"Período de turbulência passou", diz Maia. Será?
Aps semanas de desgaste na relao com o Congresso, presidente da Cmara celebra entendimentos com o Palcio do Planalto pela Lei da Copa; mas ainda falta enfrentar as votaes do Cdigo Florestal e da distribuio dos royalties do petrleo; no cedo para cantar vitria?
247 – O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-SP), se definiu, nesta segunda-feira, como um “eterno otimista”. A definição colabora para a compreensão dos comentários do deputado federal acerca das relações entre o governo e sua base no Congresso Nacional, feitos também nesta segunda. “O relacionamento entre o governo e o Congresso passou por um período de turbulência, também relacionado à falta de acordos para a votação de algumas matérias”, disse Maia, após participar de evento promovido pela Fecomércio de São Paulo. Segundo ele, “ultrapassamos aquela fase de desacordo e vamos ter, daqui pra frente, um período mais tranquilo de ritmo de votações”.
Levando em conta que o Palácio do Planalto prometeu liberar R$ 2,5 milhões em emendas ao Orçamento antes da vitória na votação da Lei Geral da Copa, na semana passada, o clima entre governo e base deve ter melhorado mesmo. Mas isso não quer dizer que a vida da presidente Dilma Rousseff será fácil nas próximas semanas – ou até o início das eleições municipais.
Segundo o próprio Maia, o Planalto pretende votar, antes das eleições de outubro, o projeto sobre redistribuição dos royalties do petróleo na camada pré-sal. No caso do Código Florestal, o plano é mais ambicioso: passará pela Câmara ainda em abril, como foi prometido no acordo para votar a Lei Geral da Copa. Na visão otimista de Maia, o governo tem todo um mês para costurar um entendimento. Para o presidente da Câmara, o governo também perdeu muito tempo na questão dos royalties do pré-sal. "É inconcebível que não tenhamos uma solução para este tema o mais rápido possível", disse.
Os projetos são de fato importantes, mas são também os principais pontos de desgaste do governo pós-aprovação da Lei Geral da Copa. O Planalto já avisou que pode vetar o Código Florestal se o o texto aprovado não estiver do seu agrado. O governo tem divergências com a forte bancada ruralista e não pretende receber um texto aprovado com anistia a desmatadores, ainda mais em vias de receber a Rio +20, que ocorre em junho. Os royalties do petróleo também já se mostraram foco certo de desgaste desde o fim do governo Lula.
O governo se livrou de um problema ao passar a Lei Geral da Copa na Câmara, mas, por mais otimista que seja, o ano ainda não está ganho.
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