Mas não seremos nós que vamos decretar esse fim, não temos interesse que a situação degringole", observou.

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O tucano defende que, seja com Temer ou outro presidente, se busque uma solução para fazer a transição do país até as próximas eleições, em outubro do próximo ano.

Na quinta-feira, o PSDB ensaiou deixar o governo, mas decidiu segurar a situação por mais algum tempo. Depois do pronunciamento de Temer em que afirmou que não renunciaria, o presidente se reuniu com três ministros tucanos --Aloysio Nunes, das Relações Exteriores, Bruno Araújo, das Cidades, e Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo-- e pediu que mantivessem o apoio.

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Outros partidos estão em compasso de espera. "O momento é delicado, as denúncias são graves. É preciso aprofundar as investigações e com celeridade. Esperamos que as respostas sejam rápidas", disse o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho.

O deputado avalia que a situação do governo pode ser complicada se não houver uma resposta rápida e transparente. O partido, no entanto, ainda não planeja nenhuma ação. "Não vamos tomar decisões em cima de acusações", disse à Reuters.

Dos partidos da base, o PPS foi o primeiro a deixar o governo, mesmo que um de seus ministros --Raul Jungmann, da Defesa-- tenha decidido ficar.

Para o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), o governo Temer "acabou" e o mercado já "desembarcou" do presidente por considerar que ele não terá condições para levar adiante as reformas.

"Politicamente ele perdeu a confiança. Ele vai passar alguns dias em agonia e jogar o país em agonia, em vez de nos libertar para ver qual é a solução, quem será o substituto para blindarmos a economia", disse.

A reação da economia é uma das maiores preocupações do Planalto. O fato da bolsa ter subido e o dólar, caído, nesta sexta-feira, foi avaliado como bom sinal, mas há o temor de que a reação seja temporária e Temer tenha perdido a confiança do mercado de que seja capaz de tocar as reformas.

Durante o dia, a reação do Planalto foi de silêncio. O Planalto ainda tenta estabelecer uma estratégia de defesa e se chegou a cogitar uma outra fala do presidente ou ao menos uma nota refutando cada uma das acusações.

Ao final do dia, depois de muita insistência, a Assessoria de Comunicação da Presidência divulgou apenas uma nota curta.

"No diálogo com Joesley Batista, o presidente Michel Temer diz que nada fez pelo ex-deputado Eduardo Cunha. Isso prova que o presidente não obstruiu a Justiça. Michel Temer não recebeu valores, a não ser os permitidos pela Lei Eleitoral e declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Portanto, não tem envolvimento em nenhum tipo de crime".

(Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito)

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