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José Dirceu: Lula está perto da vitória, mas Bolsonaro pode tentar autogolpe

Para ex-presidente do PT, é necessário mobilização popular para defender eleições e garantir que governo Lula possa superar neoliberalismo; veja vídeo na íntegra

(Foto: Divulgação)
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OperaMundi - José Dirceu foi o convidado do programa 20 MINUTOS ENTREVISTA desta quarta-feira (22/06), do jornalista Breno Altman, e defendeu a necessidade de prevenção contra a possibilidade de um autogolpe por parte de Jair Bolsonaro, diante de uma possível derrota eleitoral em outubro. 

Uma forte mobilização popular durante a campanha é essencial para afastar esse risco, agravado pelo poder de mobilização de Bolsonaro: “se queremos vencer e criar uma vacina contra qualquer tipo de golpe, nada melhor que milhões e milhões de brasileiros na rua apoiando Lula”.

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Na avaliação do membro fundador do Partido dos Trabalhadores (PT), o caminho da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva está pavimentado, entre outros motivos, porque a expectativa de voto em Bolsonaro, em torno de 32% a 35%, não aumenta do primeiro para o segundo turno, o que indica uma consolidação da reprovação e da rejeição do atual presidente e de seu governo por dois terços do Brasil.

“Não existe só uma oposição popular progressista, nacionalista, de esquerda, socialista e democrata a Bolsonaro. Existe também uma oposição de direita liberal, que quer virar a página do bolsonarismo”, avalia o ex-ministro da Casa Civil no primeiro governo Lula. “A expressão maior dessa posição é a Rede Globo, a GloboNews e parte da mídia corporativa, que buscam uma terceira via, mas se opõem a Bolsonaro", finaliza.

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Isso não significa que a acomodação a um cenário favorável seja uma atitude aceitável por parte das forças progressistas. Dirceu identifica como sinais de alerta o precedente histórico aberto por Donald Trump nos Estados Unidos e as movimentações de Bolsonaro junto aos organismos que capturou, como o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e o comando das Forças Armadas. 

Ainda assim, ele considera improvável a adesão das Forças Armadas a uma aventura golpista de Bolsonaro, devido à situação internacional e à falta de apoio dentro do país. O golpe de 1964, lembra, contou com adesão da mídia corporativa, do grande empresariado, de vários governadores e das classes médias conservadoras, o que para ele não se repete agora. 

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“Todas essas forças hoje se opõem não ao golpe, mas ao caráter negacionista, obscurantista, autoritário e fundamentalista religioso do bolsonarismo. Não vejo como as forças armadas vão se opor ao país e violar a Constituição. Como vão se manter no poder?", questionou durante a entrevista.

Dirceu sublinha a necessidade urgente de que o Brasil enfrente e contenha os avanços das Forças Armadas na política. Lembra que, pela Constituição, os militares não podem fazer nem opinar sobre, e que países como Uruguai, Chile, Argentina, França e Estados Unidos recentemente afastaram para a reserva ou processaram militares autores de declarações ou ações políticas. 

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Nesse sentido, os partidos que compõem a coalizão em torno da chapa formada por Lula e Geraldo Alckmin devem deixar claro para o país que a atuação política de militares é inaceitável. “Ou é isso ou não há democracia, porque não pode haver uma disputa política entre os que estão com armas e o povo desarmado. A soberania popular é desarmada, se manifesta nas urnas", disse.

Dirceu compara a situação política e eleitoral brasileira com os recentes exemplos da Bolívia, que reprimiu um golpe de Estado e tem punido judicialmente os golpistas. Assim como da Colômbia, que acaba de eleger um presidente à esquerda, com uma vice mulher, negra e também de esquerda. 

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A aliança local mais ampla que esquerda e centro-esquerda, decorrente dos processos políticos desde 2013 e do golpe de 2016 contra Dilma Rousseff, impõe outra configuração ao país: "não vamos nos iludir que estamos elegendo Lula para fazer um governo com um programa do PT ou de esquerda. Vamos ter que trabalhar por momentos e etapas, e a primeira é derrotar Bolsonaro”.

Eleição de Lula

Mesmo diante desse arranjo, Dirceu defende que as diretrizes programáticas apresentadas nesta semana pela chapa Lula-Alckmin são suficientemente claras em aspectos fundamentais para a reversão das políticas adotadas a partir da Ponte para o Futuro, lançada em 2015 pelo então PMDB e da política econômica de Paulo Guedes no governo Bolsonaro.

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“Não acredito que a questão da reforma tributária ficou imprecisa. Se vai ser sobre lucros e dividendos ou sobre o imposto de renda de pessoa jurídica, é decorrência. O que ficou claro é que não pode continuar uma estrutura regressiva que expropria parte da renda da classe trabalhadora", declarou.

O ex-ministro interpreta como implícita a disposição de reverter políticas neoliberais por trás de menções do documento ao aumento de recursos para saúde, educação, ciência e tecnologia. 

Indagado por Altman se Lula, eleito, deveria decretar imediatamente estado de calamidade pública, com o objetivo de ultrapassar o teto de gastos em programas sociais emergenciais, Dirceu responde que essa pode ser uma opção, dependendo da situação internacional e da evolução na guerra entre Rússia e Ucrânia, mas prevê que haverá maioria parlamentar para revogar a emenda constitucional limitadora. 

Dirceu descreve uma vitória política histórica, ideológica e cultural por trás da intenção de voto que Lula detém hoje nas pesquisas e do ideário predominante, até em setores da elite, de que o Brasil precisa mudar e reduzir a desigualdade e de que a democracia está sob risco.

“Nossos governos não fizeram nenhuma gastança no setor social. O país cresceu, a arrecadação cresceu, o país ficou mais rico. Priorizamos o investimento social e acho que vamos ter que fazer de novo”, afirmou Dirceu. Para ele, é urgente a necessidade de retomar políticas sociais, que ele afirma inexistentes no bolsonarismo.

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