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Temer é eletrocutado no choque do PMDB em Dilma

Interlocutor exclusivo da presidente na crise com o PMDB, vice Michel Temer falou sozinho; não fez ponte entre Dilma e a cúpula do partido, tentou fazer graça – "só dá alegria mesmo" - e em seguida foi acordado pelo rolo compressor do líder Eduardo Cunha; derrotas na Câmara eram anunciadas; provou-se o que há muito se sabe; Temer já não representa o partido como número 2 do governo; reflexo direto da balbúrdia nas relações é a queima das chances dele em ser mesmo o vice na chapa de reeleição; primazia entrará em jogo para reequilíbrio

Interlocutor exclusivo da presidente na crise com o PMDB, vice Michel Temer falou sozinho; não fez ponte entre Dilma e a cúpula do partido, tentou fazer graça – "só dá alegria mesmo" - e em seguida foi acordado pelo rolo compressor do líder Eduardo Cunha; derrotas na Câmara eram anunciadas; provou-se o que há muito se sabe; Temer já não representa o partido como número 2 do governo; reflexo direto da balbúrdia nas relações é a queima das chances dele em ser mesmo o vice na chapa de reeleição; primazia entrará em jogo para reequilíbrio (Foto: Sheila Lopes)
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Marco Damiani _ 247 – As ações do vice-presidente Michel Temer para ser mesmo o candidato a vice na chapa de reeleição da presidente Dilma Rousseff desabaram hoje no mercado eleitoral. Ele é o grande derrotado, ou melhor, eletrocutado no choque deliberadamente provocado pelo PMDB na Câmara dos Deputados contra o governo da presidente Dilma Rousseff.

Interlocutor exclusivo da presidente nos dias que antecederam as duas sucessivas derrotas fragorosas – a abertura de investigação contra a Petrobras e chamados a 9 ministros para explicações diversas -, Temer não fez nada de muito útil para, ao menos, salvar as aparências. Tanto menos para construir um mínimo acordo para suavizar impactos.

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As decisões votadas por mais de 200 votos de diferença contra o governo eram anunciadas, mas na véspera, em público, e no domingo 9, no Palácio da Alvorada com a presidente, Temer não foi capaz de traçar um quadro minimamente próximo ao da realidade. Surpreendido pela força da rebelião na bancada, ele chegou às pressas de viagem para uma situação sobre a qual não estava atualizado.

Ao aceitar o improviso da presidente Dilma e deixar seus camaradas à espera no Jaburu para ir, sozinho, ao Alvorada, Temer, prudente que é, adotou o partido institucional. Era domingo, porém, dia livre para fazer política. O gesto acentuou a impressão generalizada na cúpula da legenda de que Temer potencializa seu papel de número dois do governo e minimiza sua delegação de representante partidário. O PMDB gostaria de mais desequilíbrio a seu favor. Ao menos vez ou outra. 

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Dentro do PMDB, Temer é criticado por políticos por cuidar com muito zelo de seus potentados no governo, como a Secretaria de Aviação Civil, de seu marechal Moreira Franco, e apenas da boca para a fora para o rame-rame que move a atividade parlamentar. No início do governo, o “bunker” anexo ao Palácio do Planalto, gabinete oficial da Vice-Presidência, vivia cheio de peemedebistas. Chegou a ser visto com ciúmes e atenção pelo PT, mas não se tornou efetivamente um polo de poder. Temer não chegou aos apoios que muitos peemedebistas queriam dele. Isolou-se gradativamente.

Na volta do Alvorada, sem uma mensagem direta da presidente para dar – e sem ter traçado ele próprio qualquer alternativa ao desastre --, deixou correr. Após a presidente Dilma, no Chile, ter dito, ironicamente, que o PMDB "só dá alegria", Temer replicou no Brasil, sob tensão: "Só dá alegria mesmo". Temer via o tsunami chegar, mas não deu o alerta. Deu o que deu para o governo. 

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Temer talvez não tenha calculado os efeitos que o cochilo na vigilância sobre a permanente agitação interna do PMDB pode causar a ele. A surpresa e frustração da presidente Dilma a aproximam do desejo de trocar o PMDB como legenda para sua chapa de reeleição. Mas a hipótese mais provável continua sendo a de esfriamento, ao menos a médio prazo, da crise. Os senadores prometem entrar em campo com água fria.

Se Dilma e PMDB construírem uma nova pax, o futuro candidato a vice na chapa de reeleição será escolhido entre os políticos que tomaram um chá de Jaburu no domingo – Renan Calheiros, Henrique Alves, Valdir Raupp... - e não o que correu ao Alvorada.

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