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Na fogueira, Mantega fala a revista e promete 'pibão'

Pressionado, ministro da Fazenda fala Isto Dinheiro sobre as medidas que o governo adotou para garantir o crescimento de 4,5% neste ano e diz que O Brasil ser um caso parte em 2012

Na fogueira, Mantega fala a revista e promete 'pibão' (Foto: Edição/247)
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247 - Na linha de fogo desde a demissão do presidente da Casa da Moeda, há uma semana, ministro Guido Mantega falou à revista Istoé Dinheiro em tom otimista sobre a economia brasileira em 2012. Confira os principais trechos: 

“O Brasil será um caso à parte em 2012” 

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fala sobre as medidas que o governo já adotou para garantir o crescimento de 4,5% na economia neste ano e destaca a importância do setor privado para aumentar o volume de investimentos no País. Confira os principais trechos da entrevista: 

Como o sr. pretende blindar a economia brasileira da crise global?

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Não há uma blindagem, mas estamos protegendo a economia brasileira. No passado, ela foi muito dependente dos Estados Unidos e da Europa, mas diversificamos muito os parceiros comerciais. Hoje, dependemos muito mais do mercado interno. Enquanto a Europa vai ficar próxima da recessão, os Estados Unidos vão crescer no máximo 2% e a Ásia vai desacelerar, nós vamos crescer mais do que no ano passado. Estou prevendo 4,5%. Seremos um caso à parte. No ano passado, queríamos desacelerar, porque havia um fenômeno mundial de inflação que poderia contagiar o Brasil. Fizemos política monetária e fiscal restritivas. Neste ano, revertemos essas medidas, soltamos o crédito, baixamos o IOF e reduzimos o IPI para alguns produtos.

O nível de tributação no Brasil ainda é muito elevado. Não está na hora de uma mudança? O turista brasileiro que vai para Miami paga um décimo do valor cobrado aqui nos produtos que compra.

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Não acho que a carga tributária seja elevada. Ela tem caído. O que aconteceu é que as empresas estão pagando mais Imposto de Renda porque tanto a formalização quanto a fiscalização da Receita aumentaram. Quem já pagava, agora paga menos. O investidor e o empresário estão pagando menos. Há menos IPI, menos PIS/Cofins, para alguns setores. Reduzimos o prazo de depreciação dos equipamentos. Também reduzimos a apropriação do prazo do PIS/Cofins. Temos desonerado bastante.

Qual é o efeito cambial?

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A desvalorização do dólar é de mais de 50%. Então, lá fora tudo fica mais barato. Há um desespero dos produtores. O pavor de Ben Bernanke, presidente do Fed, é a deflação. Além do mais, os Estados Unidos não produzem mais nada, trazem tudo de fora. Por isso fica barato. Foi assim que desestruturaram a indústria. Não queremos isso aqui. O câmbio é a maior arma comercial que nós temos hoje.

E o que o governo pode fazer para atacar esse problema?

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O governo tem de atuar no câmbio, e estamos fazendo isso. Não dá para fazer milagre. Tanto os Estados Unidos quanto a Europa estão com a moeda desvalorizada. Vários países têm juro real negativo. Estamos com o câmbio melhor do que antes, porque tomamos medidas eficazes, como o IOF. Tomamos medidas de defesa comercial, como o IPI dos carros. A importação já está caindo.

As montadoras podem subir o preço? Há acordo para evitar isso?

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Quando aumentamos o IPI, fizemos um acordo para não subir os preços. Se subir, a gente reverte. Não permitiremos que o consumidor brasileiro seja prejudicado.

Os preços não cairiam mais para o consumidor se o mercado fosse livre?

Se o mercado fosse livre, iria acabar com a indústria nacional. Só haveria produção na China, na Coreia, e o Brasil se tornaria só um grande importador. Voltaríamos ao Brasil da Primeira República. 

O sr. acha natural a remessa dos lucros das montadoras? Não deveria haver uma maior contrapartida, com investimento delas no Brasil?

O Brasil é um país que tem regras do jogo bem claras em relação ao investimento externo. Não podemos impedir a remessa de lucros e dividendos. As remessas no ano passado foram de US$ 38 bilhões, mas entraram US$ 66,6 bilhões de investimentos externos A indústria automobilística tem um plano de investimento de US$ 20 bilhões até 2014, graças a essas medidas que nós tomamos. 

Qual é a sua visão sobre o futuro do capitalismo?

O capitalismo precisa ser sempre reinventado. Onde está dando mais certo? Nos países que adotaram o capitalismo de Estado. Não vamos comparar o Brasil com a China, onde 80% da economia está sob controle do Estado. Mas o Brasil tem bancos públicos também, o Brasil tem financiamento público. O que está em crise é o capitalismo liberal clássico, o capitalismo da desregulamentação financeira, que nos levou a esta crise toda. Modestamente, acho que uma das formas mais eficientes de capitalismo é a do Brasil. É um capitalismo que traz diretamente benefícios à população. Estamos longe do modelo europeu de desenvolvimento, mas estamos a caminho de alcançá-lo.

O sr. está feliz no cargo? É bom ser ministro da Fazenda neste momento?

É bom. E sabe por quê? Porque gosto de desafios. Eu não tenho me entediado no cargo. Os resultados são muito satisfatórios. A classe E diminuiu sensivelmente e estamos conseguindo dar emprego para todo mundo que quer emprego. Me dá uma grande satisfação ser ministro de uma economia que não está arrochando salário, não está desempregando gente, que paga dívida.

O que falta?

Muita coisa. Falta termos todo mundo na classe B, na classe A. Falta a renda per capita ser de US$ 40 mil, e não de US$ 12 mil. Não temos o padrão da população japonesa, da população americana. Mas a vida está melhorando.

Diante disso, a reeleição da presidenta Dilma está garantida?

Ninguém está pensando em eleição. Temos um ano de governo e temos de pensar em consolidar essa situação. Estamos na rota do desenvolvimento sustentável.

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