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João Paulo Cunha: será que a elite calcula o risco de tirar Lula da eleição?

“Você tem um candidato com 35% dos votos e vai retirá-lo por causa de uma pena? Sem uma prova? Sem uma mala, sem áudio, sem crime?”, pergunta o ex-deputado João Paulo Cunha, em entrevista à TV 247, convencido de que a medida pode provocar uma inédita campanha de massa por votos nulos e brancos. “Este é um alerta à elite brasileira, que faz política, que comanda: eles estão calculando corretamente o que é retirar o Lula da eleição? Estão vendo qual é o desdobramento disso?”

“Você tem um candidato com 35% dos votos e vai retirá-lo por causa de uma pena? Sem uma prova? Sem uma mala, sem áudio, sem crime?”, pergunta o ex-deputado João Paulo Cunha, em entrevista à TV 247, convencido de que a medida pode provocar uma inédita campanha de massa por votos nulos e brancos. “Este é um alerta à elite brasileira, que faz política, que comanda: eles estão calculando corretamente o que é retirar o Lula da eleição? Estão vendo qual é o desdobramento disso?” (Foto: Leonardo Attuch)
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Por Paulo Moreira Leite e Leonardo Attuch

Num dos melhores momentos de uma entrevista exclusiva ao 247, o advogado João Paulo Cunha, que foi presidente da Câmara de Deputados entre 2003 e 2005, debate a hipótese de Lula ser impedido de lançar-se candidato pelo TRF-4, que vai examinar a condenação de 9 anos e seis meses assinada por Sérgio Moro.

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“Você tem um candidato com 35% dos votos e vai retirá-lo por causa de uma pena? Sem uma prova? Sem uma mala, sem áudio, sem crime?”, pergunta, convencido de que a medida pode provocar uma inédita campanha de massa por votos nulos e brancos. Recordando que, em geral, a soma de votos nulos e brancos já começa na faixa de 30%, ele prevê que a retirada de um candidato “com 35% dos votos” pode transformar a eleição num grande fiasco, escolhendo um presidente “absolutamente deslegitimado” pela exclusão de um candidato muito popular, que pode criar muitas dificuldades para o novo governo. “Este é um alerta à elite brasileira, que faz política, que comanda:  eles estão calculando corretamente o que é retirar o Lula da eleição? Estão vendo qual é o desdobramento disso?”

Líder dos metalúrgicos de Osasco, onde também foi vereador, duas vezes deputado estadual, duas vezes eleito como o deputado federal do PT mais votado no Estado de S. Paulo, em 2012 João Paulo Cunha foi condenado por corrupção passiva e peculato a 6 anos e quatro meses na Ação Penal 470, o mensalão. “Fiquei indignado” diz na entrevista, ao recordar que três auditorias independentes demonstraram sua inocência: “mostrei que não houve desvio de dinheiro público”. Ele diz que a certeza da própria inocência foi um dado importante para enfrentar a temporada atrás das grades. “Se você está seguro de que foi uma prisão injusta isso serve para refletir e se preparar para o pós-prisão, que é o mais difícil”.

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Referindo-se ao comportamento do Partido dos Trabalhadores nos anos que antecederam o julgamento, ele faz uma observação crítica: “A militância nunca nos abandonou. Mas é uma leitura política do período. O governo estava forte a partir de 2007. O PT estava muito forte. Mas muita gente achou o seguinte: jogamos alguns companheiros ao mar e o navio continua”.  

Diplomado e pós-graduado em Direito, depois que saiu da prisão João Paulo ganha a vida num escritório de advocacia. Impedido de candidatar-se a cargos eletivos até 2024, quando estará com 66 anos, ele acredita que nunca irá deixar a militância mas acredita que encerrou a vida pública como profissional, dizendo que é hora de dar espaço às novas gerações.

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Ele denuncia a Lava Jato como “uma versão em dose cavalar do mensalão” e se diz convencido da existência de um “ comando que impõe a nossa América, principalmente nessa ponta aqui de baixo”, que se dedica a perseguir lideranças populares no Brasil de Lula e outros dirigentes do PT, na Argentina de Cristina Kirchner e mesmo no Uruguai de José Mojica, “símbolo do desprendimento da política feita com amor,” lembrando que tem surgido “papéis que tentam comprometê-lo com episódios do passado remoto ditadura que governou o país vizinho. “Não são coincidências meras,” diz.

Confira, abaixo, a íntegra da sua entrevista:

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