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Senadores aliados não garantem aprovação “automática” da Previdência

Na avaliação de um dos senadores ouvidos pela Reuters, Michel Temer tem se dedicado quase que exclusivamente a garantir votos para tentar aprovar a reforma entre os deputados, sem dar a devida atenção ao Senado; para justificar a afirmação, citou as mudanças no primeiro escalão que contemplaram demandas de deputados, embora algumas avalizadas por senadores com ascendência na Casa; "O presidente acha que o sistema é unicameral?", questionou esse parlamentar; "Ele continua insistindo e se desgastando, entregando tudo aos deputados", protestou

Plenário do Senado  (Foto: Aquiles Lins)
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BRASÍLIA (Reuters) - A base aliada no Senado não garante uma aprovação "automática" da reforma da Previdência, caso a proposta defendida pelo governo do presidente Michel Temer passe pela Câmara no próximo mês, afirmaram à Reuters duas importantes lideranças da Casa à Reuters, sob a condição de anonimato.

Na avaliação de um dos senadores, Temer tem se dedicado quase que exclusivamente a garantir votos para tentar aprovar a reforma entre os deputados, sem dar a devida atenção ao Senado. Para justificar a afirmação, citou as mudanças no primeiro escalão que contemplaram demandas de deputados, embora algumas avalizadas por senadores com ascendência na Casa.

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"O presidente acha que o sistema é unicameral?", questionou esse parlamentar. "Ele continua insistindo e se desgastando, entregando tudo aos deputados", protestou.

Se passar na Câmara, a proposta de emenda à Constituição (PEC) precisará de 49 dos 81 votos do plenário do Senado para avançar.

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Outro destacado senador lembrou ainda que dois terços dos senadores (54 do total) encerra o mandato e poderá disputar novamente. E que, mesmo durante o recesso, não acredita ter havido uma melhora na percepção dos parlamentares em favor da proposta, como esperava o governo.

"Já houve uma captação, por parte da população de menor escolaridade, de que a reforma beneficia os mais ricos", disse essa segunda liderança, citando que, no início da discussão, houve uma "comunicação errada" da reforma pela área econômica do governo.

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Para essa liderança, a reforma, se passar pela Câmara, só deverá avançar no Senado após as eleições, lá para novembro.

A primeira fonte disse, no entanto, que se o governo fez todo o dever de casa na economia errou na estratégia da reforma ao ter, no início, apresentado uma proposta "draconiana" que iria resolver o rombo previdenciário "pelos próximos 5 séculos". Para ele, a proposta só trouxe impopularidade para o governo.

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SEM PLANO B

Mais cedo, sem se referir às articulações do Senado, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun afirmou que o governo não tem plano B e vai colocar a reforma em votação na Câmara em fevereiro, mesmo admitindo que não tenha os 308 votos necessários para aprovar a PEC na Câmara agora.

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Segundo Marun, o governo está no melhor momento para votar a reforma desde maio do ano passado, quando o processo de negociação foi interrompido pelas denúncias da Procuradoria-Geral da República contra Temer.

"Não existe plano B. Nosso plano é o A de aprovação da reforma ainda em fevereiro. Hoje voltamos ao patamar de votos que tínhamos em maio. O que temos diferente é a proximidade das eleições, que a princípio podia atrapalhar, mas temos um fator positivo que a população hoje se dispõe mais a apoiar a reforma. Desde maio não vivemos um momento tão positivo", garantiu.

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Parlamentares da base começam a retomar as conversas sobre o tema a partir desta semana, para tomar pé da situação e avaliar as chances de aprovação da proposta.

O líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho (PB), que deve retornar a Brasília na terça-feiram quer "nivelar as informações" e "discutir estratégias futuras".

"Esta semana retorno e a gente vai poder ter uma posição melhor do impacto da campanha do governo (sobre a reforma). A tarefa é, a partir do dia 1º, contar votos", disse o líder à Reuters.

Já o vice-líder do PDT, Weverton Rocha (MA), da oposição, acredita que o governo tem consciência de que não vai aprovar a medida.

"O governo não tem chance nenhuma de aprovar essa reforma. Ele sinaliza para o mercado e diz que a votação está mantida, mas não tem coragem de botar para votar", disse o deputado, citando a proximidade do período eleitoral como um grande dificultador dos votos favoráveis à proposta.

O próprio Marun confirma que neste momento o governo não tem votos suficientes. A contagem do Palácio do Planalto é de que existem hoje cerca de 270 votos a favor da reforma e em torno de 70 indecisos. Ainda está longe dos 320 votos que o governo espera ter para colocar o texto em votação --308 necessários para aprovar, mais uma margem de segurança.

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