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Síndrome de Regina Duarte se abate sobre serristas

Medo de Lula e do PT, manifestado por atriz em xororô de dez anos atrás no programa eleitoral de José Serra, volta na eleição para prefeito de São Paulo; acomete, agora, marmanjos calejados (fotos acima); nenhuma das paúras confessadas pela atriz se mostrou justificada, mas a doença que tem em Reinaldo Azevedo o paciente zero parece não ter cura; também é chamada de preconceito de classe

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247 – O relógio político dos serristas voltou no tempo para dez anos atrás, a 2002. Naquele quadrante, às vésperas da derrota na eleição presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva, a atriz Regina Duarte, com sua melhor expressão de chororô, foi ao programa do então adversário lulista José Serra para pronunciar uma frase que marcou época:

- Eu tenho medo do PT. Medo de Lula e do PT!

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Seria a barba do ex-líder sindical que provocava a alegada paúra na antiga 'namoradinha do Brasil'? A voz gutural? As bandeiras vermelhas do partido que ele fundou? O apoio do MST? As promessas de palanque ao feitio da esquerda? Ou o explicitado compromisso de reduzir a pobreza e possibilitar três refeições ao dia ao povo brasileiro?

Era o conjunto todo, deixou claro Regina, além do receio de que Lula iria fazer a moratória da dívida externa, romper contratos, solapar todas as bases da democracia brasileira. A expectativa do caos completo.

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Lula venceu e nenhum dos medos de Regina Duarte se justificou. A partir do governo Lula, não apenas a dívida externa foi paga como, hoje, as reservas internacionais do Brasil estão em cerca de US$ 400 bilhões, o que evitou novos ataques especulativos contra o País, como acontecia no tempo do antecessor dele, Fernando Henrique Cardoso. Ao contrário de FHC, Lula não mudou as regras do jogo democrático (como se recorda, o presidente tucano operou o Congresso pelo estabelecimento da reeleição, que até então não existia, e se beneficiou diretamente da manobra). Ainda que tivesse tirado um foto com o bonzezinho do MST, não consta que Lula tenha armado os trabalhadores do campo ou feito na marra qualquer tipo de reforma agrária. O que se tem, nesse setor, é o sucesso do programa Fome Zero, a partir do qual se pode constatar, agora, a retirada de cerca de 40 milhões de brasileiros do estado de pobreza.

Nenhum dos tantos medos de Regina Duarte se mostrou real. No entanto, passados dez anos daquele apelo entristecido e quase desesperado, eis que eles – os medos da Regina – ressurgem em homens barbados. E nem está em jogo uma eleição presidencial, como daquel feita, mas um pleito municipal, que nem envolve Lula diretamente, mas um de seus pupilos, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad. Um medo, portanto, ainda mais forte, visto que o perigo é menor.

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Quadro típico da classe média paulistana, frequentador do insuspeito Clube Sírio-Libanês, filho de comerciante na reconhecida rua 25 de Março, sem passagem por movimentos que praticaram ou sequer pregararam a luta armada ou ações do gênero, o pacato Haddad virou alvo da síndrome de Regina Duarte que acomete, outra vez às vésperas de uma derrota de Serra – ao que apontam as pesquisas e as condições políticas que cercam a eleição paulistana -- marmanjos calejados como o jornalista Ricardo Setti, o empresário Octávio Frias Filho, o filho do sociólogo Boris Fausto, o comunicador de apelo religioso Silas Malafaia e até o destemido (com arma na mão, como diria Bezerra da Silva) coronel Telhada, ex-comandante da Rota.

Acometidos do mesmo mal estão o vereador eleito Andrea Matarazzo e aquele que pode ser chamado de paciente número zero desse vírus, o verborrágico internauta Reinaldo Azevedo.

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Ai, ui, sapatilham eles, cada um ao seu modo, argüindo, ora publicamente, ora em privado, que Haddad representará o fortalecimento político de Lula – aquele mesmo Lula que, projeta-se, vai solapar a democracia, inverter as prioridades burguesas, revirar a sociedade brasileira etc etc.

Ponto a ponto, os medos foram claramente elencados pelo Prêmio Esso de Jornalismo Ricardo Setti em seu blog dentro de veja.com.br

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Para os homenzarrões acometidos da síndrome de Regina Duarte parece, ao que se vê pelo que eles próprios têm expressado, não haver vacina nem remédio. Lula exerceu duas vezes a Presidência da República, à qual chegou pelo voto popular, manteve as regras do jogo e viu sua candidata Dilma Rousseff, com cerca de dez milhões de votos a mais que o adversário José 'sempre ele' Serra, subir a rampa do Palácio do Planalto. De-mo-cra-ti-ca-men-te, frise-se. Não quebrou contratos, não rompeu com os Estados Unidos, não declarou o socialismo tropical. Foi, isso sim, apontado pelo maior historiador do século 20, Eric Hobsbawn, como o líder global mais importante do final do período e tornou-se referência de expressão política democrática em todo mundo.

Serra, vale dizer, rompeu todos os contratos vigentes assim que assumiu a Prefeitura de São Paulo, em 2005, abandonou o mandato menos de dois anos depois e, ao chegar ao governo de São Paulo, igualmente suspendeu todos os pagamentos que deveriam ser feitos no mês de janeiro de 2007 – sucedendo, nesta ocasião, não a petista Marta Suplicy, mas seu próprio correligionário Geraldo Alckmin.

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Mas quem tem a Sídrome de La Duarte acha que é Haddad, e não Serra, que vai subrverter a ordem, fazer o contrário do que promete em palaque, recusar responder perguntas, agredir jornalistas verbalmente, usar o cargo para finalidades políticas pessoais.

Essa doença, que volta dez anos depois do primeiro surto, não passa e nunca vai passar. Seu nome científico é preconceito de classe.

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