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Poder

Requião propõe voto de censura à ameaça dos EUA de intervir na Venezuela

Senador Roberto Requião (PMDB) propôs à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, nesta quinta-feira, 17, voto de censura às ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de invadir a Venezuela, para depor o governo de Nicolás Maduro; "É isso que está em jogo. O controle do petróleo e da região mais rica em recursos naturais e de biodiversidade do planeta. Não são os direitos humanos. Não é a democracia", disse Requião em sua justificativa; requerimento deve ser votado na próxima sessão da CRE, quinta-feira, 24

Senador Roberto Requião (PMDB) propôs à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, nesta quinta-feira, 17, voto de censura às ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de invadir a Venezuela, para depor o governo de Nicolás Maduro; "É isso que está em jogo. O controle do petróleo e da região mais rica em recursos naturais e de biodiversidade do planeta. Não são os direitos humanos. Não é a democracia", disse Requião em sua justificativa; requerimento deve ser votado na próxima sessão da CRE, quinta-feira, 24 (Foto: Aquiles Lins)
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247 - O senador Roberto Requião (PMDB) propôs à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, nesta quinta-feira, 17, voto de censura às ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de invadir a Venezuela, para depor o governo de Nicolás Maduro.

O requerimento de Requião deve ser votado na próxima sessão da CRE, quinta-feira, dia 24.

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Veja a seguir o texto do requerimento:

SENADO FEDERAL

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REQUERIMENTO Nº , DE 2017

Requeiro, nos termos do artigo 223 do Regimento Interno, seja apresentado voto de censura ao presidente dos Estados Unidos da América, Sr. Donald Trump, por suas desastradas declarações concernentes à possibilidade de uma intervenção militar na Venezuela.

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JUSTIFICAÇÃO

As recentes declarações do presidente Donald Trump, de que não descarta uma intervenção militar na Venezuela, causaram indignação e estupor em toda a América Latina.

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Essas desastrosas afirmações resuscitaram um fantasma intervencionista que julgávamos morto em nossa região, mas que infelizmente ainda é um padrão em outras regiões do planeta, como a do Oriente Médio.

De fato, com tais declarações, Trump está ameaçando transformar a América do Sul em um novo Oriente Médio.

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Não há dúvida de que a aposta insensata no acirramento do conflito interno daquele país e a ameaça aberta de uma intervenção militar tendem a desestabilizar todo o subcontinente.

A Venezuela está à beira de uma guerra civil aberta de consequências imprevisíveis não apenas para o nosso vizinho, mas também para o subcontinente como um todo. A alternativa ao diálogo e ao entendimento político é um banho de sangue. Os chavistas dominam a forças armadas e a guarda bolivariana. Por outro lado, os setores radicais da oposição venezuelana têm vínculos com grupos armados colombianos, bem como apoio em alguns setores dissidentes das forças de segurança. Caso o conflito adquira a feição de um enfrentamento armado generalizado, e falta muito pouco para isso acontecer, as consequências se farão sentir também no Brasil, que perderá um grande parceiro comercial e um vizinho que vinha apostando no desenvolvimento de uma vasta fronteira comum e na integração de suas infraestruturas.

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Porém, o risco maior é geopolítico. Há uma ameaça clara de internacionalização do conflito venezuelano. Os EUA apoiam e financiam a oposição venezuelana, inclusive seus setores mais radicais e violentos. Apostam na derrubada a todo custo do governo Maduro. Não estão dispostos a perder o controle da maior reserva de petróleo do mundo, que dista apenas 4 dias de navio das grandes refinarias do Texas.
Por outro lado, a Rússia, com a qual o governo venezuelano firmou acordos militares, e a China, que já importa duas vezes mais petróleo da Venezuela que os EUA, não parecem dispostos a perder sua nova influência no país que tem a maior reserva de hidrocarbonetos do mundo.

As opções políticas e diplomáticas dos chavistas e a crise econômica fazem da Venezuela um país cada vez mais próximo do BRICS (o segundo maior importador de petróleo da Venezuela é a Índia) e cada vez mais longe da influência dos EUA. Não é a retórica inflamada de Maduro que assusta os EUA, são esses fatos da realpolitik mundial.

É isso que está em jogo. O controle do petróleo e da região mais rica em recursos naturais e de biodiversidade do planeta. Não são os direitos humanos. Não é a democracia.

Assim sendo, o cenário mais provável que se descortina, caso haja uma intervenção, ainda que limitada a “ataques cirúrgicos”, por parte dos EUA, é o de um conflito sangrento de longo prazo, como aqueles que se arrastam há anos no Oriente Médio, gerando caos e destruição em grande escala e uma persistente instabilidade geopolítica.

De fato, um conflito desse tipo levaria instabilidade a toda a região e destruiria a projeção dos interesses do Brasil na América do Sul, jogando por terra todo o esforço diplomático feito na integração regional. Para o Brasil, é isso que está em jogo. Para quem quer recuperar sua economia, não é, convenhamos, um bom negócio.

A tradição diplomática brasileira tem sido a da aposta na solução pacífica das controvérsias, consoante ao que reza o artigo 4º da Constituição Federal, e do investimento na integração regional e na conformação da América do Sul como uma zona integrada e pacífica.

Esse investimento na integração pacífica foi uma conquista geopolítica notável, que beneficiou extraordinariamente os interesses do Brasil. A ascensão do Brasil no cenário mundial não teria acontecido sem esse investimento na integração regional.

Agora, tudo isso está em risco em razão da aposta insensata no acirramento do conflito interno venezuelano e na ameaça de uma intervenção militar norte-americana naquele país vizinho.

Por tudo isso, instamos os nobres pares a que apoiem este importante requerimento, que alinha o Senado às manifestações de todos os governos da nossa região e do Mercosul.

Sala das Sessões , em 2017

Senador

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