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O vai-e-vem de políticos demonstra claramente que as agremiações não mais conseguem assegurar um perfil ideológico programático entre seus quadros

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Em 2010, quando da montagem das coligações que iriam disputar o comando do GDF, o candidato do Psol, Antônio Carlos de Andrade, alertou aos quatro cantos que a “Turma da Mudança” de Agnelo Quiroz, composta por uma infinidade de partidos de todas as cores ideológicas, não daria certo e até inviabilizaria o governo local.

Não precisou muito tempo para que os primeiros escândalos aparecessem e provocassem uma ruptura na tal Turma. O primeiro racha público veio do PPS. Partido, que para tentar garantir vagas nas Câmaras Federal e Legislativa, engoliu a seco todas suas críticas históricas ao PT e abraçou a candidatura Agnelo.

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Diante das denúncias do escândalo Cachoeira e seus supostos vínculos na Capital Federal, decidiu abandonar a administração petista. Decidiu é modo de dizer. O rompimento foi imposto de cima para baixo pela direção nacional do partido, que precisou intervir na executiva distrital. Na Capital Federal, com visibilidade política, apenas Augusto Carvalho concordou com a posição adotada pelo presidente nacional do PPS, Roberto Freire.

Conseqüência: parlamentares e dirigentes da agremiação que ocupavam cargos no GDF preferiram se licenciar ou se desligar do PPS a perder a sinecura e o poder da máquina pública do GDF. Muitos dos que não tinham mandato eletivo optaram pelo minúsculo PHL. Outros, como o Cláudio Abrantes, Alírio Neto e Luzia de Paula, aguardam decisões da Justiça Eleitoral, para mudarem de partido, sem correr o risco de perderem os cargos para os quais foram eleitos.

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Esta espera judicial pode agora ser desnecessária, com a criação do trigésimo partido político no Brasil: o PEN – Partido da Ecologia Nacional.

Em sua fundação, o PSD de Kassab recebeu egressos de vários partidos oposicionistas ao governo federal, em especial oriundos do DEM. Na nova sigla, poderiam se aproximar do Palácio do Planalto e saborear as benesses concedidas aos amigos do rei.

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Com o PEN-DF pode acontecer a mesma coisa. Só que em sentido inverso. Para não terem que se distanciar do Buriti, parlamentares de partidos que decidiram fazer oposição a Agnelo encontram na nova sigla uma solução jurídica rápida para manterem atados os laços com o GDF. O Partido Pátria Livre do DF já tinha se valido desta fórmula ao receber o ex-democrata, deputado distrital, Raad Massouh, em suas fileiras. Fato que resultou numa secretaria para o ex-oposicionista.

É o típico caso do deputado Distrital, Israel Batista, que acaba de anunciar a saída do PDT para se filiar ao PEN. E com toda a segurança de não perder seu mandato, pois a Justiça Eleitoral autoriza parlamentares a deixarem uma agremiação para ingressar em outra em fase de fundação.

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O PDT foi o segundo partido da base de Agnelo a romper com seu governo. Mas saiu do GDF com fraturas internas expostas. A postura de distanciamento era do senador Cristovam Buarque, porém rejeitada por Batista. Cristovam chegou a dar um ultimato: ou o distrital saia do GDF ou ele, senador, deixaria o PDT. Venceu Cristovam. Mas a vitória parece agora ser de Pirro, pois Batista, via PEN, volta com toda a sua turma à base política de Agnelo.

Para o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, essa migração de um partido a outro é uma “tentativa de burlar a moralidade dos mandatos”, que segundo o Supremo Tribunal Federal pertencem às siglas e não aos candidatos. Embora esteja com advogados tentando recuperar os mandatos dos ex-membros do PPS, ele reconhece que a própria justiça, ao julgar a criação do PSD, abriu uma folga no que era visto por alguns de camisa de força partidária.

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Este vai e vem de políticos demonstra claramente que as agremiações não mais conseguem assegurar um perfil ideológico programático entre seus quadros. O noticiário informa que o próprio PT-DF está rachado, tendo o presidente da sigla, Policarpo Junior, iniciado a organização de uma dissidência interna, quando seu papel, enquanto presidente, deveria ser o de manter a unidade partidária. O certo é que os partidos, cada vez mais partidos, servem momentaneamente aos interesses deste ou daquele candidato. Eleitos, não se sentem obrigados a cumprir a cartilha partidária que prometeram obedecer. Quem fica a ver navios é o eleitor, cujo voto é cada vez mais desrespeitado pelos conchavos partidários e pelos interesses partidários de homens e mulheres políticas.

 

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