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PML: Dilma tenta evitar armadilha de Jango

Ao fazer acenos a setores conservadores, com nomeações como a de Joaquim Levy, para o Ministério da Fazenda, a presidente Dilma Rousseff se inspira em lições da história e tenta evitar isolamento político, avalia o jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília; no entanto, ele afirma que os compromissos de Dilma com os trabalhadores serão mantidos; "não há o menor sinal de que o compromisso de Dilma, em torno da missão básica de defender empregos e salários, beneficiando a população mais pobre, vá ser abandonado ou mesmo negociado", diz ele; PML compara o papel de Levy ao de Carvalho Pinto, na era Jango

Ao fazer acenos a setores conservadores, com nomeações como a de Joaquim Levy, para o Ministério da Fazenda, a presidente Dilma Rousseff se inspira em lições da história e tenta evitar isolamento político, avalia o jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília; no entanto, ele afirma que os compromissos de Dilma com os trabalhadores serão mantidos; "não há o menor sinal de que o compromisso de Dilma, em torno da missão básica de defender empregos e salários, beneficiando a população mais pobre, vá ser abandonado ou mesmo negociado", diz ele; PML compara o papel de Levy ao de Carvalho Pinto, na era Jango (Foto: Felipe L. Goncalves)
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247 - O jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, avalia que a escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda representa uma concessão da presidente Dilma Rousseff a setores conservadores – mas não o abandono dos seus compromissos com o emprego e a renda dos trabalhadores.

"Críticos e adversários de Dilma já ensaiam o coro oposcionista de estelionato eleitoral, como se a indicação de um ministro representasse o rumo já traçado para quatro anos de governo, o que não é nem pode ser verdade. Não há o menor sinal de que o compromisso de Dilma, em torno da missão básica de defender empregos e salários, beneficiando a população mais pobre, vá ser abandonado ou mesmo negociado", diz ele.

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Segundo Paulo Moreira Leite, o futuro ministro da Fazenda não terá autonomia plena. "Levy irá integrar-se a um triunvirato político, num governo onde a presidente tem opiniões fortes sobre temas econômicos — e não consta que tenha decidido guardá-las para as poucas horas de folga. Cabe a Dilma nomear os presidentes de bancos públicos, instituições essenciais para definir o ritmo da atividade economica. Nelson Barbosa, convidado para o Planejamento, foi um aplicado construtor de políticas econômicas durante sua primeira passagem pelo governo, cabendo-lhe elaborar a arquitetura detalhada do programa Minha Casa, Minha Vida, principal alavanca de emprego e atividade econômica dos últimos anos. Ao convocar os dois para uma trabalho em comum com Alexandre Tombini, Dilma procura reconstruir uma linha de continuidade com o condomínio político que tomou posse no Planalto, em 2003. É uma cartilha que pode incluir um certo esfriamento na economia. Mas não se prevê arrocho nos salários nem  recessão."

Ele afirma, ainda, que Dilma se inspirou em lições da História – especialmente do conturbado governo de João Goulart. "Quando convidou um economista com o currículo de Levy para a Fazenda, o governo Dilma se encontrava numa situação peculiar. Não era extrema nem difícil como a de Jango, mas possuía semelhanças", diz PML. "Apesar da vitória na eleição presidencial, onde teve força inclusive para neutralizar um golpe eleitorial midiático nos últimos dias, o Planalto passou a dispor, quando muito, de uma maioria nominal no Congresso."

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"Em julho de 1963, num movimento que também possui uma semelhança num universo de imensas diferenças do Brasil de hoje, Goulart convocou Carvalho Pinto para ocupar o Ministério da Fazenda. Político ligado a UDN e ao grande empresariado paulista, ex-governador de São Paulo, Carvalho Pinto tornou-se uma alternativa de Jango depois que o Plano de Metas do Ministro Celso Furtado naufragou por falta de apoio entre deputados sindicatos", relembra PML. "A presença de Carvalho Pinto trouxe melhoras para a diplomacia brasileira, que viveu um fugaz momento de reaproximação com os EUA."

No entanto, ele durou apenas seis meses no cargo. "Não se trata, é claro, de forçar uma comparação para reforçar um argumento político. Nem de imaginar que os homens são obrigados a repetir os passos da história para escapar de suas tragédias. Mas, quatro meses depois da saída de Carvalho Pinto, a máquina do golpe de 64 depunha o presidente. Toda decisão política se faz no seu aqui e agora", afirma.

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Leia a íntegra em "Dilma tenta evitar armadilha de Jango".

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