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Kassab aumenta assédio sobre PT em encontro com Haddad

Prefeito prometeu apoio das siglas PR, PDT, PSB e PC do B e tambm se ofereceu para negociar com igrejas evanglicas. Em troca, sugeriu seu secretrio de Educao, Alexandre Schneider (PSD), como candidato a vice-prefeito. A tese da aliana divide o PT

Kassab aumenta assédio sobre PT em encontro com Haddad (Foto: FILIPE ARAÚJO/AGÊNCIA ESTADO)

247 - Depois de propor uma aliança ao ex-presidente Lula na eleição municipal de São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) lançou uma ofensiva para atrair o pré-candidato do partido, Fernando Haddad.

Segundo a Folha, nos últimos dias, ele ligou para o ministro e para vereadores e deputados petistas em busca de apoio à ideia. Kassab prometeu levar para o lado de Haddad as siglas que apoiam sua administração, como PR, PDT, PSB e PC do B. Também se ofereceu para negociar com igrejas evangélicas em que seu partido tem influência, como Assembleia de Deus, Igreja Mundial, Renascer em Cristo e Igreja Internacional da Graça de Deus.

Em troca, sugeriu seu secretário de Educação, Alexandre Schneider (PSD), como candidato a vice-prefeito.

A tese da aliança divide o PT, mas ganhou o apoio do Diretório Estadual e de parte das bancadas na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa. "Nosso diálogo com Kassab não é artificial, irreal ou fora de contexto. O PT não pode mais ser um partido sectário", afirma o vereador Francisco Chagas, que conversou anteontem com o prefeito.

O deputado estadual João Antonio, ex-aliado da senadora Marta Suplicy que também foi procurado por Kassab, diz que a proposta de aliança deve ser discutida "sem preconceitos" no PT. "O importante para nós é eleger o Haddad. As alianças têm que ser negociadas com este objetivo", afirma.

Haddad conversou com Kassab na quinta-feira. Nos relatos que fez a aliados, o ministro evitou expressar opinião sobre a proposta.

Até o carnaval, o PT deve promover uma série de consultas a dirigentes locais para medir a aceitação da aliança com o PSD. O líder do partido na Câmara, Italo Cardoso, quer reunir os vereadores no dia 1º para discutir o tema.

"Mas a decisão será tomada em Brasília ou em São Bernardo", disse, numa referência ao Palácio do Planalto e à cidade onde mora Lula.