CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Poder

Lava Jato fere direitos e envenena democracia, diz Renan

Em pronunciamento duro no plenário do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) criticou a forma como vem sendo conduzida a operação Lava Jato; "Presenciamos o envenenamento da democracia pelo açodamento na desmoralização de homens públicos de bem. Já são 'condenados' antes mesmo da instauração de algum processo, uma afronta ao poder eleito", criticou Renan; segundo ele, a generalização é um dos "engodos de cruzadas moralistas que soterram os direitos fundamentais"

Renan (Foto: Aquiles Lins)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Agência Senado - Em pronunciamento na manhã desta quinta-feira (20), em Plenário, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) citou uma série de juristas que tem manifestado posições críticas à forma como vem sendo conduzida a operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Um dos citados por Renan foi Lenio Streck, que é membro da Academia Brasileira de Direito Constitucional (ABDConst). Para este jurista, a Lava-Jato é "uma performance, uma marca, como se fosse uma série de TV", e busca a criação de cenários junto à opinião pública visando o constrangimento de tribunais superiores, uma vez que estes podem reconhecer as irregularidades e nulidades nos processos.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

- Presenciamos o envenenamento da democracia pelo açodamento na desmoralização de homens públicos de bem. Já são 'condenados' antes mesmo da instauração de algum processo, uma afronta ao poder eleito - afirmou o senador, para quem a generalização é um dos "engodos de cruzadas moralistas que soterram os direitos fundamentais".

Abuso em prisões preventivas

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Renan também citou palestra dada pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, no 7º Congresso Brasileiro de Sociedades de Advogados. Sem se referir diretamente à Lava Jato, segundo o Renan, o ministro teria afirmado que as delações premiadas devem ser "espontâneas, não cabendo prender uma pessoa para fragilizá-la e assim obter a delação".

Mas para o senador, a maioria das delações no âmbito da Lava Jato padecem de "vício de origem", por não serem espontâneas. No caso da delação do executivo Claudio Melo, da Odebrecht, para Renan o registro em vídeo deixa clara a insistência do procurador em vincular seu nome a alguma irregularidade.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

- Mas como não tinha nada de criminoso pra relatar, o executivo disse ter entendido que terceiros falavam em meu nome, algo que jamais autorizei - disse.

Renan ainda lembrou que para Marco Aurélio Mello as detenções cautelares devem ser uma exceção, o que no entender do senador não é o método da Lava Jato, que adota como regra as prisões preventivas sem prazo.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"Denúncias sem substância"

Renan também chamou de "aberrações jurídicas" o inquérito e o pedido de instauração de processo criminal a que responde no âmbito da Lava Jato, informando já ter apresentado sua defesa preliminar.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Ele lembrou que o ex-ministro Teori Zavascki no final do ano passado havia devolvido ao Ministério Público a denúncia no mesmo dia em que a recebeu. O senador chamou a denúncia de "sem substância" justamente por se basear na "cantilena de terceiros" falando em seu nome.

- Denúncia precária e abertura de novos inquéritos surgem justamente quando o Congresso analisa propostas que punem o abuso de autoridade, e busca soluções para a sangria salarial provocada pelos auxílios inconstitucionais auferidos pelos procuradores - disse o senador.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

MPF ideológico

O senador disse ainda que o perfil político-ideológico dos procuradores ligados à Lava jato "é evidente", quando é utilizado como método o constrangimento a criminosos para que citem os "nomes desejados" em suas delações.

- Depois ganham de recompensa a isenção da pena e, pasmem, a regularização do que roubaram - criticou.

Lembrou ainda que a forma como é conduzida a Lava Jato já tem provocado divergências do MPF com a própria Polícia Federal, que também vê "seletividade" nas investigações, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo citada pelo senador. Ele também lembrou entrevista dada pelo delegado Maurício Moscardi à revista Veja, para quem as delações de Nestor Cerveró, Delcídio do Amaral e Sergio Machado "não passavam de disse-me-disse".

Renan também criticou o vídeo divulgado por procuradores da Lava Jato nas redes sociais contra o projeto que regulamenta o abuso de autoridade, dizendo que "um deles inclusive foi acusado de ter atrapalhado as investigações do caso Banestado".

Em apartes, a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) também disse "estranhar" a condução dada às delações de executivos da Odebrecht. Para ela, tal metodologia indica que "não querem combater a corrupção, ao fazer acusações generalizadas". Jorge Viana (PT-AC) também disse que "parece que tem gente, inclusive no Congresso Nacional, que apoia o abuso de autoridade".

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO