Presidente do Conselho da OAB defende fim do sigilo eterno

247_A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aumentou o coro contra o sigilo eterno dos documentos oficiais. O presidente interino do Conselho Federal, Alberto Machado, pediu para a presidente Dilma Rousseff reconsiderar a posição contrária do governo à abertura total dos arquivos. Machado é ex-líder estudantil e espera que a história de luta da presidente possa ajudar na abertura dos dados ultrassecretos para a sociedade. O projeto para acabar com o sigilo eterno está no Senado, depois de mudanças feitas pela Câmara. A maioria dos 81 senadores apoia as alterações dos deputados, que impedem a prorrogação do sigilo. "Tenho impressão que, com esse sinal do Congresso, a sociedade poderá conhecer sua história", afirmou o presidente da OAB.

Machado é um dos principais interessados em abrir os arquivos da história recente do Brasil. Ele solicitou ao governo federal as pastas do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) que contam a sua passagem pelo extinto órgãos. Ele atuou como militante estudantil entre 1979 e 1985, durante o governo militar de João Figueiredo. Segundo Machado, há registros com o nome dele até 1982, época em que estava sendo investigado. "É um exemplo pequeno, pessoal, mas eu tenho o direito de conhecer minha história. Se todo cidadão tivesse oportunidade de conhecer a sua, os militantes, desde aqueles que pegaram em armas ou apenas participaram de momentos menos drásticos da história, saberiam detalhes da sua história pessoal", diz ele.

O principal nome da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous, apoia a solicitação de Machado. "É inacreditável que a presidente Dilma Rousseff, vítima que foi do sigilo ditatorial, e com uma trajetória de lutas pela democracia, queira apoiar o sigilo eterno de determinados documentos", afirmou.